domingo, 29 de março de 2020






PARÓQUIAS DE NISA



Segunda, 30 de março de 2020









Segunda da V semana da Quaresma






SEGUNDA-FEIRA da semana V
Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. I da Paixão.

L 1 Dan 13, 1-9.15-17.19-30.33-62
ou Dan 13, 41c-62; Sal 22 (23),1-3a.3b-4b.5.6
Ev Jo 8, 1-11


* No Patriarcado de Lisboa – Aniversário da Ordenação episcopal de D. Joaquim Augusto da Silva
Mendes, Bispo Auxiliar (2008).



MISSA


ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 55, 2
Compadecei-Vos de mim, Senhor, porque os homens me oprimem e todo o dia me perseguem os inimigos.


ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, cuja infinita bondade nos enche de bênçãos, concedei-nos a graça de iniciar uma vida nova que nos prepare para a glória do vosso reino. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I -Forma longa Dan 13, 1-9.15-17.19-30.33-62
«Vou morrer, sem ter feito nada do que disseram contra mim»


Leitura da Profecia de Daniel

Naqueles dias, morava em Babilónia um homem chamado Joaquim. Tinha desposado uma mulher chamada Susana, filha de Helcias, muito bela e temente ao Senhor. Os seus pais eram justos e tinham instruído a filha na Lei de Moisés. Joaquim era muito rico e tinha um jardim contíguo à sua casa. Os judeus reuniam-se com ele frequentemente, porque era o mais ilustre de todos eles. Naquele ano tinham designado como juízes dois anciãos do povo, daqueles que o Senhor denunciara, dizendo: «De Babilónia veio a iniquidade de velhos que passavam por dirigentes do povo». Estes dois frequentavam a casa de Joaquim e a eles recorriam todos os que tinham alguma questão de justiça. Quando, ao meio do dia, o povo se retirava, Susana vinha passear para o jardim do seu marido. Os dois velhos observavam-na todos os dias, quando entrava no jardim para passear, e apaixonaram-se por ela. Perverteram a sua mente e desviaram os seus olhos de modo a não olharem para o Céu e não se lembrarem dos seus justos juízos. Estando eles à espera de ocasião favorável, um dia Susana veio, como de costume, acompanhada somente de duas meninas; e, como estava calor, quis tomar banho no jardim. Não se encontrava ali ninguém, senão os dois velhos escondidos a espreitá-la. Susana disse às meninas: «Trazei-me óleo e unguentos e fechai as portas do jardim, para eu tomar banho». Logo que elas saíram, os dois velhos levantaram-se, correram para junto de Susana e disseram-lhe: «As portas do jardim estão fechadas, ninguém nos vê e nós estamos apaixonados por ti. Dá-nos o teu consentimento e entrega-te a nós. Senão, acusar-te-emos dizendo que estava contigo um jovem e por isso mandaste embora as meninas». Então Susana gemeu e exclamou: «Estou cercada por todos os lados: se praticar semelhante coisa, espera-me a morte; se não a praticar, não poderei fugir às vossas mãos. Mas prefiro cair nas vossas mãos sem ter feito nada a pecar na presença do Senhor». Então Susana gritou com voz forte, mas os dois velhos gritaram também contra ela e um deles correu a abrir as portas do jardim. Logo que as pessoas da casa ouviram estes gritos no jardim, precipitaram-se pela porta do lado, para verem o que tinha acontecido. Quando os velhos contaram a sua versão, os servos coraram de vergonha, pois nunca se tinha dito de Susana semelhante coisa. No dia seguinte, quando o povo se reuniu em casa de Joaquim, marido de Susana, vieram os dois velhos cheios de rancor contra ela, pretendendo condená-la à morte. E disseram diante do povo: «Mandai chamar Susana, filha de Helcias, mulher de Joaquim». Foram buscá-la e ela veio com os pais, os filhos e todos os parentes. Os seus familiares choravam, assim como todos os que a viam. Os dois velhos levantaram-se no meio do povo e puseram as mãos sobre a cabeça de Susana. Ela, a soluçar, ergueu os olhos ao Céu, porque o seu coração confiava no Senhor. Os velhos disseram: «Enquanto passeávamos sós pelo jardim, entrou ela com duas servas; fechou as portas do jardim e mandou embora as servas. Veio então ter com ela um jovem, que estava escondido, e deitou-se com ela. Nós, que estávamos a um canto do jardim, ao ver aquela maldade, corremos sobre eles. Embora os tivéssemos visto juntos, não pudemos agarrar o jovem, porque era mais forte do que nós, e, abrindo a porta, pôs- se em fuga. A ela, porém, apanhámo-la e perguntámos-lhe quem era o jovem, mas ela não quis dizer-nos Somos testemunhas do facto». A assembleia deu-lhes crédito, por serem anciãos do povo e juízes, e condenou Susana à morte. Então Susana disse em altos brados: «Deus eterno, que sabeis o que é secreto e conheceis todas as coisas antes que aconteçam, Vós sabeis que eles proferiram contra mim um falso testemunho. E eu vou morrer, sem ter feito nada do que eles maliciosamente disseram contra mim». O Senhor ouviu a oração de Susana. Quando a levavam para ser executada, Deus despertou o espírito santo dum rapazinho chamado Daniel, que gritou com voz forte: «Eu sou inocente da morte desta mulher». Todo o povo se voltou para ele e perguntou: «Que palavras são essas que acabas de dizer?» Daniel, de pé no meio deles, respondeu: «Sois tão insensatos, ó filhos de Israel, que, sem julgamento nem conhecimento claro dos factos, condenais uma filha de Israel? Voltai ao tribunal, porque estes dois homens levantaram contra ela um falso testemunho». O povo regressou a toda a pressa e os anciãos disseram a Daniel: «Vem sentar-te no meio de nós e expõe-nos o teu pensamento, pois Deus concedeu-te a dignidade dos anciãos». Daniel disse-lhes: «Separai-os um do outro e eu os julgarei». Quando os separaram, Daniel chamou o primeiro e disse-lhe: «Envelheceste na prática do mal, mas agora aparecem os pecados que outrora cometeste, quando lavravas sentenças injustas, condenando os inocentes e absolvendo os culpados, apesar de o Senhor dizer: ‘Não dareis a morte ao inocente e ao justo’. Pois bem. Se viste esta mulher, debaixo de que árvore descobriste os dois juntos?». Ele respondeu: «Debaixo de um lentisco». Replicou Daniel: «A tua mentira cairá sobre a tua cabeça, pois o Anjo de Deus já recebeu a sentença, para te rachar ao meio». Depois de o terem afastado, Daniel ordenou que trouxessem o outro e disse-lhe: «Raça de Canaã e não de Judá, a beleza seduziu-te e o desejo perverteu-te o coração. Era assim que procedíeis com as filhas de Israel e elas por medo entregavam-se a vós. Pois bem, diz-me então: Debaixo de que árvore os surpreendeste juntos?» Ele respondeu: «Debaixo de um carvalho». Replicou Daniel: «A tua mentira cairá sobre a tua cabeça, pois o Anjo de Deus está à tua espera com a espada na mão para te cortar ao meio. Assim acabará convosco». Toda a assembleia clamou em alta voz, bendizendo a Deus, que salva aqueles que esperam n’Ele. Levantaram-se então contra os dois velhos, porque Daniel os tinha convencido de falso testemunho, pela sua própria boca. Para cumprirem a Lei de Moisés, aplicaram-lhes a mesma pena que tão impiamente tinham preparado para o seu próximo e executaram-nos; e foi salva naquele dia uma vida inocente.

Palavra do Senhor.


LEITURA I- Forma breve Dan 13, 41c-62
«Vou morrer, sem ter feito nada do que disseram contra mim»



Leitura da Profecia de Daniel

Naqueles dias, a assembleia condenou Susana à morte. Então Susana disse em altos brados: «Deus eterno, que sabeis o que é secreto e conheceis todas as coisas antes que aconteçam, Vós sabeis que eles proferiram contra mim um falso testemunho. E eu vou morrer, sem ter feito nada do que eles maliciosamente disseram contra mim». O Senhor ouviu a oração de Susana. Quando a levavam para ser executada, Deus despertou o espírito santo dum rapazinho chamado Daniel, que gritou com voz forte: «Eu sou inocente da morte desta mulher». Todo o povo se voltou para ele e perguntou: «Que palavras são essas que acabas de dizer?» Daniel, de pé no meio deles, respondeu: «Sois tão insensatos, ó filhos de Israel, que, sem julgamento nem conhecimento claro dos factos, condenais uma filha de Israel? Voltai ao tribunal, porque estes dois homens levantaram contra ela um falso testemunho». O povo regressou a toda a pressa e os anciãos disseram a Daniel: «Vem sentar-te no meio de nós e expõe-nos o teu pensamento, pois Deus concedeu-te a dignidade dos anciãos». Daniel disse-lhes: «Separai-os um do outro e eu os julgarei». Quando os separaram, Daniel chamou o primeiro e disse-lhe: «Envelheceste na prática do mal, mas agora aparecem os pecados que outrora cometeste, quando lavravas sentenças injustas, condenando os inocentes e absolvendo os culpados, apesar de o Senhor dizer: ‘Não dareis a morte ao inocente e ao justo’. Pois bem. Se viste esta mulher, debaixo de que árvore descobriste os dois juntos?». Ele respondeu: «Debaixo de um lentisco». Replicou Daniel: «A tua mentira cairá sobre a tua cabeça, pois o Anjo de Deus já recebeu a sentença, para te rachar ao meio». Depois de o terem afastado, Daniel ordenou que trouxessem o outro e disse-lhe: «Raça de Canaã e não de Judá, a beleza seduziu-te e o desejo perverteu-te o coração. Era assim que procedíeis com as filhas de Israel e elas por medo entregavam-se a vós. Pois bem, diz-me então: Debaixo de que árvore os surpreendeste juntos?» Ele respondeu: «Debaixo de um carvalho». Replicou Daniel: «A tua mentira cairá sobre a tua cabeça, pois o Anjo de Deus está à tua espera com a espada na mão para te cortar ao meio. Assim acabará convosco». Toda a assembleia clamou em alta voz, bendizendo a Deus, que salva aqueles que esperam n’Ele. Levantaram-se então contra os dois velhos, porque Daniel os tinha convencido de falso testemunho, pela sua própria boca. Para cumprirem a Lei de Moisés, aplicaram-lhes a mesma pena que tão impiamente tinham preparado para o seu próximo e executaram-nos; e foi salva naquele dia uma vida inocente.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 22 (23), 1-2a.2b-3.5-6 (R. 4a)
Refrão: Ainda que passe por vales tenebrosos,
nada temo, porque Vós estais comigo
. Repete-se

O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma. Refrão

Ele me guia por sendas direitas,
por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos
não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo. Refrão

Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça
e o meu cálice transborda. Refrão

A bondade e a graça hão-de acompanhar-me
todos os dias da minha vida,
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre. Refrão


ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Ez 33, 11
Refrão: Glória a Vós, Jesus Cristo, Sabedoria do Pai. Repete-se
Eu não quero a morte do pecador, diz o Senhor,
mas que se converta e viva. Refrão


EVANGELHO Jo 8, 1-11
«Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, Jesus foi para o Monte das Oliveiras. Mas de manhã cedo, apareceu outra vez no templo e todo o povo se aproximou d’Ele. Então sentou-Se e começou a ensinar. Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus uma mulher surpreendida em adultério, colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus: «Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Na Lei, Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres. Tu que dizes?». Falavam assim para Lhe armarem uma cilada e terem pretexto para O acusar. Mas Jesus inclinou-Se e começou a escrever com o dedo no chão. Como persistiam em interrogá-l’O, Ele ergueu-Se e disse-lhes: «Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra». Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão. Eles, porém, quando ouviram tais palavras, foram saindo um após outro, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio. Jesus ergueu-Se e disse-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?». Ela respondeu: «Ninguém, Senhor». Jesus acrescentou: «Também Eu não te condeno. Vai e não tornes a pecar».

Palavra da salvação.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Fazei, Senhor, que, reunidos para celebrar estes santos misté¬rios, Vos ofereçamos, como fruto da penitência, a alegria dos nossos corações purificados. Por Nosso Senhor.

Prefácio da Paixão do Senhor I


ANTÍFONA DA COMUNHÃO
Quando se lê o Evangelho da mulher adúltera: Jo 8, 10-11
Mulher, ninguém te condenou? Ninguém, Senhor.
Nem Eu te condeno. Vai em paz e não tornes a pecar.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
A graça deste sacramento, Senhor, nos fortaleça e nos purifique de todo o mal, para que, seguindo os passos de Cristo, caminhemos generosamente ao vosso encontro. Por Nosso Senhor.







«Todos nascem como originais, mas muitos morrem como fotocópias».



Carlo Acutis






ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra


LEITURAS: Dan 13, 1-9.15-17.19-30.33-62: Por cima do juízo dos homens, sobretudo por cima da sua falta de justiça em julgar, está o juízo de Deus, que é sempre um juízo justo e salvador. Susana, falsamente acusada, julgada e condenada, é imagem da Igreja caluniada e condenada. Deus, porém, vem em seu auxilio e a liberta, como faz a cada um de nós, que esperamos da misericórdia de Deus a absolvição dos nossos pecados e a reintegração no seu povo.

Jo 8, 1-11: Ao lado de Susana, inocente mas acusada e condenada, (primeira leitura), a mulher adúltera, culpada mas perdoada, é também imagem da Igreja nos seus membros: purificada dos seus pecados nas águas do Batismo e da Penitência, defendida das tentações e acusações injustas de seus perseguidores, ela é a nova Eva, fruto da misericórdia de Deus, ao lado de Cristo, o novo Adão. Assim é o fruto do Mistério Pascal, que nos preparamos para celebrar.






AGENDA DO DIA


11.30 horas: Funeral em Alpalhão

12.00 horas: Oração em rede em toda a diocese pedir a graça do fim da epidemia ( ver mais abaixo o pedido do Senhor Bispo)

18.00 horas: Missa na Casa paroquial transmitida por facebook





A VOZ DO PASTOR



CARLO ACUTIS MARCOU A DIFERENÇA

Em outubro de 2006, falecia Carlo Acutis, um jovenzito que soube marcar a diferença. Embora tivesse nascido, em 1991, em Londres, foi Milão que o viu crescer. Cheio de vida e alegre como todos os jovens, a todos cativava pela sua serenidade e entusiasmo contagiante. Tornou-se popular e muito apreciado. A sua história despertou profunda admiração e comoveu muitíssima gente. Dotado de uma inteligência acima da média e apaixonado pela vida, entendera bem o chamamento à santidade e quanto bem podia fazer pelos outros. Educado cristãmente e exercitado nas virtudes cristãs, a Eucaristia era para ele um bem precioso, indispensável, a autoestrada para o céu. São Francisco era o seu grande santo de devoção. Gostava de Assis, esteve em Fátima, tinha devoção ao Anjo da Guarda e à oração do terço diário, frequentava os sacramentos. Na escola onde iniciou os estudos, desenvolveu a sua paixão pelos computadores. Criou um site dedicado aos milagres eucarísticos e à vida dos santos, procurando ajudar aqueles que desejavam marcar a diferença. Das Filipinas a Cabo Verde, do Brasil à China, em todo o mundo está presente esta sua herança espiritual.

 Tal como Chiara Luce Badano, da qual falei na semana passada, Carlo Acutis é outro dos doze jovens que o Papa Francisco, no documento conclusivo do Sínodo sobre os Jovens, apresenta como um dos santos que, não conhecendo a idade adulta, deixou o testemunho de uma “outra forma de viver a juventude”. Fez “brilhar os traços da idade juvenil em toda a sua beleza”. Tornou-se profeta da mudança. O Papa Francisco ao falar aos jovens do mundo inteiro, aos jovens que tanto apreciam a web e as redes sociais e vivem mergulhados numa cultura cada vez mais digitalizada, nunca deixa de alertar. Ao mesmo tempo que realça, com esperança, a enorme capacidade dos jovens para colocarem em marcha uma Igreja em saída, uma Igreja em busca da renovação e da sua eterna juventude, ele escreve assim: “é verdade que o mundo digital pode expor-te ao risco de te fechares em ti mesmo, de isolamento ou do prazer vazio. Mas não esqueças a existência de jovens que, também nestas áreas, são criativos e às vezes geniais. É o caso do jovem Venerável Carlo Acutis. Ele sabia muito bem que estes mecanismos da comunicação, da publicidade e das redes sociais podem ser utilizados para nos tornar sujeitos adormecidos, dependentes do consumo e das novidades que podemos comprar, obcecados pelo tempo livre, fechados na negatividade. Mas ele soube usar as novas técnicas de comunicação para transmitir o Evangelho, para comunicar valores e beleza. Não caiu na armadilha. Via que muitos jovens, embora parecendo diferentes, na verdade acabam por ser iguais aos outros, correndo atrás do que os poderosos lhes impõem através dos mecanismos de consumo e aturdimento. Assim, não deixam brotar os dons que o Senhor lhes deu, não colocam à disposição deste mundo as capacidades tão pessoais e únicas que Deus semeou em cada um. Na verdade, «todos nascem – dizia Carlos – como originais, mas muitos morrem como fotocópias». Não deixes que isto te aconteça! Não deixes que te roubem a esperança e a alegria, que te narcotizem para te usar como escravo dos seus interesses. Ousa ser mais, porque o teu ser é mais importante do que qualquer outra coisa; não precisas de ter nem de parecer. Podes chegar a ser aquilo que Deus, teu Criador, sabe que tu és, se reconheceres o muito a que estás chamado. Invoca o Espírito Santo e caminha, confiante, para a grande meta: a santidade. Assim, não serás uma fotocópia; serás plenamente tu mesmo (CV104-107).

Com apenas 15 anos, uma grave doença, uma leucemia fulminante de tipo m3, bateu à porta de Carlo Acutis. Entrou enraivecida em sua casa e não houve medicina que a esconjurasse. Em apenas um mês, Carlo Acutis partia para junto do Senhor, a quem amava e anunciava. Se seus pais viviam com dor estes momentos, ele manifestava-se preocupado com isso, agradecia ao pessoal de saúde, vivia o dia a dia com intensidade, fixado no essencial: "Estar sempre junto com Jesus: este é o meu plano de vida". Esperando a partida para junto de Deus, ofereceu todos os seus sofrimentos ao Senhor pela Igreja e pelo Papa.

Pela sua grande devoção a São Francisco, foi sepultado em Assis. No enterro, havia migrantes, alguns muçulmanos e hinduístas que o conheciam pelos seus passeios pelo bairro. Alguém conta que ele levava comida a um sem abrigo, deu um saco de dormir a um idoso que dormia sobre papelão, doava as suas mesadas para os frades capuchinhos. Era austero com ele próprio, como conta a sua mãe: “Uma vez, ele não gostou nem um pouco quando eu comprei um par de sapatos que ele achou supérfluos. Ele treinava a força de vontade. E dizia que ‘o problema é motivar a vontade. A única coisa que nós temos que pedir a Deus na oração é a vontade de ser santos’”. 

Um amigo confessou a sua aproximação à fé devido ao testemunho de Carlo. A postuladora para a causa dos Santos da Arquidiocese de Milão, afirmou que a fé de Carlo Acutis era "singular": "levava-o a ser sempre sincero consigo mesmo e com os outros (...) era sensível aos problemas e às situações dos seus amigos, dos companheiros, das pessoas que viviam perto dele e de quem o encontrava dia a dia". Declarada a sua venerabilidade, está em curso a causa da sua beatificação.

A Sagrada Escritura refere que “até os jovens se cansam e afadigam; até os rapazes tropeçam e caem, mas os que põem a sua esperança em Deus renovam as suas forças, abrem asas como as águias, correm e não se fatigam, caminham e não se cansam” (Is 40, 30-31).

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 27-03-2020.




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