quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019









PARÓQUIAS DE NISA



Quinta, 07 de fevereiro de 2019











Quinta da IV semana do tempo comum
Ofício da festa

Cinco Chagas do Senhor







Cinco Chagas do Senhor – FESTA

Vermelho – Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. da Cruz.

L 1 Is 53, 1-10; Sal 21 (22), 7-8. 15. 17-18a. 22-23
Ev Jo 19, 28-37 ou Jo 20, 24-29

* Proibidas as Missas de defuntos, excepto a exequial.
* Na Congregação Salesiana – B. Pio IX, Papa – MF
* Nas Dioceses de Cabo Verde – Ofício e Missa da féria
* Na Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor – I Vésp. do Imaculado Coração da Bem-Aventurada Virgem Maria.


AS CINCO CHAGAS DO SENHOR


Nota Histórica
O culto das Cinco Chagas do Senhor, isto é, as feridas que Cristo recebeu na cruz e manifestou aos Apóstolos depois da ressurreição, foi sempre uma devoção muito viva entre os portugueses, desde os começos da nacionalidade. São disso testemunho a literatura religiosa e a onomástica referente a pessoas e instituições. Os Lusíadas sintetizam (I, 7) o simbolismo que tradicionalmente relaciona as armas da bandeira nacional com as Chagas de Cristo. Assim, os Romanos Pontífices, a partir de Bento XIV, concederam para Portugal uma festa particular, que ultimamente veio a ser fixada neste dia.

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Is 53, 5
Cristo foi trespassado por causa das nossas culpas
e esmagado por causa das nossas iniquidades.
Pelas suas Chagas fomos curados.

Diz-se o Glória.

ORAÇÃO COLECTA
Deus de infinita misericórdia,
que por meio do vosso Filho Unigénito, pregado na cruz, quisestes salvar todos os homens,
concedei-nos que, venerando na terra as suas santas Chagas, mereçamos gozar no Céu o fruto redentor do seu Sangue.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

LEITURA I Is 53, 1-10
Foi trespassado por causa das nossas culpas»
(Quarto cântico do servo do Senhor)

Leitura do Livro de Isaías

Quem acreditou no que ouvimos dizer?
A quem se revelou o braço do Senhor?
O meu servo cresceu diante do Senhor como um rebento,
como raiz numa terra árida,
sem distinção nem beleza para atrair o nosso olhar
nem aspeto agradável que possa cativar-nos.
Desprezado e repelido pelos homens,
homem de dores, acostumado ao sofrimento,
era como aquele de quem se desvia o rosto,
pessoa desprezível e sem valor para nós.
Ele suportou as nossas enfermidades
e tomou sobre si as nossas dores.
Mas nós víamos nele um homem castigado,
ferido por Deus e humilhado.
Ele foi trespassado por causa das nossas culpas
e esmagado por causa das nossas iniquidades.
Caiu sobre ele o castigo que nos salva:
pelas suas chagas fomos curados.
Todos nós, como ovelhas, andávamos errantes,
cada qual seguia o seu caminho.
E o Senhor fez cair sobre ele as faltas de todos nós.
Maltratado, humilhou-se voluntariamente
e não abriu a boca.
Como cordeiro levado ao matadouro,
como ovelha muda ante aqueles que a tosquiam,
ele não abriu a boca.
Foi eliminado por sentença iníqua,
mas, quem se preocupa com a sua sorte?
Foi arrancado da terra dos vivos
e ferido de morte pelos pecados do seu povo.
Foi-lhe dada sepultura entre os ímpios
e um túmulo no meio de malfeitores,
embora não tivesse cometido injustiça
nem se tivesse encontrado mentira na sua boca.
Aprouve ao Senhor esmagá-lo pelo sofrimento.
Mas se oferecer a sua vida como sacrifício de expiação,
terá uma descendência duradoira,
viverá longos dias
e a obra do Senhor prosperará em suas mãos.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 21 (22), 7-8.15.17-18a.22-23 (R. 18ab)
Refrão: Trespassaram as minhas mãos e os meus pés,
posso contar todos os meus ossos.


Eu sou um verme e não um homem,
o opróbrio dos homens e o desprezo da plebe.
Todos os que me veem escarnecem de mim,
estendem os lábios e meneiam a cabeça.

Sou como água derramada,
desconjuntam-se todos os meus ossos.
O meu coração tornou-se como cera
e derreteu-se dentro do meu peito.

Matilhas de cães me rodearam,
cercou-me um bando de malfeitores.
Trespassaram as minhas mãos e os os meus pés,
posso contar todos os meus ossos.
 Salvai-me das fauces do leão
e dos chifres dos búfalos livrai este infeliz.
Hei-de falar do vosso nome aos meus irmãos,
hei-de louvar-Vos no meio da assembleia.


ALELUIA Jo 19, 34
Refrão: Aleluia. Repete-se

Um dos soldados trespassou o lado do Senhor
e logo saiu sangue e água. Refrão

Em vez deste Evangelho, pode utilizar-se o que se lhe segue.


EVANGELHO Jo 19, 28-37
«Hão de olhar para Aquele que trespassaram»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo,
sabendo que tudo estava consumado
e para que se cumprisse a Escritura,
Jesus disse:
«Tenho sede».
Estava ali um vaso cheio de vinagre.
Prenderam a uma vara uma esponja embebida em vinagre
e levaram-Lha à boca.
Quando Jesus tomou o vinagre, exclamou:
«Tudo está consumado».
E, inclinando a cabeça, expirou.
Por ser a Preparação da Páscoa,
e para que os corpos não ficassem na cruz durante o sábado
– era um grande dia aquele sábado –
os judeus pediram a Pilatos
que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados.
Os soldados vieram e quebraram as pernas ao primeiro,
depois ao outro que tinha sido crucificado com ele.
Ao chegarem a Jesus, vendo-O já morto,
não Lhe quebraram as pernas,
mas um dos soldados trespassou-Lhe o lado com uma lança,
e logo saiu sangue e água.
Aquele que viu é que dá testemunho
e o seu testemunho é verdadeiro.
Ele sabe que diz a verdade,
para que também vós acrediteis.
Assim aconteceu para se cumprir a Escritura, que diz:
«Nenhum osso lhe será quebrado».
Diz ainda outra passagem da Escritura:
«Hão de olhar para Aquele que trespassaram».

Palavra da salvação.



Em vez do Evangelho precedente, pode ler-se o seguinte:


EVANGELHO Jo 20, 24-29
«Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos;
aproxima a tua mão e mete-a no meu lado»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo,
Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo,
não estava com eles quando veio Jesus.
Disseram-lhe os outros discípulos:
«Vimos o Senhor».
Mas ele respondeu-lhes:
«Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos,
se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado,
não acreditarei».
Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa
e Tomé com eles.
Veio Jesus, estando as portas fechadas,
apresentou-Se no meio deles e disse:
«A paz esteja convosco».
Depois disse a Tomé:
«Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos;
aproxima a tua mão e mete-a no meu lado;
e não sejas incrédulo, mas crente».
Tomé respondeu-Lhe:
«Meu Senhor e meu Deus!».
Disse-lhe Jesus:
«Porque Me viste acreditaste:
felizes os que acreditam sem terem visto».

Palavra da salvação.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei, Senhor, os dons que trazemos ao vosso altar
e fazei que, unidos a Jesus, mediador da nova aliança,
renovemos nestes santos mistérios
a aspersão redentora do seu Sangue
que brota das suas santas Chagas.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


PREFÁCIO As santas Chagas de Cristo na cruz
V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.

Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte,
por Cristo nosso Senhor.
Ele foi trespassado por causa das nossas culpas
e suportou as nossas enfermidades em seu Corpo,
sobre o madeiro da cruz,
para que, mortos para o pecado,
vivamos, pelo seu Sangue, para a justiça e santidade
e, fortalecidos na fé,
enraizados na caridade,
firmes na esperança,
alcancemos a herança da vida eterna.
Por isso, com os Anjos e os Santos,
proclamamos a vossa glória,
cantando numa só voz:

Santo, Santo, Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Lc 24, 38
Vede as minhas mãos e os meus pés, diz o Senhor.
Sou Eu.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão da vida,
concedei-nos que, celebrando dignamente
as gloriosas Chagas do nosso Salvador,
dêmos testemunho do seu mistério pascal na nossa vida.
Por Nosso Senhor.






«Rezar não é obrigação É o gosto de falar com Deus»








ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia


1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra


LEITURA:  

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LEITURA DO EVANGELHO

MEDITAÇÃO: 

ORAÇÃO: Ajuda-nos, Senhor, a gostar de nós mesmos, simplesmente porque tu nos amas.






AGENDA


11.00 horas: Funeral em Oleiros
17.00 horas: Adoração ao Santíssimo em Nisa
18.00 horas: Missa em Nisa.





A VOZ DO PASTOR



SANTO MISSIONÁRIO DE PAIS ALENTEJANOS

No dia 4 de fevereiro celebramos a memória de São João de Brito, filho de Dona Brites de Portalegre e de Salvador de Brito Pereira, de Vila Viçosa, Alcaide-Mor de Alter do Chão e Governador do Rio de Janeiro. João de Brito nasceu na cidade de Lisboa a 1 de Março de 1647, o mais novo de 3 irmãos. Foi educado na corte de D. João IV. Ao completar 15 anos de idade, pediu a admissão ao noviciado da Companhia de Jesus. Cumprido o noviciado, partiu para Évora onde, durante cinco anos, estudou Humanidades e Filosofia. Em Coimbra, no Colégio das Artes, estuda Filosofia. É neste período da sua vida que, impulsionado pelo exemplo de São Francisco Xavier, se deixa atrair pelas missões da Ásia, nomeadamente na Índia. Após terminar o curso de Filosofia, leciona gramática no colégio de S. Antão, atual Hospital de S. José, em Lisboa. Entre 1671 e 1673, estuda Teologia. Ordenado sacerdote em 1673, em Março embarca para Goa, onde chega a 14 de Setembro desse ano. No início do ano seguinte, parte para Ambalacata, onde se situava um colégio e um seminário. Em Abril, segue para a missão de Madurai como Superior da Comunidade. Dirigia-se assim para junto da mais baixa das castas da Índia, os párias. Era gente desprezada pelas outras castas. O próprio facto de os párias lidarem com os missionários era uma afronta que levava ao desprezo e a serem considerados como inimigos. Percebendo que a única forma de conquistar a classe mais alta, os brâmanes, era identificar-se com eles, João de Brito veste-se como eles, deixa crescer o cabelo, aprende a sua língua e costumes: “ele foi tão longe nos seus métodos de adaptação quanto era possível, mas não era o seu método que fazia as conversões, mas sim a sua alegria, a sua personalidade amiga, a sua abnegação, a sua evidente santidade”. No entanto, se o fruto do seu incansável testemunho e zelo iam crescendo, a perseguição bramânica também não deixava de crescer. E não tardou que missionários e catequistas, atados uns aos outros durante dois dias, fossem intimados a clamar pelos deuses hindus e, como o não fizessem, fossem açoitados e torturados, juntamente com João de Brito. Seguiram-se outras torturas e mais espancamentos, sem que aceitassem as exigências dos oficiais hindus. Condenados à morte, a sentença não foi confirmada, dadas as inesperadas alterações políticas. João de Brito foi intimado a comparecer diante de uns hindus para, em disputa com eles, expor e defender teologicamente a sua fé. Expôs e argumentou tão sabiamente que todos os seus foram libertados. Porque as notícias também chegavam a Portugal, o Provincial Manuel Rodrigues chamou João de Brito a Lisboa. Contrariado, João obedece, parte de Goa em viagem atribulada com escala forçada no Brasil. Chega a Lisboa a 8 de setembro de 1687. É recebido por D. Pedro II, percorre todos os Colégios da Companhia, nomeadamente os de Santarém, Coimbra, Porto, Braga, Évora, Monforte e Portalegre, desperta grande entusiasmo falando sobre a missão do Madurai, atrai pessoas, consegue fundos para a missão.

E se antes fora a sua família a reagir contra a sua partida para a Índia, desta vez era o rei e a coroa quem o não queria deixar partir. Nada o removendo, regressa à Índia, levando consigo um grupo de missionários destinados à Índia meridional e que ele preparara dando-lhes a conhecer o país, a religião hindu e a sua experiência missionária.

João Paulo Azevedo de Oliveira e Costa, no seu trabalho sobre a missão de João de Brito, conta-nos que “Chegado o momento da partida sucederia um último episódio rocambolesco, que nos serve hoje para melhor compreendermos a determinação que sempre animou João de Brito. Depois de um adiamento devido a uma tempestade, a armada de 1690 partiu a 8 de abril. Um tiro de canhão avisou todos os que iam partir de que chegara a hora de embarcar. João dirigiu-se de imediato para o cais, mas no caminho encontrou o Conde de Marialva, que lhe pediu insistentemente para que se fosse despedir novamente do Rei. Contrariado, o jesuíta acedeu; D. Pedro e a rainha retardaram-lhe sucessivamente a partida até que ressoou novo tiro de canhão - era o sinal de que a armada acabava de partir. João deixou rapidamente a companhia do monarca e correu para o cais; os navios já vogavam em direção ao Atlântico; o jesuíta viu então um pequeno navio à vela, cujos tripulantes se dispuseram a levá-lo até à armada; mas a embarcação era menos veloz que as grandes naus e estas continuavam a distanciar-se; em pleno rio João conseguiu mudar para outro navio mais rápido e este pôde alcançar as naus da Índia. Foi desta forma algo caricata que João de Brito deixou definitivamente Portugal”.

De novo entre os Indianos, o missionário, mesmo a semear com lágrimas, reencontra a felicidade, como ele próprio reconhecia numa carta de 20 de abril de 1692. “Não há perseguição que me possa roubar a alegria que sinto em pregar, mais uma vez, o Evangelho aos gentios. Nos últimos quatro meses tenho estado escondido numa floresta, vivendo debaixo de uma árvore com tigres e cobras. Até agora ainda não fui atacado.”

A conversão de um príncipe hindu da casa real do Maravá, é que fez cair o carmo e a trindade. Foi uma provocação demasiado forte. O rei, furibundo, chamou o príncipe, destruiu tudo quanto era dos cristãos, mandou prender João de Brito. Os amigos de João ainda pensaram em planos de fuga, ele recusou-os: “estava num dilema, em que muitos mártires futuros se haviam de encontrar: se fogem, são cobardes; se ficam, estão a arriscar temerariamente a própria vida. Brito ficou, porque estava convencido no Espírito que devia ficar; e, humanamente falando, a sua fuga teria sido um escândalo para os cristãos que ele deixava a enfrentar sozinhos a perseguição”. Preso e espancado, é julgado e condenado à morte. Para evitar motins populares, levam-no para Oriyur. Aí, sobre um outeiro, com dois ou três golpes, é decapitado. As mãos e os pés também lhe são amputados. Era o dia 4 de Fevereiro de 1693. O local tornou-se lugar de peregrinação, a sua morte e os milagres que lhe eram atribuídos fez aumentar o número de conversões. Mais tarde, as relíquias foram levadas para Goa e guardadas no Colégio de S. Paulo. Foi canonizado no dia 22 de Junho de 1947. A 14 de Maio de 1982, São João Paulo II, no Parque Eduardo VII, em Lisboa, afirmava: “Como não lembrar o exemplo de S. João de Brito, jovem lisboeta que, deixando a vida fácil da corte, partiu para a Índia, a anunciar o Evangelho da salvação aos mais pobres e desprotegidos, identificando-se com eles e selando a sua fidelidade a Cristo e aos irmãos com o testemunho do martírio?”

Neste Ano Missionário a caminho do “Mês Missionário Extraordinário”, a viver em outubro próximo, não podemos esquecer que a proclamação do Evangelho continua a ser o melhor serviço que a Igreja pode prestar a cada pessoa e à sociedade.

Reitero o desafio do Papa Francisco: “Na escola dos santos, que nos abrem para os vastos horizontes de Deus, convido-vos a perguntar a vós mesmos em cada circunstância: “Que faria Cristo no meu lugar?”

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 01-02-2019.







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