PARÓQUIAS
DE NISA
Quinta, 11 de abril de 2019
Quinta da V semana da quaresma
Ofício da féria – V semana
QUINTA-FEIRA da semana V
Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. I da Paixão.
L 1 Gen 17, 3-9; Sal 104 (105), 4-5. 6-7. 8-9
Ev Jo 8, 51-59
* Pode celebrar-se a memória de S. Estanislau, bispo e mártir, como de indica na p. 33, n. 8.
* Na Diocese de Aveiro – Aniversário da Dedicação da igreja catedral. Na Sé – SOLENIDADE; nas outras igrejas da diocese – FESTA
Missa da féria, pf. I da Paixão.
L 1 Gen 17, 3-9; Sal 104 (105), 4-5. 6-7. 8-9
Ev Jo 8, 51-59
* Pode celebrar-se a memória de S. Estanislau, bispo e mártir, como de indica na p. 33, n. 8.
* Na Diocese de Aveiro – Aniversário da Dedicação da igreja catedral. Na Sé – SOLENIDADE; nas outras igrejas da diocese – FESTA
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Hebr 9, 15
Cristo é o mediador da nova aliança. Pela sua morte, os eleitos recebem a herança eterna prometida.
ORAÇÃO COLECTA
Atendei, Senhor, as nossas súplicas e olhai benignamente por aqueles que esperam na vossa misericórdia, para que, purificados das suas culpas, vivam santamente e alcancem as vossas promessas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Gen 17, 3-9
«Será pai de um grande número de nações»
Leitura do Livro do Génesis
Cristo é o mediador da nova aliança. Pela sua morte, os eleitos recebem a herança eterna prometida.
ORAÇÃO COLECTA
Atendei, Senhor, as nossas súplicas e olhai benignamente por aqueles que esperam na vossa misericórdia, para que, purificados das suas culpas, vivam santamente e alcancem as vossas promessas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Gen 17, 3-9
«Será pai de um grande número de nações»
Leitura do Livro do Génesis
Naqueles dias, Abrão caiu de rosto por terra e Deus falou-lhe assim: «Esta é a minha aliança contigo: Serás pai de um grande número de nações. Já não te chamarás Abrão, mas Abraão será o teu nome, porque farei de ti o pai de um grande número de nações. Farei que tenhas incontável descendência que dês origem a povos e de ti sairão reis. Estabelecerei a minha aliança contigo e com a tua descendência, de geração em geração. Será uma aliança perpétua, para que Eu seja o teu Deus e o Deus dos teus futuros descendentes. A ti e à tua futura descendência darei a terra em que tens habitado como estrangeiro, toda a terra de Canaã, em posse perpétua. Serei o vosso Deus». Deus disse ainda a Abraão: «Guardarás a minha aliança, tu e a tua descendência futura de geração em geração».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 104 (105), 4-5.6-7.8-9 (R. 8a)
Refrão: O Senhor recorda a sua aliança para sempre. Repete-se
Procurai o Senhor e o seu poder,
buscai sempre a sua face.
Recordai as suas maravilhas,
os seus prodígios e os oráculos da sua boca. Refrão
Vós, descendentes de Abraão, seu servo,
filhos de Jacob, seu eleito,
o Senhor é o nosso Deus
e as suas sentenças são lei em toda a terra. Refrão
Ele recorda sempre a sua aliança,
a palavra que empenhou para mil gerações,
o pacto que estabeleceu com Abraão,
o juramento que fez a Isaac. Refrão
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO cf. Salmo 94 (95), 8ab
Refrão: Louvor a Vós, Jesus Cristo, Rei da eterna glória. Repete-se
Se hoje ouvirdes a voz do Senhor,
não fecheis os vossos corações. Refrão
EVANGELHO Jo 8, 51-59
«Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: «Em verdade, em verdade vos digo: Se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte». Responderam-Lhe os judeus: «Agora sabemos que tens o demónio. Abraão morreu, os profetas também, mas Tu dizes: ‘Se alguém guardar a minha palavra, nunca sofrerá a morte’. Serás Tu maior do que o nosso pai Abraão, que morreu? E os profetas também morreram. Quem pretendes ser?» Disse-lhes Jesus: «Se Eu Me glorificar a Mim próprio, a minha glória não vale nada. Quem Me glorifica é meu Pai, Aquele de quem dizeis: ‘É o nosso Deus’. Vós não O conheceis, mas Eu conheço-O; e se dissesse que não O conhecia, seria mentiroso como vós. Mas Eu conheço-O e guardo a sua palavra. Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia; ele viu-o e exultou de alegria». Disseram-Lhe então os judeus: «Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão?!» Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Antes de Abraão existir, ‘Eu sou’». Então agarraram em pedras para apedrejarem Jesus, mas Ele ocultou-Se e saiu do templo.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai com bondade, Senhor, para o sacrifício que Vos apresentamos e fazei que ele sirva para a nossa conversão e para a salvação de todos os homens. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio da Paixão do Senhor I
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Rom 8, 32
Para nos salvar, Deus não poupou o seu próprio Filho,
mas entregou-O à morte por todos nós.
Com Ele tudo nos deu.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos saciais com os vossos dons sagrados, concedei-nos, por este sacramento, com que nos alimentais na vida presente, a comunhão convosco na vida eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
«O homem forte não é tanto aquele que vence os inimigos mas mais aquele que se conhece a si mesmo e domina o próprio egoísmo»
ORAÇÃO BÍBLICA
Reza a PALAVRA do dia
1.
Leitura: Lê, respeita,
situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação:
Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
-
Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS Gen 17, 3-9: Abraão,
que Jesus vai recordar no Evangelho, aparece aqui como o homem com quem Deus
faz Aliança e que, por isso mesmo, se torna o pai de todo o futuro povo de
Deus. Abraão é igualmente o símbolo de todos os que se entregam, confiadamente,
ao poder da palavra de Deus, e, por isso, se tornam instrumento providencial da
acção de Deus entre os homens e objecto da sua divina intimidade.
Jo
8, 51-59: Toda a obra de Jesus é o que é e tem o valor que tem
por Ele ser quem é: o Filho de Deus, imagem do Pai. Aquele que estabelece a
aliança entre o Pai e os homens. Esta aliança já vem de longe: um dos seus
grandes momentos foi quando Deus a fez com Abraão. Mas Jesus é maior do que
Abraão, e é antes dele e será depois dele. Por isso, a aliança selada no sangue
da sua cruz é aliança eterna, que havemos de recordar perpetuamente, como
também Ele jamais a esquecerá.
REZANDO A PALAVRA
ORAÇÃO: Senhor, o teu caminho é difícil e exigente.
Pedes que sejamos como Tu, estando dispostos a servir. Ajuda-nos a ser humildes
de coração, a ser generosos como Tu, prontos a dar a vida como Tu a deste.
AGENDA DO DIA
09.30 horas: Funeral
em Monte Claro
16.00 horas: Missa na
Santa Casa de Nisa
16.00 horas:
Confissões em Arez
16.00 horas: Confissões em Amieira do Tejo
17.00 horas: Funeral em Monte Claro
17.00 horas: Confissões na Comenda
16.00 horas: Confissões em Amieira do Tejo
17.00 horas: Funeral em Monte Claro
17.00 horas: Confissões na Comenda
18.00 horas: Missa em
Nisa
21.00 horas: Adoração
ao Santíssimo em Nisa
AGENDA DA SEMANA
Dia 08, segunda
-
21.00 horas, no Calvário: oração de louvor.
Dia 09, terça
-
Não haverá missa em Nisa nem em Alpalhão
Dia 10 quarta
15.00
horas: Cofissões em Arez
-17.00
horas: Missa em Gáfete
-18.00
horas: Missa em Tolosa
-18.00
horas: Missa em Nisa
-
21.00 horas: reunião de catequistas no Calvário
Dia 11, quinta
-
16.00 horas; Missa em Nisa
-
16.00 horas: Missa na Santa Casa de Nisa
-
21 horas: Adoração ao Santíssimo
Dia 12,
Sexta-feira,
-
O Calvário estará aberto das 09.00 horas até às 17.00 horas. Às 17,15 horas,
devoção da via sacra na Igreja do Espírito Santo.
-18.00
horas: Missa em Alpalhão
-18.00
horas: Missa em Nisa
Dia 12, sexta
-18.00
horas: Missa em Alpalhão
-18.00
horas: Missa em Nisa
-
17.00 horas: Reunião do Movimento do Apostolado da oração
Dia 13, Sábado
-
15.00 horas: Missa na Falagueira
-
16.00 horas: Missa no Monte Claro
-
16.00 horas: Missa no Par
-
18.00 horas: Missa em Alpalhão
-
18.00 horas: Missa em Nisa
Dia 14, domingo
-
Nisa: 10.30 horas: Procissão dos Ramos
do Espírito Santo para a Matriz
A VOZ DO PASTOR
QUARESMA 2019 - SINAIS DE LEITURA
A Páscoa é o mistério central de todo o
Cristianismo. A sua celebração e vivência trouxeram à Igreja um tempo forte de
preparação: é a Quaresma. Há Quaresma porque é necessário preparar a celebração
e a vivência da Páscoa. Sendo a Páscoa o tempo que, por excelência, celebra a
vida cristã iniciada com o Batismo, não se resume a um dia de calendário. É,
sobretudo, uma experiência de fé, um reencontro com Cristo e o Mistério da sua
vida, um encontro com as raízes da fé, um confronto da vida com a vocação cristã,
uma interrogação e resposta sobre o sentido da vida. Entre o que somos
atualmente e aquilo que o Batismo nos define como vida cristã situa-se o
caminho que está em causa no itinerário que vai pela Quaresma até à Pascoa.
Quaresma é, portanto, um tempo fortíssimo da
vida cristã; tempo dos batizados que, para viverem mais profundamente a sua
vocação pascal, se constroem e reconstroem; tempo dos Catecúmenos porque
caminho de preparação para o Batismo; tempo de escuta mais atenta da Palavra de
Deus e da sua inclusão ética na vida quotidiana; tempo de oração mais cuidada e
disponível; tempo forte de conversão e de reconciliação, pessoal e sacramental;
tempo de relações humanas reestruturadas, redefinidas, reprojetadas,
pacificadas; tempo essencial de partilha do que se tem e do que se é; tempo de
reencontro com os valores fundamentais da vida; tempo de purificação de tudo
aquilo que, na vida, se foi instalando como tóxico: desregramentos subtis
diversos, estilos e tipos de relação humana que dividem, a lógica da
competitividade a todo o custo e da lei do mais forte, o clamor da terra
violentada, poluída e ferida por atitudes egoístas e banalizadoras dos seus
recursos, a fome que rouba a liberdade de tantos sob a indiferença de outros,
etc…
Quaresma é tempo de conversão para que, ao
chegar à Páscoa, o coração crente da Igreja e de cada batizado possa estar mais
intimamente unido e em harmonia com Cristo Senhor. A Igreja ensina-o e
sublinha-o, as comunidades cristãs já nunca o esquecem. E para que as intenções
não fiquem no abstrato e possam redundar inconsequentes, todos os anos, nos
sinais eclesiais do jejum, da partilha e da oração, encontramos os caminhos
concretos da conversão. São os caminhos em que não podemos deixar crescer
obstáculos e que havemos de cuidar por manter abertos porque sempre mostrarão a
capacidade que o Espírito de Deus tem de fazer maravilhas em cada um de nós.
Para melhor vivermos a Quaresma como tempo
precioso para a nossa fé, poderíamos, este ano, pessoal, familiar ou
comunitariamente, fazer o exercício da leitura da vida a partir destes sinais e
atitudes do jejum, da partilha e da oração. O Jejum, a Esmola ou Partilha e a
Oração não são “mínimos legais” para uma confissão bem feita. São os sinais dos
campos onde é necessário converter a vida para a recentrar em Deus.
Por isso, no caminho da conversão, o Jejum, a
Partilha e a Oração dão origem a três grandes linhas de leitura, avaliação e
reestruturação da vida quotidiana. O “Jejum” pode questionar como tem andado a
nossa relação com a vida, à qual, cristãmente, lhe chamamos “Esperança”. A
“Partilha” pode interrogar como tem sido a nossa relação com os outros, a que,
cristãmente, chamamos “Caridade”. A “Oração” pode avaliar, saborear e fazer
despertar o desejo de perceber como tem sido a nossa relação com Deus, à qual,
cristãmente, chamamos “Fé”.
Esperança, Caridade e Fé, ou seja, relação com
a vida, relação com os outros e a natureza e a relação com Deus tornam-se,
desta forma, a chave de leitura da vida que há de ser levada ao Sacramento da
Reconciliação para fazer a experiência sacramental do Perdão como reconstrução
da pessoa e reaquisição da dignidade de filhos amados de Deus. Passar ao lado
da conversão é passar ao lado da Cruz de Cristo e da Graça do Dom que ela
inaugura.
Exercitando a leitura da nossa identidade
cristã, pessoal e eclesial, nestes três caminhos, caminhos de Esperança,
Caridade e Fé, ou seja, caminhos de Jejum, Partilha e Oração, podemos,
transversalmente, interrogar-nos sobre algumas atitudes que marcam, muitas vezes
quotidianamente, a nossa vida. Existem hoje, de facto, patologias que provocam
o progressivo arrefecimento da nossa relação com a vida, com os outros e com
Deus.
No caminho da Esperança e do Jejum existem
atitudes e patologias do conhecimento e do desejo. S. Máximo diz, por exemplo,
que “Adão foi vítima da sua ignorância”. De facto, às vezes, a ignorância de
Deus conduz o homem por caminhos tortuosos de experiências estranhas e
desumanizadoras. Ainda no caminho da Esperança - a relação com a vida, o jejum
- aparece a patologia ou doença do desejo que está na perversão do prazer. É o
desejo que é para o homem e não o homem que é para o desejo. Se o desejo for só
fruição autodestrói-se.
No caminho da Caridade existem também atitudes
e patologias que pedem cura: a agressividade que, muitas vezes, chega a
redundar em cólera; patologia da liberdade que afirma que o homem é livre mas
que, ao mesmo tempo, o submete a um profuso conjunto de “necessidades” e
obrigações desumanizadoras; a patologia ou doença das funções e capacidades
corporais: para que servem as nossas mãos, para que servem as nossas
capacidades, para que serve o nosso saber, para que serve e a quem aproveita a
nossa mobilidade!?
No caminho da Fé ou da relação com Deus existem
também patologias ou doenças que podemos avaliar de forma nova em tempo de
Quaresma. Existem, por exemplo, as patologias da memória: de quem ou do que é
que nos lembramos!? E o que é que permanentemente esquecemos!? Lembramo-nos de
Deus na aflição e esquecemo-l’O na alegria!? A ignorância, a negligência ou
tibieza, o esquecimento podem ser sinais da doença da memória. A patologia ou
doença da imaginação é outra que marca presença na nossa relação com Deus.
Imaginar é bom. Na vida cristã de igual forma. E a imaginação pode ser sempre
produtora, reprodutora e criadora. Mas mal da imaginação que, ao invés de puxar
pela realidade, produz a sua ilusão e a alienação.
Ler a vida nestas linhas simples de avaliação
leva-nos ao encontro de coisas boas e menos boas. E do lado das menos boas, em
vivência pessoal e comunitária, estão atitudes como azedumes, cóleras,
violências, opiniões infundadas, impiedades, rancores, ódios, calúnias,
tristezas, medos, rivalidades, cobardias, invejas e vaidades, orgulhos
egoístas, hipocrisias, mentiras, infidelidades, avidezes, ingratidões,
materialismos, gula e embriaguez, luxúrias e adultérios, magias e rituais
desonestos, preguiças, presunções, arrogâncias, apego ao poder,
insensibilidades, representação e lisonja, adulação, descaramento e insolência,
dissimulação e ganância. S. João Damasceno diz que a ociosidade está na base de
muitas destas coisas.
O Jejum, a Partilha e a Oração ou, como acima
se dizia, a Esperança, a Caridade e a Fé conduzem-nos por outros caminhos: a
temperança, a integridade, a liberdade, a alegria, a prudência e a vigilância,
a paciência, a humildade, o amor de Deus, dos outros e da natureza. O Ano
Missionário que estamos a viver pede-nos o testemunho disto mesmo.
Quem se preenche de Deus não deixa no seu coração
espaço para o pecado. A Quaresma é este caminho oferecido à Igreja para poder
participar com alegria genuína na Páscoa, Festa da Ressurreição de Jesus e
afirmação do poder da vida sobre todas as mortes.
+++++
Da Renúncia Quaresmal do ano passado resultaram
39.568,51 euros (trinta e nove mil quinhentos e sessenta e oito euros e
cinquenta e um cêntimos) da qual, conforme anunciámos na altura, 25% se
destinavam ao Fundo Social Diocesano, gerido pela Direção da Cáritas Diocesana,
e 75%, até porque temos entre nós um Pároco daí natural, foi para a
Arquidiocese de Kananga, na República Democrática do Congo, para ajudar
naconstrução de um Centro de Acolhimento e Saúde para socorrer crianças órfãos
da guerra ou roubadas às famílias e usadas como soldados.
Este ano, em pleno Ano Missionário, voltaremos
a orientar a Renúncia Quaresmal, em 25% para o Fundo Social Diocesano, gerido
pela Cáritas Diocesana, e, o restante, para as Missões “ad gentes”. Há muitas
expressões de nos sentirmos Igreja em saída, a partilha é uma delas. Como
afirma o Papa Francisco, a missão “ad gentes” continua a revestir-se de grande
urgência. As Comunidades cristãs devem promover um fervor apostólico contagioso
e rico de entusiasmo, capaz de suscitar fascínio pela missão. Todos somos chamados
“a alimentar a alegria da Evangelização”.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 01-03-2019.
II.
CAMPANHA ELEITORAL PARA QUÊ?...
Aproxima-se a campanha eleitoral, esse tempo tão
necessário quão importante para apresentar programas, esclarecer dúvidas,
debater ideias e projetos em prol do bem comum nacional e para espevitar as
velas dormentes do castiçal europeu e mundial, o qual, para alumiar a todos,
também exige esmero e qualidade, ideias e jeito. É possível que alguém venha
por aí, e se estique, a prometer a Lua e os seus arredores, tentando fazer
acreditar que a construção do maciço do Everest e de toda a cordilheira dos
Himalaias a eles se deve!... A política, porém, no seu pluralismo e variedade
legítima de opções, tem arte e nobreza, tem valores e leis próprias que se
devem reconhecer, abraçar e respeitar. Participando nesse alegre e rezingado
jogo com sentido de responsabilidade, que ganhem os melhores, é o que todos desejamos!
Tiramos o nosso chapéu a quem se dedica à
causa pública, a quem aceita e serve dedicadamente a comunidade humana. Sabemos
que não é pêra doce, causa insónias e dissabores. Não é coisa que se possa
abraçar apenas porque dá importância e enche o ego. Cristo, o maior e o mais
importante líder de toda a humanidade e de todos os tempos, serviu sem peneiras
e contestou quem as tinha. Sempre de pé diante dos homens, serviu com amor e
honestidade, atento e sensível lavou os pés aos sofrimentos do mundo que são
tantos e tão diversos. Assim como Eu vos fiz, fazei vós também, disse-nos Ele.
A missão de bem servir implica humildade, competência e determinação. Exige
cadastro limpo e capacidade de ouvir, de perceber o melhor e agir em prol do
bem comum. Não se compadece com subserviências perante uns nem com pretensões
de proprietários ricos a distribuir esmolas perante outros. As atitudes menos
corretas, que sempre as há e saltam de onde menos se espera, provocam a
sensação, injustamente generalizada, de que todos são iguais. Sabemos que não é
assim, sabemos que essa é uma pequena minoria mesmo que os seus estragos e
escândalos sejam de efeitos devastadores e ecoem de forma dolorosa no coração
de todos. Embora o cuidado pela construção do bem comum seja da responsabilidade
de todos e de cada um, ele fundamenta, de forma muito particular, a existência
da comunidade política. É do bem comum que deriva o seu direito natural e
próprio, é ele que a justifica e lhe dá significado e sentido (cf. GS75;
ChFL42). É o bem comum que a leva a colocar-se ao serviço de todos os homens e
do homem todo, da família e da sociedade, em verdadeiro espírito de missão. Só
o espírito de serviço humilde é capaz de aliado à necessária competência,
tornar transparente e eficaz a atividade de quem se dedica à política. É um
poder delegado, um poder exercido à luz dos critérios da justiça e da ética e
não na base da força eleitoral ou de interesses pessoais ou de grupos ou de
ideologias redutoras da condição humana.
Quando, porventura, surge o recurso à
deslealdade e à mentira, o desperdício dos dinheiros públicos, a corrupção, os
jeitinhos e as clientelas, o nepotismo familiar, o uso de meios ambíguos ou
ilícitos para, a todo o custo, conquistar, conservar ou aumentar o poder de
forma “populista” e pouco ou nada popular, temos o caldo entornado e os
bichanos nas filhoses! São tentações que debilitam a consciência e arrastam aos
desvios próprios da natureza humana sempre tão frágil, tão ferida e contumaz!
Além disso, gera-se a desconfiança, diminui o espírito cívico e participativo
da população, não se educa para a cidadania, o povo sente-se prejudicado e
desiludido, constata que o bem comum vale menos que os interesses particulares,
mesquinhos e egoístas, facilmente percebe a ausência de uma equilibrada
hierarquia de valores que tenha em atenção a correta compreensão da dignidade e
dos direitos da pessoa, em sociedade (cf. CA47).
A responsabilidade por uma sociedade justa e
solidária fundamenta-se na sociabilidade natural e na interdependência das
relações sociais a que chamamos solidariedade. Mas a solidariedade não é um
sentimento de vaga compaixão pelas pessoas que sofrem. É a determinação firme e
perseverante que, de forma digna e justa, leva cada cidadão, cada grupo, cada
instituição, cada sindicato ou partido a empenhar-se pelo bem de todos e de
cada um, porque todos somos verdadeiramente responsáveis por todos (cf. SRS38).
Por isso, ninguém deve abdicar da sua responsabilidade, seja qual for a razão
que o possa levar à tentação de o querer fazer. Somos destinatários, sim, mas
somos também protagonistas desse serviço à pessoa e à sociedade. E são
inumeráveis os graus de participação em formas, níveis, funções, competências,
responsabilidades, a começar pelo dever de votar. A tarefa da construção da
sociedade tem sempre como principais critérios e objetivos a busca do bem
comum, a defesa e a promoção da justiça, como tão bem e largamente nos fala a
Doutrina Social da Igreja (cf. ChFL42).
Bento XVI afirmava que “Quando o empenho pelo bem
comum é animado pela caridade, tem uma valência superior à do empenho
simplesmente secular e político”. Na verdade, o serviço à causa pública
entendido como “alta forma de caridade”, desdobra-se em serviço abnegado à
comunidade humana, tem como ponto de honra a opção preferencial pelos mais
pobres, procura agir com a maior participação dos cidadãos, busca um verdadeiro
crescimento com equidade e inclusão, procura sempre reconstruir o tecido
familiar e social com energias de fraternidade. A fraternidade que nos une em
Cristo é muito mais do que o reconhecimento da igualdade e duma convivência
cívica e solidária entre todos. Se assim não for, esta sociedade “cada vez mais
globalizada torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos” (cf. CV19.78).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 29-03-2019.
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