quarta-feira, 23 de outubro de 2019




PARÓQUIAS DE NISA



Quinta, 24 de outubro de 2019








Quinta-feira da XXIX semana do tempo comum






QUINTA-FEIRA da semana XXIX

S. António Maria Claret, bispo – MF
Verde ou br. – Ofício da féria ou da memória.

L 1 Rom 6, 19-23; Sal 1, 1-2. 3. 4 e 6
Ev Lc 12, 49-53


* Na Diocese de Beja (Beja) – S. Sisenando, diácono e mártir, Padroeiro principal da cidade – SOLENIDADE
* Na Congregação dos Padres Marianos da Imaculada Conceição – Aniversário da fundação da Congregação (1673).
* Na Congregação dos Missionários do Coração de Maria – S. António Maria Claret, bispo, Fundador da Congregação – SOLENIDADE
* Na Congregação Salesiana – S. Luís Guanella, presbítero – MF
* Na Sociedade Missionária da Boa Nova – Dia de acção de graças pela fundação da Sociedade.
* No Patriarcado de Lisboa (Sé) – I Vésp. do aniversário da Dedicação da Igreja Catedral.
* Na Congregação dos Sagrados Corações – I Vésp. do aniversário da Dedicação da própria igreja, em todas as igrejas dedicadas da Congregação.



MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 16, 6.8.9
Respondei-me, Senhor, quando Vos invoco,
ouvi a minha voz, escutai as minhas palavra s.
Guardai-me dos meus inimigos, Senhor.
Protegei-me à sombra das vossas asas.


ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente,
dai-nos a graça de consagrarmos sempre ao vosso serviço
a dedicação da nossa vontade
e a sinceridade do nosso coração.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I (anos ímpares) Rom 6, 19-23
«Agora, libertos do pecado e tornados servos de Deus»


Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos

Irmãos: Falo com linguagem humana, por causa da vossa fraqueza: Assim como entregastes os vossos membros como escravos ao serviço da impureza e da desordem, que conduz à revolta contra Deus, colocai agora os vossos membros ao serviço da justiça, que conduz à santidade. Na verdade, quando éreis escravos do pecado, éreis livres em relação à justiça. Mas que fruto colhestes então dessas obras de que atualmente vos envergonhais? De facto, o seu fim é a morte. Mas agora, libertos do pecado e tornados servos de Deus, produzis o fruto que conduz à santificação, cujo fim é a vida eterna. Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, em Jesus Cristo, nosso Senhor.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 1, 1-2.3.4 e 6 (R. Salmo 39, 5a)
Refrão: Feliz o homem que pôs a sua esperança no Senhor. Repete-se


Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios,
nem se detém no caminho dos pecadores,
mas antes se compraz na lei do Senhor,
e nela medita dia e noite. Refrão

É como árvore plantada à beira das águas:
dá fruto a seu tempo e sua folhagem não murcha.
Tudo quanto fizer será bem sucedido. Refrão

Bem diferente é a sorte dos ímpios:
são como palha que o vento leva.
O Senhor vela pelo caminho dos justos,
mas o caminho dos pecadores leva à perdição. Refrão


ALELUIA Filip 3, 8-9
Refrão: Aleluia. Repete-se

Considero todas as coisas como prejuízo,
para ganhar a Cristo e n’Ele me encontrar. Refrão

EVANGELHO Lc 12, 49-53
«Não vim trazer a paz, mas a divisão»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu vim trazer o fogo à terra e que quero Eu senão que ele se acenda? Tenho de receber um batismo e estou ansioso até que ele se realize. Pensais que Eu vim estabelecer a paz na terra? Não. Eu vos digo que vim trazer a divisão. A partir de agora, estarão cinco divididos numa casa: três contra dois e dois contra três. Estarão divididos o pai contra o filho e o filho contra o pai, a mãe contra a filha e a filha contra a mãe, a sogra contra a nora e a nora contra a sogra».

Palavra da salvação.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Fazei, Senhor,
que possamos servir ao vosso altar
com plena liberdade de espírito,
para que estes mistérios que celebramos
nos purifiquem de todo o pecado.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO
Salmo 32, 18-19
O Senhor vela sobre os seus fiéis,
sobre aqueles que esperam na sua bondade,
para libertar da morte as suas almas,
para os alimentar no tempo da fome.

Ou Mc 10, 45
O Filho do homem veio ao mundo para dar a vida pela redenção dos homens.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Concedei, Senhor, que a participação nos mistérios celestes
nos faça progredir na santidade, nos obtenha as graças temporais
e nos confirme nos bens eternos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.




«Qualquer direito que não leve consigo um dever não se pode defender».

Mahatna Ghandi





ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra


LEITURAS : Rom 6, 19-23: “Escravo” e “liberto” eram palavras bem conhecidas dos Romanos a quem S. Paulo escreve: Escravos eram homens ao serviço de outros, mas de tal maneira que não eram considerados “pessoas”; compravam-se e vendiam-se, como se fossem “coisas”. “Libertos” chamavam-se os que, depois de terem sido escravos, recebiam a liberdade. Assim, o cristão, outrora escravo antes da conversão a Cristo, é agora um liberto por Deus em Cristo Jesus. Há de, portanto, viver agora a liberdade da santidade, e não voltar à escravidão da vida de que foi libertado.
Lc 12, 49-53: Há dias, S. Paulo dava a Jesus o nome de Paz. Hoje, é o próprio Senhor que diz que não veio estabelecer a paz. É preciso que entendamos a maneira forte, muito ao gosto dos Evangelhos, de apresentar certas ideias fundamentais da doutrina de Jesus. Ele veio como fogo para iluminar e abrasar; mas, entre aqueles que O acolhem e aqueles que recusam recebê-l’O, Jesus será ocasião de divisão e desavença.

ORAÇÃO: Senhor, o teu caminho é difícil e exigente. Pedes que sejamos como Tu, estando dispostos a servir. Ajuda-nos a ser humildes de coração, a ser generosos como Tu, prontos a dar a vida como Tu a deste.





AGENDA DO DIA


16.00 horas: Missa Na Santa Casa de Nisa
18.00 horas: Missa em Nisa: Tomada de posse do Pe. Floriano. 





A VOZ DO PASTOR



DOM ANTÓNIO BARROSO NO PARLAMENTO

O homem das barbas, de Remelhe, Barcelos, que tudo fez para estar agora a caminho dos altares, não tinha papas na língua quer para anunciar Jesus Cristo, quer para defender a Igreja e o país, quer para enfrentar quem se metia onde não era chamado ou se aburguesava no faz de conta. Ensinava que o missionário deve levar “em uma das mãos a cruz, símbolo augusto da paz e da fraternidade dos povos, e na outra a enxada, símbolo do trabalho abençoado por Deus. Deve ser padre e artista, pai e mestre, doutor e homem da terra; deve tão depressa pôr a sua estola (...) como empunhar a picareta para arrotear uma courela de terreno; deve tão depressa fazer uma homilia, como pensar a mão escangalhada pela explosão duma espingarda traiçoeira”.

No dia 20 deste mês de outubro de 2019, a Igreja em Portugal, com a presença dos Bispos Portugueses e do Povo crente e sempre grato, vai prestar-lhe uma homenagem em Cernache do Bonjardim, Sertã, junto ao Seminário das Missões ou da Boa Nova, onde ele estudou. Este gesto em Dia Mundial das Missões quer assinalar o Mês Extraordinário Missionário e, utilizando eu as palavras do cronista João de Barros, quer assinalar também os “trabalhos de Hércules” que tantos missionários e mártires portugueses levaram a cabo por esse mundo além, enobrecendo e ajudando a escrever a nossa história: “Vós, Portugueses, poucos quanto fortes/Que o traço poder vosso não pesais/Vós que, à custa de vossas várias mortes/A lei da vida eterna dilatais” (Camões).

Torno presente o elogio que o Deputado Urgel Abílio Horta lhe fez no Parlamento em 1954. Assim:

“Sr. Presidente: pedi a V. Ex.ª o favor de me ser concedida a palavra para, como Deputado pelo Porto, falar de alguém que, não tendo ali o seu berço de nascimento, viveu, contudo, durante largos anos intimamente preso aquela cidade, pela sua alma, pelo seu coração, pelo seu espírito.
Quero referir-me a D. António Barroso, que foi um dos maiores bispos portugueses.

As comemorações centenárias do seu nascimento, realizadas na fidalga cidade minhota de Barcelos e na encantadora aldeia de Remelhe, sua terra natal, promovidas pela Câmara Municipal daquele concelho, resultaram numa manifestação de dulcíssimo encanto espiritual de incomparável beleza, a que se associaram o Governo da Nação, com a presença do Sr. Ministro do Ultramar, os mais altos dignitários da Igreja, os representantes da alta cultura e o povo, sempre pronto a fazer justiça a quem é digno dela.

A vida do grande pioneiro da Igreja - facho de luz brilhante na escuridão de uma noite de trevas - tomou proporções lendárias pela sua ação notabilíssima ao serviço da Pátria e do Evangelho.
Deus, na sua infinita misericórdia, fez esse homem detentor de todas as virtudes, as mais raras e as mais nobres; o mais valoroso e o mais corajoso soldado da sua milícia, na luta apologética e doutrinária sustentada na pregação da paz, do amor, da caridade, que ele largamente difundiu e praticou. Como grande missionário, o seu mais elevado título, pela projeção justificadamente adquirida, foi D. António Barroso um grande português, herói consagrado da nossa epopeia ultramarina, que a Nação, em terras longínquas da Ásia e da África, prestou os mais assinalados serviços. Viveu para a sua pátria como viveu para a Igreja, sabendo engrandecê-la e honrá-la. Os homens tornam-se verdadeiramente grandes quando sabem lutar, intemerata e sinceramente, pelos grandes ideais que abraçaram com carinho, com amor e com paixão.

E o grande bispo do Porto, na tarefa magnifica de dilatar a Fé e o Império, encarnou gloriosamente o papel de soldado e missionário, levando o seu apostolado a todas as regiões onde havia necessidade de ser ouvida e escutada a palavra de Deus e respeitados o nome e a bandeira de Portugal. A sua ação missionária, coroa valiosa da maior glória sacerdotal, era Angola, em Moçambique e na Índia ficou brilhantemente documentada. Mas foi especialmente no Congo que a sua atividade, o seu esforço, a sua coragem e a sua fé obraram prodígios na evangelização dos povos, a quem abnegadamente se deu e serviu. E ali, nesse território em desagregação iminente e perigosa, batido pelo vento da desnacionalização, soube, como os grandes colonialistas, no número dos quais enfileira, impor pela sua ação enérgica e paternal os direitos da soberania portuguesa. Ele o afirma dizendo: «Tudo ali eram ruínas. A catedral havia ruído. Todo o deslumbre da nossa formosa língua desaparecera completamente. Era sinistro! Quadro horroroso: o passado morrera! Como ressuscitá-lo? Nunca a cruz mutilada de Alexandre Herculano me lembrou tanto como ao ver Deus e Portugal mortos na alma dos pretos». Mas o milagre da ressurreição operou-o o grande bispo, sabendo impor ao rei do Congo e aos seus súbditos o nome de Portugal. Obra duma grande personalidade, cuja alma cristianíssima atravessa a vida, alcança os paramos do infinito, aproximando-se de Deus, no seu eterno destino, orando em seu louvor, pedindo a proteção para a sua pátria! E foi ouvido na sua súplica. E elevou-se cada vez mais no desempenho da missão civilizadora, educadora, altamente dignificante da condição humana em defesa dos preceitos do Evangelho, que difundiu e ensinou com o seu verbo eloquente, por todas as províncias ultramarinas no nosso império.

D. António Barroso foi mais tarde sagrado bispo da diocese do Porto e grande se revelou também no seu alto sacerdócio. Querido, respeitado e amado por todos quantos sentiram a chama viva da Fé, que ele sabia acender e animar na alma do povo. Infinitamente bom, jamais negou proteção a todos quantos dele se abeiravam e lha pediam.

O sacerdote de Cristo, que lutou apaixonadamente por Deus e pela Pátria, e que, subindo o seu calvário, arrostou com todos os perigos e com todas as contrariedades, soube santamente viver com resignação e coragem as agruras do exílio e as horas amargas da prisão. O bispo missionário, maltratado, perseguido e desterrado, sem outra culpa que não fosse a fidelidade às leis e às doutrinas da Igreja, imutável nos seus postulados e vitoriosa na sua ação, chama abrasando almas sedentas de fé, vive hoje na memória de todos os portugueses. E o bronze e o granito do seu monumento erigido no coração de Barcelos recordarão a obra de caridade, fé e amor de um notável ministro da Igreja.

Mas não basta o seu monumento ou as brilhantes teses apresentadas e discutidas no Congresso Missionário realizado em Barcelos para satisfazer aspirações e anseios bem justificados, honrando e glorificando a insigne figura desse prestigioso ministro de Cristo.

O Seminário dos Carvalhos, magnifico edifício de admirável localização, que o cardeal D. Américo mandou edificar à custa dos maiores sacrifícios materiais; grande escola-internato para a formação de sacerdotes, obedecendo a todos os requisitos necessários à alta missão para que foi criado e a que D. António Barroso dedicava um carinho e um interesse bem compreensível, foi em triste época de perseguição religiosa tirado aos seus legítimos possuidores com o mais absoluto desprezo pela hierarquia eclesiástica. Pois, Sr. Presidente, as comemorações que acabam de realizar-se, e a que se associou o Governo da Nação, não teriam a finalidade que lhes é devida sem a reparação para a qual chamamos a atenção dos altos poderes do Estado.

Interpretando o sentir do Congresso Missionário e em nome da lei ultrajada e da justiça ofendida, nós pedimos seja restituída aos seus legítimos donos, em toda a sua plenitude, a propriedade desse seminário, que, contra todos os preceitos da razão, da moral e da justiça, lhe havia sido confiscada.

Entregue-se à diocese do Porto o seu seminário, o Seminário dos Carvalhos, e o espirito do grande bispo, que deu à Pátria honra e glória, continuará velando por nós, na alta missão do robustecimento da Fé e engrandecimento do Império. Disse.” (in: Site Debates Parlamentares, Diário das Sessões, nº 54).
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São João Paulo II, em 1991 no aeroporto da Portela, renovou-nos o desafio: “Portugal, convoco-te para a missão (...) As sucessivas gerações dos vossos maiores buscaram no Evangelho a inspiração para as suas vidas e legaram-vos esta cultura constantemente enriquecida pelo cruzamento da fé cristã com as várias populações que fizeram a história da Europa e do Mundo (...) Um dia, Portugal foi púlpito da Boa Nova de Jesus Cristo para o mundo, levada para longe em frágeis caravelas por arautos impelidos pelo sopro do Espírito. Hoje venho aqui para, da mesma tribuna, convocar todo o Povo de Deus à evangelização do mundo (...) Portugal, convoco-te para a missão”. 

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 18-10-2019.




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