PARÓQUIAS DE NISA
Sábado, 06 de abril de
2019
Sábado da IV semana da quaresma
Ofício da féria – IV semana
SÁBADO da semana IV
Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. da Quaresma.
L 1 Jer 11, 18-20; Sal 7, 2-3. 9bc-10. 11-12
Ev Jo 7, 40-53
Pode manter-se o costume de cobrir as cruzes e as imagens. As cruzes continuam veladas até ao fim da celebração da Paixão do Senhor, na Sexta-feira da Semana Santa, e as imagens até ao princípio da Vigília Pascal.
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.
Missa da féria, pf. da Quaresma.
L 1 Jer 11, 18-20; Sal 7, 2-3. 9bc-10. 11-12
Ev Jo 7, 40-53
Pode manter-se o costume de cobrir as cruzes e as imagens. As cruzes continuam veladas até ao fim da celebração da Paixão do Senhor, na Sexta-feira da Semana Santa, e as imagens até ao princípio da Vigília Pascal.
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 17, 5-7
Cercaram-me as ondas da morte, envolveram-me os laços do abismo. Na minha aflição invoquei o Senhor do seu templo santo Ele ouviu a minha voz.
ORAÇÃO COLECTA
A vossa misericórdia, Senhor, dirija os nossos corações, porque sem Vós não podemos agradar-Vos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Jer 11, 18-20
«Eu era como manso cordeiro levado ao matadouro»
Leitura do Livro de Jeremias
Cercaram-me as ondas da morte, envolveram-me os laços do abismo. Na minha aflição invoquei o Senhor do seu templo santo Ele ouviu a minha voz.
ORAÇÃO COLECTA
A vossa misericórdia, Senhor, dirija os nossos corações, porque sem Vós não podemos agradar-Vos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Jer 11, 18-20
«Eu era como manso cordeiro levado ao matadouro»
Leitura do Livro de Jeremias
Quando o Senhor me avisou, eu compreendi; vi então as maquinações dos meus inimigos. Eu era como manso cordeiro levado ao matadouro e ignorava a conjura que tramavam contra mim, dizendo: «Destruamos a árvore no seu vigor, arranquemo-la da terra dos vivos, para não mais se falar no seu nome». Senhor do Universo, que julgais com justiça e sondais os sentimentos e o coração, seja eu testemunha do castigo que haveis de aplicar- lhes, pois a Vós confio a minha causa.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 7, 2-3.9bc-10.11-12 (R. 2a)
Refrão: Senhor, meu Deus, em Vós espero. Repete-se
Senhor, meu Deus, em Vós me refugio,
livrai-me de quantos me perseguem e salvai-me.
Não me arrebatem como o leão
e me dilacerem sem ter quem me salve. Refrão
Julgai-me, Senhor, segundo a minha justiça,
segundo a minha inocência.
Acabe a malícia dos ímpios e confortai o justo,
Vós, Deus de justiça,
que sondais o íntimo dos corações. Refrão
A minha proteção está em Deus,
que salva os homens retos de coração.
Deus é o juiz justo,
um Deus que pode castigar todos os dias. Refrão
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO cf. Lc 8, 15
Refrão: A salvação, a glória e o poder a Jesus Cristo,
Nosso Senhor. Repete-se
Felizes os que recebem a palavra de Deus
de coração sincero e generoso
e produzem fruto pela perseverança. Refrão
EVANGELHO Jo 7, 40-53
«Poderá o Messias vir da Galileia»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, alguns que tinham ouvido as palavras de Jesus diziam no meio da multidão: «Ele é realmente o Profeta». Outros afirmavam: «É o Messias». Outros, porém, diziam: «Poderá o Messias vir da Galileia? Não diz a Escritura que o Messias será da linhagem de David e virá de Belém, a cidade de David?» Houve assim desacordo entre a multidão a respeito de Jesus. Alguns deles queriam prendê-l’O, mas ninguém Lhe deitou as mãos. Então os guardas do templo foram ter com os príncipes dos sacerdotes e com os fariseus e estes perguntaram-lhes: «Porque não O trouxestes?». Os guardas responderam: «Nunca ninguém falou como esse homem». Os fariseus replicaram: «Também vos deixastes seduzir? Porventura acreditou n’Ele algum dos chefes ou dos fariseus? Mas essa gente, que não conhece a Lei, está maldita». Disse-lhes Nicodemos, aquele que anteriormente tinha ido ter com Jesus e era um deles: «Acaso a nossa Lei julga um homem sem antes o ter ouvido e saber o que ele faz?» Responderam-lhe: «Também tu és galileu? Investiga e verás que da Galileia nunca saiu nenhum profeta». E cada um voltou para sua casa.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei, Senhor, com benevolência os dons que Vos apresentamos e submetei os nossos corações rebeldes à vossa santíssima vontade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio da Quaresma
ANTÍFONA DA COMUNHÃO 1 Pedro 1, 19
Fomos resgatados de toda a culpa
pelo sangue precioso de Cristo, Cordeiro imaculado.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei, Senhor, que os vossos santos mistérios nos purifiquem de todo o mal e o seu poder santificador nos torne agradáveis aos vossos olhos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
«A pior prisão é a de
um coração fechado».
S. João Paulo II
ORAÇÃO BÍBLICA
Reza a PALAVRA do dia
1.
Leitura: Lê, respeita,
situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação:
Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
-
Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS Jer 11, 18-20: As
palavras desta leitura foram escritas acerca de Jeremias, perseguido e
maltratado. Lemo-las hoje a propósito de Jesus. Ele, que é “como manso
cordeiro”, acaba por ser abatido como a “árvore em plena pujança”, arrancada da
terra dos vivos. O caso de Jesus é, neste ponto, a manifestação máxima do que
acontece a todos os que amam a justiça, que em todos esses se continua a Paixão
do Senhor. Jesus vai ser, de facto o cordeiro pascal imolado por todos.
Jo 7, 40-53: A
morte e ressurreição de Jesus é o juízo do mundo. Em volta d’Ele, os homens
dividem-se; Ele, que veio para estabelecer a unidade universal, a união de todo
o universo com o Pai, acaba por ser “sinal de contradição”, para os olhos e o
coração de quem para Ele se não sabe voltar. Alguns, a princípio, ainda quiseram
ver em Jesus, “o Profeta”, aquele que Moisés um dia anunciou que havia de vir
depois dele, como novo Moisés, o Messias; mas, de Nazaré! E começa a
realizar-se em Jesus o sinal de contradição anunciado por Simão no dia da
Apresentação de Jesus no Templo, aos quarenta dias de nascido.
REZANDO A PALAVRA
ORAÇÃO: Senhor, o teu caminho é difícil e exigente.
Pedes que sejamos como Tu, estando dispostos a servir. Ajuda-nos a ser humildes
de coração, a ser generosos como Tu, prontos a dar a vida como Tu a deste.
AGENDA DO DIA
09.00 horas: Missa em
Nossa Senhora da Graça
15.00 horas: Missa em
Salavessa
16.00 horas: Missa em
Pé da Serra
16.00 horas: Funeral
em Montalvão
18.00 horas: Missa em
Nisa – Espírito Santo
18.00 horas: Missa em
Alpalhão
AGENDA DA SEMANA
Segunda, dia 1
- 21.00 horas, no
Calvário: oração de louvor
- 21.00 horas: Casa
Paroquial : Encontro de preparação para o batismo
- 21.00 horas:
Calvário – reunião de cursilhistas.
Terça, dia 02
- 09.30 horas:
Funerais em Alpalhão
- 18.00 horas: Missa
em Alpalhão
- 18.00 horas: Missa
em Nisa – Espírito Santo
Quarta, dia 03
- Gáfete:
Missa 17.00 horas. Antes e depois da Missa hipótese de confissões
- Tolosa: Missa 18.00
horas: Antes e depois Missa hipótese de confissões
- 18.00 horas: Missa
em Nisa – Espírito Santo
Quinta, dia 04
- 11.00 horas: Missa
em Amieira
- 18.00 horas: Missa
em Nisa – Espírito Santo
- 21.00 horas:
Adoração do Santíssimo.
Dia 05, Sexta-feira,
- O Calvário
estará aberto das 09.00 horas até às 17.00 horas.
- 14.30 horas: Funeral
em Alpalhão
- 17.00 horas: Reunião
do Movimento do Apostolado da oração
- 17.15 horas: Via
sacra em Nisa
- 18.00 horas: Missa
em Nisa – Espírito Santo. (Antes da Missa haverá oportunidade para confissões,
particularmente para as pessoas que tenham dificuldade em vir à noite)
- 18.00 horas: Missa
em Alpalhão
- 21.00 horas: Nisa -
Confissões na Igreja Matriz
Dia 06,sábado
- 09.00 horas: Missa
na Igreja de Nossa Senhora da Graça
- 18.00 horas: Missa
em Alpalhão
- 18.00 horas: Missa
em Nisa – Espírito Santo
- 21.00 horas: Em
Amieira e Alpalhão -Procissão de preparação para os Passos
A VOZ DO PASTOR
QUARESMA 2019 - SINAIS DE LEITURA
A Páscoa é o mistério central de todo o
Cristianismo. A sua celebração e vivência trouxeram à Igreja um tempo forte de
preparação: é a Quaresma. Há Quaresma porque é necessário preparar a celebração
e a vivência da Páscoa. Sendo a Páscoa o tempo que, por excelência, celebra a
vida cristã iniciada com o Batismo, não se resume a um dia de calendário. É,
sobretudo, uma experiência de fé, um reencontro com Cristo e o Mistério da sua
vida, um encontro com as raízes da fé, um confronto da vida com a vocação
cristã, uma interrogação e resposta sobre o sentido da vida. Entre o que somos
atualmente e aquilo que o Batismo nos define como vida cristã situa-se o
caminho que está em causa no itinerário que vai pela Quaresma até à Pascoa.
Quaresma é, portanto, um tempo fortíssimo da
vida cristã; tempo dos batizados que, para viverem mais profundamente a sua
vocação pascal, se constroem e reconstroem; tempo dos Catecúmenos porque
caminho de preparação para o Batismo; tempo de escuta mais atenta da Palavra de
Deus e da sua inclusão ética na vida quotidiana; tempo de oração mais cuidada e
disponível; tempo forte de conversão e de reconciliação, pessoal e sacramental;
tempo de relações humanas reestruturadas, redefinidas, reprojetadas,
pacificadas; tempo essencial de partilha do que se tem e do que se é; tempo de
reencontro com os valores fundamentais da vida; tempo de purificação de tudo
aquilo que, na vida, se foi instalando como tóxico: desregramentos subtis
diversos, estilos e tipos de relação humana que dividem, a lógica da
competitividade a todo o custo e da lei do mais forte, o clamor da terra
violentada, poluída e ferida por atitudes egoístas e banalizadoras dos seus
recursos, a fome que rouba a liberdade de tantos sob a indiferença de outros,
etc…
Quaresma é tempo de conversão para que, ao
chegar à Páscoa, o coração crente da Igreja e de cada batizado possa estar mais
intimamente unido e em harmonia com Cristo Senhor. A Igreja ensina-o e
sublinha-o, as comunidades cristãs já nunca o esquecem. E para que as intenções
não fiquem no abstrato e possam redundar inconsequentes, todos os anos, nos
sinais eclesiais do jejum, da partilha e da oração, encontramos os caminhos
concretos da conversão. São os caminhos em que não podemos deixar crescer
obstáculos e que havemos de cuidar por manter abertos porque sempre mostrarão a
capacidade que o Espírito de Deus tem de fazer maravilhas em cada um de nós.
Para melhor vivermos a Quaresma como tempo
precioso para a nossa fé, poderíamos, este ano, pessoal, familiar ou
comunitariamente, fazer o exercício da leitura da vida a partir destes sinais e
atitudes do jejum, da partilha e da oração. O Jejum, a Esmola ou Partilha e a
Oração não são “mínimos legais” para uma confissão bem feita. São os sinais dos
campos onde é necessário converter a vida para a recentrar em Deus.
Por isso, no caminho da conversão, o Jejum, a
Partilha e a Oração dão origem a três grandes linhas de leitura, avaliação e
reestruturação da vida quotidiana. O “Jejum” pode questionar como tem andado a
nossa relação com a vida, à qual, cristãmente, lhe chamamos “Esperança”. A
“Partilha” pode interrogar como tem sido a nossa relação com os outros, a que,
cristãmente, chamamos “Caridade”. A “Oração” pode avaliar, saborear e fazer
despertar o desejo de perceber como tem sido a nossa relação com Deus, à qual,
cristãmente, chamamos “Fé”.
Esperança, Caridade e Fé, ou seja, relação com
a vida, relação com os outros e a natureza e a relação com Deus tornam-se,
desta forma, a chave de leitura da vida que há de ser levada ao Sacramento da
Reconciliação para fazer a experiência sacramental do Perdão como reconstrução
da pessoa e reaquisição da dignidade de filhos amados de Deus. Passar ao lado
da conversão é passar ao lado da Cruz de Cristo e da Graça do Dom que ela
inaugura.
Exercitando a leitura da nossa identidade
cristã, pessoal e eclesial, nestes três caminhos, caminhos de Esperança, Caridade
e Fé, ou seja, caminhos de Jejum, Partilha e Oração, podemos, transversalmente,
interrogar-nos sobre algumas atitudes que marcam, muitas vezes quotidianamente,
a nossa vida. Existem hoje, de facto, patologias que provocam o progressivo
arrefecimento da nossa relação com a vida, com os outros e com Deus.
No caminho da Esperança e do Jejum existem
atitudes e patologias do conhecimento e do desejo. S. Máximo diz, por exemplo,
que “Adão foi vítima da sua ignorância”. De facto, às vezes, a ignorância de
Deus conduz o homem por caminhos tortuosos de experiências estranhas e
desumanizadoras. Ainda no caminho da Esperança - a relação com a vida, o jejum
- aparece a patologia ou doença do desejo que está na perversão do prazer. É o
desejo que é para o homem e não o homem que é para o desejo. Se o desejo for só
fruição autodestrói-se.
No caminho da Caridade existem também atitudes
e patologias que pedem cura: a agressividade que, muitas vezes, chega a
redundar em cólera; patologia da liberdade que afirma que o homem é livre mas
que, ao mesmo tempo, o submete a um profuso conjunto de “necessidades” e
obrigações desumanizadoras; a patologia ou doença das funções e capacidades
corporais: para que servem as nossas mãos, para que servem as nossas
capacidades, para que serve o nosso saber, para que serve e a quem aproveita a
nossa mobilidade!?
No caminho da Fé ou da relação com Deus
existem também patologias ou doenças que podemos avaliar de forma nova em tempo
de Quaresma. Existem, por exemplo, as patologias da memória: de quem ou do que
é que nos lembramos!? E o que é que permanentemente esquecemos!? Lembramo-nos
de Deus na aflição e esquecemo-l’O na alegria!? A ignorância, a negligência ou
tibieza, o esquecimento podem ser sinais da doença da memória. A patologia ou doença
da imaginação é outra que marca presença na nossa relação com Deus. Imaginar é
bom. Na vida cristã de igual forma. E a imaginação pode ser sempre produtora,
reprodutora e criadora. Mas mal da imaginação que, ao invés de puxar pela
realidade, produz a sua ilusão e a alienação.
Ler a vida nestas linhas simples de avaliação
leva-nos ao encontro de coisas boas e menos boas. E do lado das menos boas, em
vivência pessoal e comunitária, estão atitudes como azedumes, cóleras,
violências, opiniões infundadas, impiedades, rancores, ódios, calúnias,
tristezas, medos, rivalidades, cobardias, invejas e vaidades, orgulhos
egoístas, hipocrisias, mentiras, infidelidades, avidezes, ingratidões,
materialismos, gula e embriaguez, luxúrias e adultérios, magias e rituais desonestos,
preguiças, presunções, arrogâncias, apego ao poder, insensibilidades,
representação e lisonja, adulação, descaramento e insolência, dissimulação e
ganância. S. João Damasceno diz que a ociosidade está na base de muitas destas
coisas.
O Jejum, a Partilha e a Oração ou, como acima
se dizia, a Esperança, a Caridade e a Fé conduzem-nos por outros caminhos: a
temperança, a integridade, a liberdade, a alegria, a prudência e a vigilância,
a paciência, a humildade, o amor de Deus, dos outros e da natureza. O Ano
Missionário que estamos a viver pede-nos o testemunho disto mesmo.
Quem se preenche de Deus não deixa no seu
coração espaço para o pecado. A Quaresma é este caminho oferecido à Igreja para
poder participar com alegria genuína na Páscoa, Festa da Ressurreição de Jesus
e afirmação do poder da vida sobre todas as mortes.
+++++
Da Renúncia Quaresmal do ano passado
resultaram 39.568,51 euros (trinta e nove mil quinhentos e sessenta e oito
euros e cinquenta e um cêntimos) da qual, conforme anunciámos na altura, 25% se
destinavam ao Fundo Social Diocesano, gerido pela Direção da Cáritas Diocesana,
e 75%, até porque temos entre nós um Pároco daí natural, foi para a
Arquidiocese de Kananga, na República Democrática do Congo, para ajudar
naconstrução de um Centro de Acolhimento e Saúde para socorrer crianças órfãos
da guerra ou roubadas às famílias e usadas como soldados.
Este ano, em pleno Ano Missionário, voltaremos
a orientar a Renúncia Quaresmal, em 25% para o Fundo Social Diocesano, gerido
pela Cáritas Diocesana, e, o restante, para as Missões “ad gentes”. Há muitas
expressões de nos sentirmos Igreja em saída, a partilha é uma delas. Como
afirma o Papa Francisco, a missão “ad gentes” continua a revestir-se de grande
urgência. As Comunidades cristãs devem promover um fervor apostólico contagioso
e rico de entusiasmo, capaz de suscitar fascínio pela missão. Todos somos
chamados “a alimentar a alegria da Evangelização”.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 01-03-2019.
II.
CAMPANHA ELEITORAL PARA QUÊ?...
Aproxima-se a campanha eleitoral, esse tempo
tão necessário quão importante para apresentar programas, esclarecer dúvidas,
debater ideias e projetos em prol do bem comum nacional e para espevitar as
velas dormentes do castiçal europeu e mundial, o qual, para alumiar a todos,
também exige esmero e qualidade, ideias e jeito. É possível que alguém venha
por aí, e se estique, a prometer a Lua e os seus arredores, tentando fazer
acreditar que a construção do maciço do Everest e de toda a cordilheira dos Himalaias
a eles se deve!... A política, porém, no seu pluralismo e variedade legítima de
opções, tem arte e nobreza, tem valores e leis próprias que se devem
reconhecer, abraçar e respeitar. Participando nesse alegre e rezingado jogo com
sentido de responsabilidade, que ganhem os melhores, é o que todos desejamos!
Tiramos o nosso chapéu a quem se dedica à
causa pública, a quem aceita e serve dedicadamente a comunidade humana. Sabemos
que não é pêra doce, causa insónias e dissabores. Não é coisa que se possa
abraçar apenas porque dá importância e enche o ego. Cristo, o maior e o mais
importante líder de toda a humanidade e de todos os tempos, serviu sem peneiras
e contestou quem as tinha. Sempre de pé diante dos homens, serviu com amor e
honestidade, atento e sensível lavou os pés aos sofrimentos do mundo que são
tantos e tão diversos. Assim como Eu vos fiz, fazei vós também, disse-nos Ele.
A missão de bem servir implica humildade, competência e determinação. Exige
cadastro limpo e capacidade de ouvir, de perceber o melhor e agir em prol do
bem comum. Não se compadece com subserviências perante uns nem com pretensões
de proprietários ricos a distribuir esmolas perante outros. As atitudes menos
corretas, que sempre as há e saltam de onde menos se espera, provocam a
sensação, injustamente generalizada, de que todos são iguais. Sabemos que não é
assim, sabemos que essa é uma pequena minoria mesmo que os seus estragos e
escândalos sejam de efeitos devastadores e ecoem de forma dolorosa no coração
de todos. Embora o cuidado pela construção do bem comum seja da
responsabilidade de todos e de cada um, ele fundamenta, de forma muito
particular, a existência da comunidade política. É do bem comum que deriva o seu
direito natural e próprio, é ele que a justifica e lhe dá significado e sentido
(cf. GS75; ChFL42). É o bem comum que a leva a colocar-se ao serviço de todos
os homens e do homem todo, da família e da sociedade, em verdadeiro espírito de
missão. Só o espírito de serviço humilde é capaz de aliado à necessária
competência, tornar transparente e eficaz a atividade de quem se dedica à
política. É um poder delegado, um poder exercido à luz dos critérios da justiça
e da ética e não na base da força eleitoral ou de interesses pessoais ou de
grupos ou de ideologias redutoras da condição humana.
Quando, porventura, surge o recurso à
deslealdade e à mentira, o desperdício dos dinheiros públicos, a corrupção, os
jeitinhos e as clientelas, o nepotismo familiar, o uso de meios ambíguos ou
ilícitos para, a todo o custo, conquistar, conservar ou aumentar o poder de
forma “populista” e pouco ou nada popular, temos o caldo entornado e os
bichanos nas filhoses! São tentações que debilitam a consciência e arrastam aos
desvios próprios da natureza humana sempre tão frágil, tão ferida e contumaz!
Além disso, gera-se a desconfiança, diminui o espírito cívico e participativo
da população, não se educa para a cidadania, o povo sente-se prejudicado e
desiludido, constata que o bem comum vale menos que os interesses particulares,
mesquinhos e egoístas, facilmente percebe a ausência de uma equilibrada
hierarquia de valores que tenha em atenção a correta compreensão da dignidade e
dos direitos da pessoa, em sociedade (cf. CA47).
A responsabilidade por uma sociedade justa e
solidária fundamenta-se na sociabilidade natural e na interdependência das
relações sociais a que chamamos solidariedade. Mas a solidariedade não é um
sentimento de vaga compaixão pelas pessoas que sofrem. É a determinação firme e
perseverante que, de forma digna e justa, leva cada cidadão, cada grupo, cada
instituição, cada sindicato ou partido a empenhar-se pelo bem de todos e de
cada um, porque todos somos verdadeiramente responsáveis por todos (cf. SRS38).
Por isso, ninguém deve abdicar da sua responsabilidade, seja qual for a razão
que o possa levar à tentação de o querer fazer. Somos destinatários, sim, mas
somos também protagonistas desse serviço à pessoa e à sociedade. E são
inumeráveis os graus de participação em formas, níveis, funções, competências,
responsabilidades, a começar pelo dever de votar. A tarefa da construção da
sociedade tem sempre como principais critérios e objetivos a busca do bem
comum, a defesa e a promoção da justiça, como tão bem e largamente nos fala a
Doutrina Social da Igreja (cf. ChFL42).
Bento XVI afirmava que “Quando o empenho pelo
bem comum é animado pela caridade, tem uma valência superior à do empenho
simplesmente secular e político”. Na verdade, o serviço à causa pública
entendido como “alta forma de caridade”, desdobra-se em serviço abnegado à
comunidade humana, tem como ponto de honra a opção preferencial pelos mais
pobres, procura agir com a maior participação dos cidadãos, busca um verdadeiro
crescimento com equidade e inclusão, procura sempre reconstruir o tecido
familiar e social com energias de fraternidade. A fraternidade que nos une em
Cristo é muito mais do que o reconhecimento da igualdade e duma convivência
cívica e solidária entre todos. Se assim não for, esta sociedade “cada vez mais
globalizada torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos” (cf. CV19.78).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 29-03-2019.
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