terça-feira, 9 de junho de 2020






PARÓQUIAS DE NISA





Quarta-feira, 10 de junho de 2020








Quarta da X semana do comum






QUARTA-FEIRA da semana X

S. Anjo da Guarda de Portugal – MO

Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.

L 1 Dan 10,2a.5-6.12-14ab
ou Ex 23,20-23a; Sal 90 (91), 1 e 3. 5b-6. 10-11. 14-15
Ev Lc 2, 8-14

* Na Ordem Hospitaleira de S. João de Deus – B. Eustáquio Kugler, religioso – MO
* Na Ordem de São Domingos – B. João Dominici, presbítero – MF
* Nas Dioceses de Cabo Verde – Ofício e Missa da féria.
* Em Portugal – I Vésp. do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo – Compl. dep. I Vésp. dom.



Santo Anjo da Guarda de Portugal

Nota Histórica:

Os Anjos que fazem parte desse mundo invisível, a que se estende também a ação criadora de Deus, vivem inteiramente dedicados ao louvor e ao serviço de Deus. A inteligência humana tem dificuldade em exprimir a natureza dessas criaturas espirituais. A sua missão, porém, é-nos mais conhecida através da Bíblia, que, em tantos passos, dá testemunho àcerca da existência dos Anjos.

Mensageiros de Deus, em momentos decisivos da História da Salvação, os Anjos estão encarregados da Guarda dos homens (Mt. 18, 10: Act. 12,3) e da proteção da Igreja (Ap. 12, 1-9). A fé cristã crê também que cada nação em particular tem um Anjo encarregado de velar por ela.

Em Portugal a devoção ao Anjo da guarda é muito antiga. Tomou, porém, um incremento especial com as Aparições do Anjo, em Fátima, aos Pastorinhos. Pio XII mandou inserir esta comemoração no nosso Calendário.


Missa


ANTÍFONA DE ENTRADA Dan 3, 95
Bendito seja o Senhor, que enviou o seu Anjo
e libertou os seus servos, que n’Ele confiaram.


ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente,
que destinastes a cada nação o seu Anjo da Guarda,
concedei que, pela intercessão e patrocínio do Anjo de Portugal,
sejamos livres de todas as adversidades.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Dan 10, 2a, 5-6.12-14ab
«Miguel, um dos chefes principais, veio em meu auxílio»


Leitura da Profecia de Daniel

Naqueles dias,
ergui os olhos e vi um homem vestido de linho,
com um cinturão de ouro puro.
O seu corpo era semelhante ao topázio
e o rosto tinha o fulgor do relâmpago;
os olhos eram como fachos ardentes,
os braços e as pernas eram brilhantes como o bronze polido
e o som das suas palavras era como o rumor duma multidão.
Ele disse-me:
«Não temas, Daniel,
porque desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração
para compreender
e te humilhaste diante do teu Deus,
as tuas palavras foram ouvidas.
É por causa das tuas palavras que eu venho.
O chefe do reino da Pérsia resistiu-me durante vinte e um dias. Então Miguel, um dos chefes principais, veio em meu auxílio. Eu estive lá, a fazer frente ao chefe dos reis da Pérsia,
e vim para te explicar o que vai suceder ao teu povo,
no fim dos tempos».

Palavra do Senhor.


Pode também utilizar-se Ex 23, 20-23a: 2 de Outubro


SALMO RESPONSORIAL Salmo 90 (91), 1 e 3.5b-6.10-11.14-15 (R. 11)
Refrão: O Senhor mandará aos seus Anjos
que te guardem em todos os teus caminhos.


Tu, que habitas sob a proteção do Altíssimo,
moras à sombra do Omnipotente.
Ele te livrará do laço do caçador
e do flagelo maligno.

Não temerás o pavor da noite,
nem a seta que voa de dia;
nem a epidemia que se propaga nas trevas,
nem a peste que alastra em pleno dia.

Nenhum mal te acontecerá,
nem a desgraça se aproximará da tua morada.
Porque o Senhor mandará aos seus Anjos
que te guardem em todos os teus caminhos.

«Porque confiou em Mim, hei de salvá-lo;
hei de protegê-lo, pois conheceu o meu nome.
Quando Me invocar, hei de atendê-lo,
estarei com ele na tribulação,
hei de libertá-lo e dar-lhe glória».


ALELUIA Lc 2, 10
Refrão: Aleluia. Repete-se
Disse o Anjo do Senhor:
«Anuncio-vos uma grande alegria para todo o povo. Refrão


EVANGELHO Lc 2, 8-14
«Anuncio-vos uma grande alegria»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo,
havia naquela região uns pastores que viviam nos campos
e guardavam de noite os rebanhos.
O Anjo do Senhor aproximou-se deles
e a glória do Senhor cercou-os de luz;
e eles tiveram grande medo.
Disse-lhes o Anjo:
«Não temais,
porque vos anuncio uma grande alegria para todo o povo:
nasceu-vos hoje, na cidade de David, um Salvador,
que é Cristo Senhor.
Isto vos servirá de sinal:
encontrareis um Menino recém-nascido,
envolto em panos e deitado numa manjedoura».
Imediatamente juntou-se ao Anjo
uma multidão do exército celeste,
que louvava a Deus, dizendo:
«Glória a Deus nas alturas
e paz na terra aos homens por Ele amados».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei, Senhor, estas ofertas
que apresentamos ao vosso altar
e fazei que, por intercessão do nosso Anjo da Guarda,
sejamos defendidos de toda a adversidade.
Por Nosso Senhor.


Prefácio dos Anjos


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Judite 13, 20.21
Bendito seja o Senhor, que me protegeu por meio do seu Anjo.
Dai graças ao Senhor, porque é eterna a sua misericórdia.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentais
neste admirável sacramento de vida eterna,
dirigi os nossos passos, por meio do vosso Anjo,
no caminho da salvação e da paz.
Por Nosso Senhor.







« O Coração do Homem-Deus não julga os corações humanos. O Coração chama. O Coração «convida». Com este fim foi aberto com a lança do soldado»

São João Paulo II:







ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra



LEITURAS I:




AGENDA DO DIA

18.00 horas: Missa em Nisa.






A VOZ DO PASTOR


ATITUDES QUE INTERPELAM E EMPOBRECEM

Admita o amigo leitor que foi convidado para um banquete, um opíparo banquete!... Sei que merece isso e muito mais, até pela paciência que tem manifestado em ler estes meus escritos de perna longa. Sabendo embora que não há almoços grátis - como diz quem sabe!-, suponha que o amigo leitor aceitou o convite para esse tal vitamínico, sentindo-se muito honrado, vindo ele de quem vinha. A contento de todos, marcaram o dia e a hora. Quem o convidou, caprichou na preparação do manjar, colocou na mesa a mais artística toalha de linho mui caprichada por mãozinhas de ouro na arte da renda e do tricô, sacou da cristaleira a melhor baixela, procurou os melhores vinhos, convidou os parentes e amigos para fazer sala, não esqueceu até um pequeno grupo de animação musical. No dia marcado e à hora combinada, janotamente enfardelado, lá aparece, cheio de nove horas por ter sido distinguido por tão respeitado anfitrião. Cumprimenta todos os presentes, puxa conversa de ocasião em aperitivos de acolhimento, e todos se abancam à mesa. O pitéu, do melhor e zelosamente preparado, é servido com todos os requintes, mesuras e protocolos. O amigo leitor, porém, ilustre convidado, já instalado e de guardanapo estendido, aprecia as beldades que o rodeiam e tudo o mais que se passa à sua volta, mas recusa comer, não toca na comida!... Ao notarem o facto, todos se olham, todos estranham, todos se interrogam: será que não gosta? Será que está doente? Será que nos quer ofender? Será que ficou pírulas e já não fecha bem a gaveta? Será que... será que... Ora, isto seria uma atitude muito estranha que, por certo, ninguém faria, mesmo que o ambiente fosse de cortar à faca e a refeição intragável, a dar vontade de chamar pelo gregório...

Já reparou que essa é a atitude que muitos tomam quando participam na Missa? “Felizes os convidados para a Ceia do Senhor”! Tantos quantos se encontram na Assembleia sentem-se felizes, foram convidados, não por um bípede humano qualquer por mais importante que fosse, mas pelo próprio Senhor do Universo, pelo Filho de Deus, por aquele que deu a vida por todos, gratuitamente, por amor, sem passar fatura! Também os membros da Assembleia aceitaram o honroso convite que Ele lhes fez. Também eles marcaram o dia e a hora, geralmente ao Domingo, e apareceram à hora determinada. À chegada, todos se saúdam com alegria e alimentam agradável conversa uns com os outros até se acomodarem à volta da mesa do Altar. O Pão da Vida é colocado sobre a mesa e servido gentilmente. Mas... eis que os felizes convidados não comem!... Será que não gostam deste alimento? Será que estão doentes? Será que querem ofender quem os convidou? Será que endoidaram? Ou será que, na sua indignidade de braço dado com a preguiça, estão à espera que o Senhor diga uma só palavra e faça um milagre? “Senhor, eu não sou digno que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e serei salvo”.

Não acredito que não gostem do pão eucarístico. Não acredito que queiram ofender quem os convidou. Também não acredito que estejam pírulas. Ficam-nos, então, duas hipóteses: ou estão doentes, ou estão mesmo à espera de um milagre. Isto é: ou estão, de facto, em pecado, ou então, por não quererem mudar de vida, estão à espera que o Senhor diga a tal palavra mágica, sem qualquer esforço da sua parte! Dizem-se indignos na oração que fazem, mas são pretensiosos na vida, querem milagres, querem ser diferentes, reclamam exceção.


No primeiro caso, se estão doentes, devem, na verdade, respeitar a dieta. Ninguém deve comer aquilo que lhe vai agravar o estado de saúde, morrerá mais depressa. Sim, se está espiritualmente doente, em pecado grave, não deverá comungar, seria pior. Deve, sim, alimentar-se do Pão da Palavra para espicaçar a vontade de recuperar a vida saudável. Mas então a Eucaristia não é um remédio para quem está doente? Sim, é, é verdade. A Igreja ensina que a Eucaristia é “o remédio pelo qual somos livres das falhas cotidianas e preservados dos pecados mortais”, e são os doentes que precisam de médico. Mas nem todos os medicamentos são bons para todas as situações de doença. Podem até ser contraproducentes, ter efeitos letais. Medicamentos há, que, para serem tomados, exigem antecipada preparação do organismo, para que, depois, se possam ingerir de forma curativa. Também aqui é o caso, há que antecipar alguns cuidados! Há que reconhecer o pecado e pedir perdão na Reconciliação, para que, depois, pela receção da Eucaristia, se tenha vida e vida em abundância!

No segundo caso, se estão à espera que o Senhor faça um milagre nas suas vidas, a coisa é mais problemática. É verdade que todos somos indignos dessa mesa e desse pão, mas nessa indignidade, temos de fazer a nossa parte. Também é certo que, de quando em vez, acontecem milagres que nos fazem abrir a boca até às orelhas, e agradecemos. No entanto, não é muito provável que o Senhor faça um milagre quando as pessoas, por preguiça, preconceitos ou maleitas autorreferenciais, se acomodam às situações, gerando até escândalo nas comunidades, não fazendo nem querendo fazer o que está ao seu alcance. Por vezes, podem as situações ser difíceis de resolver, irreversíveis até, e com grande desgosto para quem as vive. No entanto, mesmo nesses casos, há sempre um caminho possível a trilhar. A Igreja é mãe, embora não possa aceitar tudo, acolhe a todos e a todos ajuda a caminhar, ainda que não lhes possa dizer o que, nessas circunstâncias, as pessoas gostariam de ouvir. E quem, por consequência da sua situação,  se sente impossibilitado de participar na Comunhão, e aceita o que lhe diz a Igreja, pode demonstrar muito mais amor à Eucaristia do que muitos daqueles que lá vão todos os dias.

Também pode haver uma terceira e uma quarta situação que nos interpelam. A primeira, será a daquelas pessoas que, embora sem pecado, tanto lhes faz ir como não ir à Comunhão. E se porventura vão, não pensam bem no que vão fazer, fazem-no de forma indiferente, fria, rotineira, em jeito de maria vai com as outras. Isto se pode constatar, por exemplo, quando, apesar de frequentarem a Comunhão, jamais deixam de fomentar a “cultura” da maledicência, fantasiando, caluniando, espalhando boatos, criando divisões e mal estar nas comunidades, numa espécie de contra apostolado bisbilhoteiro e contagiante no qual o Papa Francisco tanto tem zurzido. A segunda situação, poderá ser a de quem, sabendo que não está em condições de o fazer, sempre que participa na Eucaristia, vai à Sagrada Comunhão, como se de um direito ou de um mero gesto social se tratasse, afrontando a misericórdia do Senhor, prejudicando-se a si próprio e ao testemunho que deve dar.


O Senhor apresentou-se como o Pão da Vida e disse-nos que quem comesse desse pão viveria eternamente e o ressuscitaria no último dia. Prometeu que a pessoa que comesse desse pão, permaneceria nele, em Jesus, e Jesus nele, no comungante. E que assim como o Pai o enviara e ele vivia pelo Pai, também aquele que dele se alimentasse viveria por ele, por Jesus (cf. Jo 6, 48-58). São Paulo, por sua vez, recorda-nos que sempre que comemos desse pão, anunciamos a morte do Senhor, e alerta para que cada um se examine a si próprio antes de comungar, pois aquele que o faz sem discernir o Corpo do Senhor, come a sua própria condenação (cf. 1Cor 11, 26-29).

A Solenidade do Corpo de Deus que iremos celebrar, é uma boa ocasião para cada um de nós se interrogar sobre se a Eucaristia é, para si, na verdade, uma necessidade vital, uma trave mestra e estruturante da sua vida espiritual e da sua atividade apostólica, ou se é outra coisa qualquer, vivida na indiferença. Se, realmente, é importante, então, a própria vida será pautada pelo ensinamento do lava-pés. Dará frutos abundantes e saborosos, todo o mundo beneficiará.

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 05-06-2020.


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