terça-feira, 2 de junho de 2020






PARÓQUIAS DE NISA





Quarta-feira, 03 de junho de 2020








Quarta da IX semana do tempo comum







SS. Carlos Lwanga e Companheiros, mártires – MO

Vermelho – Ofício da memória.
Missa da memória.

L 1 2 Tim 1, 1-3. 6-12; Sal 122 (123), 1-2a. 2bcd
Ev  Mc 12, 18-27


* Na Ordem Hospitaleira de S. João de Deus – S. João Grande, religioso – MO
* Na Sociedade Missionária da Boa Nova – SS. Carlos Lwanga e Companheiros, mártires – MO
* Nas Dioceses de Cabo Verde – SS. Carlos Lwanga e Companheiros, mártires, Padroeiros de África – FESTA.


SS. CARLOS LWANGA e COMPANHEIROS, mártires

Nota Histórica:
Entre os anos 1885 e 1887, foram condenados à morte muitos cristãos no Uganda, por ordem do rei Mwanda em ódio da religião. Alguns deles eram funcionários da corte real ou até adjuntos do próprio rei. Entre eles distinguem-se Carlos Lwanga e seus vinte e um companheiros, pela sua inquebrantável adesão à fé católica. Foram uns decapitados e outros queimados vivos, por não terem cedido às impuras ordens do rei.


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA
Alegram-se no Céu as almas dos Santos
que seguiram os passos de Cristo:
porque derramaram o sangue por seu amor,
com Cristo reinarão eternamente. (T. P. Aleluia.)
Em África diz-se o Glória.


ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, que fazeis do sangue dos mártires semente de cristãos, concedei que a seara da vossa Igreja, regada com o sangue de São Carlos Lwanga e seus companheiros, produza sempre abundante colheita para o vosso reino. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I (anos pares) 2 Tim 1, 1-3.6-12

«Reanima o dom de Deus,
que recebeste pela imposição das minhas mãos»


Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo a Timóteo

Paulo, apóstolo de Jesus Cristo por vontade de Deus, para anunciar a promessa da vida que está em Cristo Jesus, a Timóteo, meu filho caríssimo: a graça, a misericórdia e a paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, Nosso Senhor. Dou graças a Deus, a quem sirvo com pura consciência, a exemplo dos meus antepassados, quando, noite e dia, sem cessar, me recordo de ti nas minhas orações. Por isso te exorto a que reanimes o dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos. Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de caridade e moderação. Não te envergonhes de dar testemunho de Nosso Senhor, nem te envergonhes de mim, seu prisioneiro; mas sofre comigo pelo Evangelho, confiando no poder de Deus. Ele salvou-nos e chamou-nos à santidade, não em virtude das nossas obras, mas do seu próprio desígnio e da sua graça. Esta graça, que nos foi dada em Cristo Jesus, desde toda a eternidade, manifestou-se agora pelo aparecimento de Cristo Jesus, nosso Salvador, que destruiu a morte e fez brilhar a vida e a imortalidade, por meio do Evangelho, do qual eu fui constituído pregador, apóstolo e mestre. É por esse motivo que eu suporto os sofrimentos, mas não me envergonho; porque sei em quem pus a minha confiança e estou certo de que Deus tem poder para guardar a missão que me foi confiada até ao último dia.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL
122 (123), 1-2a.2bcd (R. 1a)
Refrão: Para Vós, Senhor, levanto os meus olhos. Repete-se

Levanto os meus olhos para Vós,
para Vós que habitais no Céu,
como os olhos do servo
se fixam nas mãos do seu senhor. Refrão

Como os olhos da serva
se fixam nas mãos da sua senhora,
assim os nossos olhos
se voltam para o Senhor nosso Deus,
até que tenha piedade de nós. Refrão


ALELUIA
Jo 11, 25a.26
Refrão: Aleluia Repete-se

Eu sou a ressurreição e a vida, diz o Senhor:
quem acredita em Mim não morrerá. Refrão


EVANGELHO
Mc 12, 18-27
«Não é Deus de mortos, mas de vivos»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segunfo São Marcos

Naquele tempo, foram ter com Jesus alguns saduceus – que afirmam não haver ressurreição – e perguntaram-lhe: «Mestre, Moisés deixou-nos escrito: ‘Se morrer a alguém um irmão, que deixe esposa sem filhos, esse homem deve casar-se com a viúva, para dar descendência a seu irmão’. Ora havia sete irmãos. O primeiro casou-se e morreu sem deixar descendência. O segundo casou com a viúva e também morreu sem deixar descendência. O mesmo sucedeu ao terceiro. E nenhum dos sete deixou descendência. Por fim morreu também a mulher. Na ressurreição, quando voltarem à vida, de qual deles será ela esposa? Porque todos os sete se casaram com ela». Disse-lhes Jesus: «Não andareis vós enganados, ignorando as Escrituras e o poder de Deus? Na verdade, quando ressuscitarem dos mortos, nem eles se casam, nem elas são dadas em casamento; mas serão como os Anjos nos Céus. Quanto à ressurreição dos mortos, não lestes no Livro de Moisés, no episódio da sarça ardente, como Deus disse: ‘Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob’? Ele não é Deus de mortos, mas de vivos. Vós andais muito enganados».

Palavra da salvação..


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor, que destes aos santos mártires a graça de preferir a morte ao pecado, recebei as nossas oferendas e fazei que, ao servir o vosso altar, nos consagremos a Vós de todo o coração.Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Rom 8, 38-39
Nem a morte nem a vida nem criatura alguma
poderá separar-nos do amor de Cristo. (T. P. Aleluia.)


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

Senhor, que nos fizestes participar nos divinos sacramentos ao celebrarmos o triunfo dos vossos santos mártires, concedei-nos que, assim como eles encontraram na Eucaristia a força para suportar os tormentos, também nós, pela comunhão nos santos mistérios, sejamos fortes na fé e na caridade para vencermos as dificuldades da vida. Por Nosso Senhor.






«Se quiseres ir depressa vai sozinho; mas se queres ir longe, vai acompanhado»

Provérbio africano








ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra



LEITURAS I: 2 Tim 1, 1-3.6-12: O destinatário imediato da carta de Paulo, Timóteo é como ele, discípulo e testemunha do Senhor Jesus, para revelar aos homens, sem medo nem vergonha, a salvação manifestada em Jesus. Essa salvação é a vida eterna, a imortalidade gloriosa. Timóteo recebeu esta missão de Paulo pela imposição das mãos. Assim começa a desenrolar-se a cadeia da missão apostólica através dos tempos.

Mc 12, 18-27: Os saduceus, embora da linhagem sacerdotal de Israel, interrogam Jesus, de modo quase grosseiro, para ver se apanham o Senhor numa cilada, com um problema que diz respeito a mortos. Jesus mostra-lhes que eles são mestres, mas ignorantes. Lêem as Escrituras, mas não lhes entendem o espírito; são materialistas. E, citando também a Escritura, Jesus mostra como Deus, que já em Moisés Se revelara aos seus antepassados como Deus vivo, Ele, que é fiel, assim continua a ser, vivo e fonte de vida. A ressurreição é possível.






AGENDA DO DIA



17.00 horas: Missa em Gáfete
18.00 horas: Missa em Tolosa
18.00 horas: Missa em Nisa







A VOZ DO PASTOR


MÉDICOS EM TERAPIA HÁ MUITO TESTADA

Sejam quais forem as ferramentas que cada pessoa tem de usar no seu trabalho, desde o delicado bisturi ao pincel, do teclado ao tubo de ensaio, do pensamento à vassoura de rua, dos telescópios às panelas da cozinha, da máscara de carnaval à da pandemia (e mais pode acrescentar o leitor!...), seja qual for essa ferramenta, será bom aceitar o conselho de Anselmo de Cantuária: “Ó homem, deixa um momento as tuas ocupações habituais. Entra um instante em ti mesmo, longe do tumulto dos teus pensamentos. Põe de parte os cuidados que te apoquentam e liberta-te agora das inquietações que te absorvem. Entrega-te uns momentos a Deus, descansa por algum tempo na sua presença. Entra no íntimo da tua alma. Remove tudo, exceto Deus e o que te possa ajudar a procurá-lo no silêncio”.

Este autor do século XI aconselha o homem a pedir a Deus que ensine o seu coração a saber onde e como o procurar e encontrar. E coloca o homem a fazer perguntas para saber quem o poderá ajudar, como, com que sinais, com que aspeto poderá ele encontrar Deus!

Li, há dias, no “Ecos do Sameiro”, o testemunho de um jovem médico da Lombardia, Julian Urban, de 38 anos, um dos testemunhos compilados por Gianni Giardinelli, e que, com a devida vénia, aqui transcrevo. Diz ele: “Nunca, nos meus piores pesadelos, eu imaginei ter uma experiência como a que estou a ter, nas últimas semanas, no hospital onde trabalho. O pesadelo continua – o rio está cada vez mais caudaloso. No princípio vieram alguns pacientes, depois, dezenas – por fim, centenas. Neste momento já não somos mais médicos: tornámo-nos uma espécie de ‘classificadores’ na ‘linha de montagem’, decidindo quem vive e quem é enviado para casa para morrer – mesmo aqueles que durante toda a sua vida pagaram os seus impostos ao Estado italiano. Até há duas semanas atrás, eu e os meus colegas éramos ateus; isso era o mais normal, pois como médicos aprendemos que a ciência exclui a presença de Deus. Sempre trocei do facto de os meus pais irem à Igreja. Um pastor, já idoso, de 75 anos, veio ter connosco há 9 dias atrás, era um homem afável, de modos gentis e estava com sérias dificuldades em respirar, mas trazia uma Bíblia consigo e ficámos impressionados com ele ao lê-la aos moribundos, segurando-lhes as mãos. Estávamos todos cansados, desencorajados, física e mentalmente exaustos, quando, finalmente, tivemos tempo para o ouvir. Agora, temos de admitir: como seres humanos chegámos ao limite, não podemos fazer mais – mas as pessoas estão a morrer diariamente, e cada vez mais. E estamos exaustos: dois dos nossos colegas já morreram e há outros que estão infetados. Chegámos à conclusão de que o que quer que seja que o homem pode fazer, precisamos de Deus – e começamos a pedir-Lhe ajuda, sempre que temos alguns minutos disponíveis. Falamos uns com os outros e é incrível como nós, ateus empedernidos, estamos agora diariamente em busca da nossa paz, pedindo ao Senhor para nos ajudar a resistir, a fim de podermos cuidar dos doentes. Ontem, o idoso Pastor de 75 anos morreu – e apesar de termos tido mais de 120 mortes aqui, nas últimas semanas, e estarmos todos exaustos, destruídos, aquele Pastor trouxe-nos paz como nós nunca pensámos ter nesta altura, apesar das nossas condições e dificuldades. O Pastor partiu para estar com o Senhor e bem depressa nós iremos também, seguindo-o se as coisas continuarem como até aqui. Há seis dias que não vou a casa; nem sei quando comi pela última vez e estou a tomar consciência da minha ociosidade na terra. Quero dedicar o meu último sopro de vida a ajudar o meu próximo. Estou feliz porque me voltei para Deus, novamente, rodeado do sofrimento e da morte dos meus concidadãos”. 

Eis um exemplo, um sinal, um aspeto pelo qual podemos encontrar Deus. Ele serve-se de tudo para que o possamos encontrar!... É particularmente sensível à vida humana, sejam quais forem os seus caminhos, êxitos e fracassos. Conhece-nos, chama-nos pelo nome, dá ânimo ao cansado e firmeza ao enfraquecido, estende-nos a mão mas sem nos obrigar a que Lhe dêmos a nossa. Porque respeita a liberdade de cada um e cada um nem sempre a sabe usar, o bem e o mal coexistem, o trigo e o joio crescem juntos, lado a lado, até à ceifa (cf. Mt13,24-30). E, se, porventura, nos parece que o mal e o joio predominam, isso não acontece porque Deus é indiferente ou nos abandona. Acontece, sim, porque nós o abandonamos, porque entendemos que a liberdade é fazer o que quero, o que me dá na gana,  e não fazer o que devo. Deus não nos esquece, não foge nem se esconde, acompanha-nos, respeitando a nossa liberdade, tantas vezes confundida com libertinagem! Esta atitude de Deus parece-nos estranha. Sim, é estranha! Conforme lemos na Sagrada Escritura, é uma sabedoria demasiado profunda para nós, tão sublime que não temos capacidade para ela (cf. Sl 139,6).

No entanto, Deus, na sua condescendência infinita, deu-nos um sinal por excelência, um sinal para o encontrarmos. Enviou-nos o seu Filho, para nos falar, para nos dar a conhecer o próprio Pai e o seu amor por nós. Para isso, Jesus assumiu a nossa condição humana, trabalhou com mãos humanas, pensou com inteligência humana, agiu com vontade humana, amou com coração humano, tornou-se verdadeiramente um de nós e morreu por cada um de nós, para nos salvar (cf. GS22). Sentiu fome e sede, cansaço e sono, sentiu a dor e a tristeza, a alegria e a traição, a perseguição e o abandono, chorou. Porque sempre falava do Pai e com o Pai, um dia, Filipe, entusiasmado com a conversa de Jesus, saiu-se com esta: “Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta!”. Disse-lhe Jesus: “Há tanto tempo que estou convosco e não me conheces, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como dizes tu: ‘Mostra-nos o Pai!’? Não acreditas que Eu estou no Pai, e o Pai está em mim? As palavras que Eu vos digo, não as digo por mim mesmo; o Pai, que permanece em mim, realiza as suas obras. Acreditai em mim: Eu estou no Pai, e o Pai em mim. Se não, acreditai por causa das obras em si” (Jo 14, 8-11).

Cristo é, de facto, o Sinal, o Sacramento do Pai, o Filho de Deus, o Caminho a conhecer e a trilhar! Quantas vezes Ele já nos terá tocado no ombro!... Quantas vezes teremos feito de conta que não percebemos!... Adotar o conselho que a CP nos dá nas passagens de nível, pode ser um bom método para perceber os sinais que Deus nos vai dando para que não sejamos trucidados pelas rodas da vida: PARE, ESCUTE E OLHE...

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 22-05-2020.




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