sábado, 21 de março de 2020







PARÓQUIAS DE NISA



Domingo, 22 de março de 2020

















IV domingo da Quaresma

                                     








CELEBRAR
E
REZAR
EM
TEMPO DE EPIDEMIA



DOMINGO IV DA QUARESMA
Roxo ou rosa – Ofício próprio (Semana IV do Saltério).
+ Missa própria, Credo, pf. da Quaresma (próprio).

L 1 1 Sam 16, 1b. 6-7. 10-13a; Sal 22 (23), 1-3a. 3b-4. 5. 6
L 2 Ef 5, 8-14
Ev Jo 9, 1-41 ou Jo 9, 1. 6-9. 13-17. 34-38


* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Pode usar-se, neste domingo, a cor de rosa (IGMR 346 f: EDREL 1256 f).
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.


MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Is 66, 10-11
Alegra-te, Jerusalém; rejubilai, todos os seus amigos.
Exultai de alegria, todos vós que participastes no seu luto
e podereis beber e saciar-vos na abundância das suas consolações.

Não se diz o Glória.


ORAÇÃO COLECTA
Deus de misericórdia, que, pelo vosso Filho,
realizais admiravelmente a reconciliação do género humano, concedei ao povo cristão fé viva e espírito generoso,
a fim de caminhar alegremente
para as próximas solenidades pascais.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I 1 Sam 16, 1b.6-7.10-13a
David é ungido rei de Israel.


Leitura do Primeiro Livro de Samuel

Naqueles dias, o Senhor disse a Samuel: «Enche a âmbula de óleo e parte. Vou enviar-te a Jessé de Belém, pois escolhi um rei entre os seus filhos». Quando chegou, Samuel viu Eliab e pensou consigo: «Certamente é este o ungido do Senhor». Mas o Senhor disse a Samuel: «Não te impressiones com o seu belo aspeto, nem com a sua elevada estatura, pois não foi esse que Eu escolhi. Deus não vê como o homem; o homem olha às aparências, o Senhor vê o coração». Jessé fez passar os sete filhos diante de Samuel, mas Samuel declarou-lhe: «O Senhor não escolheu nenhum destes». E perguntou a Jessé: «Estão aqui todos os teus filhos?». Jessé respondeu-lhe: «Falta ainda o mais novo, que anda a guardar o rebanho». Samuel ordenou: «Manda-o chamar, porque não nos sentaremos à mesa, enquanto ele não chegar». Então Jessé mandou-o chamar: era ruivo, de belos olhos e agradável presença. O Senhor disse a Samuel: «Levanta-te e unge-o, porque é este mesmo». Samuel pegou na âmbula do óleo e ungiu-o no meio dos irmãos. Daquele dia em diante, o Espírito do Senhor apoderou-Se de David.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 22 (23), 1-3a.3b-4.5.6 (R. 1)
Refrão: O Senhor é meu pastor: nada me faltará. Repete-se
Ou: O Senhor me conduz: nada me faltará. Repete-se
O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma. Refrão

Ele me guia por sendas direitas
por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo:
o vosso cajado e o vosso báculo
me enchem de confiança. Refrão

Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça
e meu cálice transborda. Refrão

A bondade e a graça hão de acompanhar-me
todos os dias da minha vida,
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre. Refrão


LEITURA II Ef 5, 8-14
«Desperta e levanta-te do meio dos mortos, e Cristo brilhará sobre ti»


Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios

Irmãos: Outrora vós éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor. Vivei como filhos da luz, porque o fruto da luz é a bondade, a justiça e a verdade. Procurai sempre o que mais agrada ao Senhor. Não tomeis parte nas obras das trevas, que nada trazem de bom; tratai antes as denunciar abertamente, porque o que eles fazem em segredo até é vergonhoso dizê-lo. Mas todas as coisas que são condenadas são postas a descoberto pela luz, e tudo o que assim se manifesta torna-se luz. É por isso que se diz: «Desperta, tu que dormes; levanta-te do meio dos mortos e Cristo brilhará sobre ti».

Palavra do Senhor.


ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Jo 8, 12
Refrão: Glória a Vós, Jesus Cristo, Palavra do Pai
Repete-se Eu sou a luz do mundo, diz o Senhor.
Quem Me segue terá a luz da vida.
Refrão


EVANGELHO – Forma longa Jo 9, 1-41
«Eu fui, lavei-me e comecei a ver»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, Jesus encontrou no seu caminho um cego de nascença. Os discípulos perguntaram-Lhe: «Mestre, quem é que pecou para ele nascer cego? Ele ou os seus pais?». Jesus respondeu-lhes: «Isso não tem nada que ver com os pecados dele ou dos pais; mas aconteceu assim para se manifestarem nele as obras de Deus. É preciso trabalhar, enquanto é dia, nas obras d’Aquele que Me enviou. Vai chegar a noite, em que ninguém pode trabalhar. Enquanto Eu estou no mundo, sou a luz do mundo». Dito isto, cuspiu em terra, fez com a saliva um pouco de lodo e ungiu os olhos do cego. Depois disse-lhe: «Vai lavar-te à piscina de Siloé»; Siloé quer dizer «Enviado». Ele foi, lavou-se e ficou a ver. Entretanto, perguntavam os vizinhos e os que antes o viam a mendigar: «Não é este o que costumava estar sentado a pedir esmola?». Uns diziam: «É ele». Outros afirmavam: «Não é. É parecido com ele». Mas ele próprio dizia: «Sou eu». Perguntaram-lhe então: «Como foi que se abriram os teus olhos?». Ele respondeu: «Esse homem, que se chama Jesus, fez um pouco de lodo, ungiu-me os olhos e disse-me: ‘Vai lavar-te à piscina de Siloé’. Eu fui, lavei-me e comecei a ver». Perguntaram-lhe ainda: «Onde está Ele?». O homem respondeu: «Não sei». Levaram aos fariseus o que tinha sido cego. Era sábado esse dia em que Jesus fizera lodo e lhe tinha aberto os olhos. Por isso, os fariseus perguntaram ao homem como tinha recuperado a vista. Ele declarou-lhes: «Jesus pôs-me lodo nos olhos; depois fui lavar-me e agora vejo». Diziam alguns dos fariseus: «Esse homem não vem de Deus, porque não guarda o sábado». Outros observavam: «Como pode um pecador fazer tais milagres?». E havia desacordo entre eles. Perguntaram então novamente ao cego: «Tu que dizes d’Aquele que te deu a vista?». O homem respondeu: «É um profeta». Os judeus não quiseram acreditar que ele tinha sido cego e começara a ver. Chamaram então os pais dele e perguntaram-lhes: «É este o vosso filho? É verdade que nasceu cego? Como é que ele agora vê?». Os pais responderam: «Sabemos que este é o nosso filho e que nasceu cego; mas não sabemos como é que ele agora vê, nem sabemos quem lhe abriu os olhos. Ele já tem idade para responder; perguntai-lho vós». Foi por medo que eles deram esta resposta, porque os judeus tinham decidido expulsar da sinagoga quem reconhecesse que Jesus era o Messias. Por isso é que disseram: «Ele já tem idade para responder; perguntai-lho vós». Os judeus chamaram outra vez o que tinha sido cego e disseram-lhe: «Dá glória a Deus. Nós sabemos que esse homem é pecador». Ele respondeu: «Se é pecador, não sei. O que sei é que eu era cego e agora vejo». Perguntaram-lhe então: «Que te fez Ele? Como te abriu os olhos?». O homem replicou: «Já vos disse e não destes ouvidos. Porque desejais ouvi-lo novamente? Também quereis fazer-vos seus discípulos?». Então insultaram-no e disseram-lhe: «Tu é que és seu discípulo; nós somos discípulos de Moisés. Nós sabemos que Deus falou a Moisés; mas este, nem sabemos de onde é». O homem respondeu-lhes: «Isto é realmente estranho: não sabeis de onde Ele é, mas a verdade é que Ele me deu a vista. Ora, nós sabemos que Deus não escuta os pecadores, mas escuta aqueles que O adoram e fazem a sua vontade. Nunca se ouviu dizer que alguém tenha aberto os olhos a um cego de nascença. Se Ele não viesse de Deus, nada podia fazer». Replicaram-lhe então eles: «Tu nasceste inteiramente em pecado e pretendes ensinar-nos?». E expulsaram-no. Jesus soube que o tinham expulsado e, encontrando-o, disse-lhe: «Tu acreditas no Filho do homem?». Ele respondeu-Lhe: «Quem é, Senhor, para que eu acredite n'Ele?». Disse-lhe Jesus: «Já O viste: é quem está a falar contigo». O homem prostrou-se diante de Jesus e exclamou: «Eu creio, Senhor». Então Jesus disse: «Eu vim a este mundo para exercer um juízo: os que não veem ficarão a ver; os que veem ficarão cegos». Alguns fariseus que estavam com Ele, ouvindo isto, perguntaram-Lhe: «Nós também somos cegos?». Respondeu-lhes Jesus: «Se fôsseis cegos, não teríeis pecado. Mas como agora dizeis: ‘Nós vemos’, o vosso pecado permanece».

Palavra da salvação.


EVANGELHO – Forma breve Jo 9, 1.6-9.13-17.34-38
«Eu fui, lavei-me e comecei a ver»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, Jesus encontrou no seu caminho um cego de nascença. Cuspiu em terra, fez com a saliva um pouco de lodo e ungiu os olhos do cego. Depois disse-lhe: «Vai lavar-te à piscina de Siloé»; Siloé quer dizer «Enviado». Ele foi, lavou-se e começou a ver. Entretanto, perguntavam os vizinhos e os que o viam a mendigar: «Não é este o que costumava estar sentado a pedir esmola?». Uns diziam: «É ele». Outros afirmavam: «Não é. É parecido com ele». Mas ele próprio dizia: «Sou eu». Levaram aos fariseus o que tinha sido cego. Era sábado esse dia em que Jesus fizera lodo e lhe tinha aberto os olhos. Por isso, os fariseus perguntaram ao homem como tinha recuperado a vista. Ele declarou-lhes: «Jesus pôs-me lodo nos olhos; depois fui lavar-me e agora vejo». Diziam alguns dos fariseus: «Esse homem não vem de Deus, porque não guarda o sábado». Outros observavam: «Como pode um pecador fazer tais milagres?». E havia desacordo entre eles. Perguntaram então novamente ao cego: «Tu que dizes d’Aquele que te deu a vista?». O homem respondeu: «É um profeta». Replicaram-lhe então eles: «Tu nasceste inteiramente em pecado e pretendes ensinar-nos?». E expulsaram-no. Jesus soube que o tinham expulsado e, encontrando-o, disse-lhe: «Tu acreditas no Filho do homem?». Ele respondeu-Lhe: «Quem é, Senhor, para que eu acredite n'Ele?». Disse-lhe Jesus: «Já O viste: é quem está a falar contigo». O homem prostrou-se diante de Jesus e exclamou: «Eu creio, Senhor».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Ao apresentarmos com alegria estes dons de vida eterna,
humildemente Vos pedimos, Senhor,
a graça de os celebrar com verdadeira fé
e de os oferecer dignamente pela salvação do mundo.
Por Nosso Senhor.


PREFÁCIO O cego de nascença
Quando se lê o Evangelho do cego de nascença, diz-se o prefácio seguinte:
V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.


Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte,
por Cristo nosso Senhor.
Pelo mistério da Encarnação,
iluminou o género humano que vivia nas trevas
para o reconduzir à luz da fé
e pela regeneração do Baptismo
libertou os que nasciam na escravidão do antigo pecado
para os tornar seus filhos adoptivos.
Por isso o céu e a terra Vos adoram,
cantando um cântico novo,
e também nós, com os Anjos e os Santos,
proclamamos a vossa glória, cantando com alegria:
Santo, Santo, Santo.
Quando não se lê o Evangelho do cego de nascença, diz-se outro prefácio da Quaresma


ANTÍFONA DA COMUNHÃO
Quando se lê o Evangelho do cego de nascença: cf. Jo 9, 11
O Senhor ungiu os meus olhos.
Eu fui lavar-me, comecei a ver e acreditei em Deus.
Quando se lê o Evangelho do filho pródigo: Lc 15, 32
Alegra-te, meu filho, porque o teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi encontrado.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor nosso Deus,
luz de todo o homem que vem a este mundo,
iluminai os nossos corações com o esplendor da vossa graça,
para que pensemos sempre no que Vos é agradável
e Vos amemos de todo o coração.
Por Nosso Senhor.






« Eu sou a Luz do mundo. Quem Me segue não andará nas trevas, mas terá luz da Vida»


Jesus (Cf. Jo 8,12)






ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra


LEITURAS: 1 Sam 16, 1b.6-7.10-13a: Continuamos a ler, como primeira leitura dos domingos da Quaresma, algumas das passagens mais significativas da história da salvação do Antigo Testamento, para assim compreendermos melhor como a Páscoa de Jesus é o ponto culminante de toda essa história. Hoje lemos a unção de David como rei de Israel. David é um antepassado de Jesus, a quem foi feita a promessa de que um descendente seu seria o grande Rei do povo de Deus. Jesus é esse Rei, Filho de David, mas ao mesmo tempo, Filho de Deus, como Ele próprio Se revela no Evangelho. É Ele que vem para conduzir os homens, como seu Pastor, até ao Pai.

Ef 5, 8-14: Este é o Domingo da luz, da iluminação. Essa luz é Cristo, como se diz no final da leitura, numa passagem que é talvez parte de um hino cristão primitivo. O Baptismo é o sacramento da iluminação, da fé, que havemos de professar, de novo, na Vigília Pascal. Se na nossa comunidade houver catecúmenos (que nesta altura, já serão “eleitos”), eles nos ajudarão a sentir como se deve olhar para o batismo como o momento da “iluminação”, conforme os antigos lhe chamavam.

Jo 9, 1-41 : Jesus, que no domingo anterior Se revelou como Aquele que dá a água da vida, revela-Se hoje como a luz que ilumina o homem. O cego de nascença é figura de toda a humanidade, que tateia, neste mundo, como que às apalpadelas, a caminho da vida, caminho que só Deus lhe pode desvendar. O Batismo é o banho que ilumina, porque nos faz mergulhar em Cristo que é a luz. Os antigos chamavam justamente ao Batismo a “iluminação”.




AGENDA DO DIA


11.00 horas: Missa da zona pastoral de Nisa transmitida através da internet (facebook:. Endereço: Zona Pastoral de Nisa)

12.00 horas: Oração em rede em toda a diocese pedir a graça do fim da epidemia ( ver mais abaixo o pedido do Senhor Bispo)


Dadas s circunstâncias, convidamos todos a participar nas celebrações deste modo. Passai a palavra, convidando-nos mutuamente. A celebração da eucaristia é um momento em que todos, mesmo à distância, estamos unidos e formamos comunidade. Podem, inclusive, pedir intenções tal como nas celebrações de presença física.


Estas celebrações, sem a presença física da comunidade, continuarão até não haver risco de contágio pelo Covid 19


PROPOSTA DE MOMENTO DE ORAÇÃO


Senhor Padres
Senhores Diáconos
Senhores Membros da Vida Consagrada
Senhores Membros do Conselho Diocesano da Pastoral

Cumprimentos respeitosos.
Pelas redes sociais, tenho apreciado como alguns têm vivido, acompanhado e animado o povo de Deus nestes difíceis momentos. Que a Celebração da Eucaristia, mesmo sem gente que se veja, seja o momento mais alto do dia do Padre.

Com confiança e sem protocolos, venho apelar a todos a que, neste momento tão preocupante, e para além de aderirmos ao que nos é pedido pelas autoridades sanitárias, façamos um momento de oração em rede, todos os dias, às 12 horas. O despertador do telemóvel pode assinalar o momento. Se alguém o não conseguir fazer a essa hora, não fique com problemas de consciência. Pode-o fazer noutra hora. Se lhes for possível, e sem quebrar as regras sanitárias, podem fazer com que alguns dos vossos paroquianos ou amigos (Ministros da Palavra, da Comunhão, Catequistas, Crianças, Movimentos, serviços, etc), também se unam nesse momento, em oração diocesana. Comecemos amanhã, Solenidade de São José e Dia do Pai.
Durante cinco minutos, ao meio dia, estaremos unidos em oração, pedindo ao Senhor, Salvador do mundo, por intercessão de São José e da Virgem Maria, Sua e nossa Mãe, a vitória sobre o flagelo do vírus:
- que a epidemia possa ser contida,
- que inspire os nossos governantes,
- que dê coragem e sabedoria aos profissionais da saúde,
- que fortaleça as famílias das vítimas da doença,
- que dê o eterno descanso àqueles que já partiram.
- que a comunidade humana se faça colaborante
- que...

(Porque pode ajudar, junto uma Oração dos Bispos da Europa)

Deus Pai, Criador do mundo,
omnipotente e misericordioso,
que por nosso amor
enviaste o teu Filho ao mundo
como médico dos corpos e das almas,
olha para os teus filhos
que neste momento difícil
de desorientação e consternação
em muitas regiões da Europa e do mundo
se voltam para Ti
em busca de força, salvação e alívio.

Livra-nos da doença e do medo,
cura os nossos doentes,
conforta os seus familiares,
dá sabedoria aos nossos governantes,
energia e recompensa aos médicos,
enfermeiros e voluntários,
vida eterna aos defuntos.
Não nos abandones
neste momento de provação,

mas livra-nos de todo o mal.

Tudo isto Te pedimos, ó Pai
que, com o Filho e o Espírito Santo,
vives e reinas pelos séculos dos séculos.
Ámen.

Santa Maria,
Mãe da saúde e da esperança,
roga por nós!

[Bispos da Europa – CCEE e COMECE]

+Antonino Dias
Portalegre
18-03-2020









A VOZ DO PASTOR

Comunicado da Conferência Episcopal Portuguesa
Oração do Rosário e Consagração de Portugal

A Conferência Episcopal Portuguesa comunica que no próximo dia 25, Solenidade da Anunciação do Senhor, todas as Dioceses estarão unidas na oração do Rosário pelas intenções de todo o mundo e em particular de Portugal, nesta situação dramática que estamos a passar devido ao coronavírus Covid-19.
A oração do Rosário, transmitida por várias plataformas digitais de rádio e televisão, terá início às 18.30 horas na Basílica de Nossa Senhora do Rosário do Santuário de Fátima e será presidida pelo Cardeal António Marto, Bispo de Leiria-Fátima e Vice-Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.
A seguir à oração, o Cardeal António Marto fará a renovação da consagração de Portugal ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria.
A partir das nossas casas procuremos estar em sintonia espiritual nesta oração do Rosário e consagração de Portugal.

Lisboa, 20 de março de 2020
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. Penitenciaria Apostólica

DECRETO
acerca da concessão de Indulgências especiais
aos fiéis na atual situação de pandemia


Concede-se o dom de Indulgências especiais aos fiéis afetados com a doença Covid-19, comummente chamado Coronavírus, e também aos profissionais de saúde, aos familiares e a todos os que, de alguma forma, mesmo com a oração, cuidam deles.
«Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação, perseverantes na oração» (Rm 12,12). Estas palavras, escritas por São Paulo à Igreja de Roma, ecoam ao longo de toda a história da Igreja e orientam o juízo dos fiéis diante de todos os sofrimentos, doenças e calamidades.
O momento presente em que está imersa toda a humanidade, ameaçada por uma doença invisível e insidiosa, que já há algum tempo, com prepotência, começou a fazer parte da vida de cada um de nós, é marcado, dia após dia, por medos angustiantes, novas incertezas e, sobretudo, por um extenso sofrimento físico e moral.
A Igreja, a exemplo do seu Divino Mestre, desde sempre tomou a peito a assistência dos enfermos. Como foi apontado por São João Paulo II, o valor do sofrimento humano é duplo: «É sobrenatural, porque se radica no mistério divino da Redenção do mundo; e é também profundamente humano, porque nele o homem se aceita a si mesmo, com a sua própria humanidade, com a própria dignidade e a própria missão» (Carta Apostólica Salvifici doloris, 31).
Nestes últimos dias, também o Papa Francisco manifestou a sua paterna proximidade e renovou o convite a rezar incessantemente pelos doentes de Coronavírus.
Para que também todos os que sofrem por causa do Covid-19, justamente no mistério deste sofrimento possam redescobrir «o próprio sofrimento redentor de Cristo» (ibid., 30), esta Penitenciaria Apostólica, ex auctoritate Summi Pontificis, confiando na palavra de Cristo Senhor e considerando com espírito de fé a epidemia atualmente em curso, que deve ser vivida em chave de conversão pessoal, concede o dom das Indulgências de acordo com a seguinte disposição.
Concede-se Indulgência Plenária aos fiéis infetados com Coronavírus, submetidos a regime de quarantena por disposição da autoridade sanitária nos hospitais ou nas próprias casas se, com ânimo desprendido de qualquer pecado, se unirem espiritualmente através dos meios de comunicação à celebração da Santa Missa, à recitação do Santo Rosário, à prática de piedade da Via Sacra ou a outras formas de devoção, ou se pelo menos recitarem o Credo, o Pai Nosso e uma piedosa invocação à Bem-Aventurada Virgem Maria, oferecendo esta provação em espírito de fé em Deus e de caridade para com os irmãos, com a vontade de cumprir as usuais condições (confissão sacramental, comunhão eucarística e oração de acordo com as intenções do Santo Padre), mal lhes seja possível.
Os profissionais de saúde, os familiares e todos os que, a exemplo do Bom Samaritano, expostos ao risco de contágio, assistem os doentes de Coronavírus de acordo com as palavras do Divino Redentor: «Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos» (Jo 15,13), obterão o mesmo dom da Indulgência Plenária nas mesmas condições.
Além disso, esta Penitenciaria Apostólica concede de bom grado, nas mesmas condições, a Indulgência Plenária por ocasião da atual epidemia mundial, também àqueles fiéis que oferecerem a visita ao Santíssimo Sacramento, ou a adoração eucarística, ou a leitura das Sagradas Escrituras durante pelo menos meia hora, ou a recitação do Santo Rosário, ou o exercício de piedade da Via Sacra, ou a recitação do Terço da Divina Misericórdia, para implorar da parte de Deus Omnipotente a cessação da epidemia, o conforto para aqueles que ela aflige e a salvação eterna daqueles que o Senhor chamou a Si.
A Igreja reza por quem estiver impossibilitado de receber o sacramento da Unção dos Enfermos e do Viático, confiando à Misericórdia Divina todos e cada um em virtude da comunhão dos santos e concede ao fiel a Indulgência Plenária em ponto de morte, desde que esteja com a disposição devida e que, durante a vida, tenha recitado habitualmente alguma oração (neste caso, a Igreja supre as três condições habitualmente requeridas). Para obter esta indulgência, recomenda-se o uso do crucifixo ou da cruz (cf. Enchiridion indulgentiarum, n. 12).
Que a Bem-aventurada sempre Virgem Maria, Mãe de Deus e da Igreja, Saúde dos Enfermos e Auxílio dos Cristãos, Advogada nossa, se digne socorrer a humanidade sofredora, afastando de nós o mal desta pandemia e obtendo-nos todos os bens necessários à nossa salvação e santificação.
O presente Decreto é válido não obstante qualquer disposição contrária.

Dado em Roma, da sede da Penitenciaria Apostólica, a 19 de março de 2020.

Cardeal Mauro Piacenza, Penitenciário Mor
Krzysztof Nykiel, Regente
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Comunicado da Conferência Episcopal Portuguesa
Semana Santa e Tríduo Pascal em tempo de Covid-19

Nos tempos difíceis que estamos a viver, devido à pandemia do Covid-19, a Conferência Episcopal Portuguesa reafirma as determinações expressas no Comunicado do dia 13 de março, nomeadamente a “suspensão da celebração comunitária da Santa Missa até ser superada a atual situação de emergência”.
Conforme o Decreto da Congregação do Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, aprovado por mandato do Sumo Pontífice apenas para este ano de 2020 (19.03.2020), que acabamos de receber, a Conferência Episcopal determina quanto segue a propósito da Semana Santa e do Tríduo Pascal:
1.     A data da Páscoa, que é Coração do ano litúrgico e não uma festa como as outras, não pode ser transferida;
2.     A celebração dos mistérios litúrgicos do Tríduo Pascal, sem a participação física dos fiéis, aconteça no cumprimento das deliberações das autoridades civis e de saúde e segundo a real possibilidade;
3.     Os Bispos darão indicações para que na Igreja Catedral e nas Igrejas paroquiais, mesmo sem a participação dos fiéis, o bispo e os párocos celebrem os mistérios litúrgicos do Tríduo Pascal, avisando os fiéis da hora de início que julgarem mais oportuna, de modo a que se possam unir em oração nas respetivas habitações;
4.     As transmissões das celebrações litúrgicas são em direto, não gravadas, aliás como tem acontecido;
5.     O Bispo Diocesano tem a faculdade de adiar a Missa Crismal para uma data posterior;
6.     O Bispo Diocesano decidirá o que achar oportuno em relação à celebração dos mistérios litúrgicos do Tríduo Pascal nos mosteiros, seminários e comunidades religiosas, assim como a possibilidade de transferir para datas mais convenientes as expressões de piedade popular e as procissões que enriquecem os dias da Semana Santa e do Tríduo Pascal.

Lisboa, 20 de março de 2020

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Penitenciaria Apostólica

Nota acerca do Sacramento da Reconciliação na atual situação de pandemia


«Eu estou sempre convosco»
(Mt 28,20)


A gravidade das circunstâncias atuais impõe uma reflexão acerca da urgência e da centralidade do Sacramento da Reconciliação, juntamente com alguns esclarecimentos necessários, tanto para os fiéis leigos como para os ministros chamados a celebrar o sacramento.
Também no tempo do Covid-19, o Sacramento da Reconciliação é administrado conforme a norma do direito canónico universal e de acordo com o que está disposto no Ordo Paenitentiae.
A confissão individual representa o modo ordinário para a celebração deste sacramento (cf. cân. 960 CIC), ao passo que a absolvição simultânea a vários penitentes sem confissão individual prévia não pode dar-se de modo geral, a não ser que esteja iminente o perigo de morte, e não haja tempo para um ou mais sacerdotes poderem ouvir a confissão de cada um dos penitentes (cf. can. 961 §1 CIC), ou haja necessidade grave (cf. cân. 961 §1, 2.º CIC), cujo juízo compete ao Bispo diocesano, atendendo aos critérios fixados por acordo com os restantes membros da Conferência Episcopal (cf. cân. 455 §2 CIC), ficando estabelecido que, para a válida absolvição, é necessário o votum sacramenti por parte de cada penitente, ou seja, o propósito de se confessar individualmente, no devido tempo, dos pecados graves que no momento não pôde confessar (cf. cân. 962 §1 CIC).
Esta Penitenciaria Apostólica considera que, sobretudo nos lugares mais atingidos pelo contágio pandémico e enquanto o fenómeno não desaparecer, ocorrem os casos de grave necessidade, de que trata o acima referido cân. 961 §2 CIC.
Qualquer especificação ulterior é delegada pelo direito aos Bispos diocesanos, tendo sempre em conta o supremo bem da salvação das almas (cf. cân. 1752 CIC).
Caso se viesse a verificar subitamente a necessidade de dar a absolvição sacramental a vários fiéis em simultâneo, o sacerdote tem o dever de avisar, nos limites do possível, o Bispo diocesano ou, se não o puder fazer, de o informar quanto antes (cf. Ordo Paenitentiae, n. 32).
Na presente emergência pandémica, compete, por isso, ao Bispo diocesano indicar aos sacerdotes e aos penitentes as prudentes atenções que devem adotar na celebração individual da reconciliação sacramental, como seja a celebração em lugar arejado fora do confessionário, a adoção de uma distância conveniente, o recurso a máscaras de proteção, sem prejuízo da absoluta atenção à salvaguarda do sigilo sacramental e da necessária discrição.
Além disso, é sempre da competência do Bispo diocesano determinar, no território da sua circunscrição eclesiástica e em relação com o nível de contágio pandémico, os casos de grave necessidade em que será lícito dar a absolvição simultânea: por exemplo, à entrada das divisões hospitalares, onde se encontram internados os fiéis contagiados em perigo de morte, usando, nos limites do possível e com as precauções oportunas, os meios de amplificação da voz, de modo que a absolvição seja ouvida.
Avalie-se a necessidade e a oportunidade de constituir, onde for necessário, de acordo com as autoridades de saúde, grupos de “capelães hospitalares extraordinários”, mesmo à base de voluntariado e respeitando as normas de proteção contra o contágio, de modo a garantir a necessária assistência espiritual aos doentes e aos moribundos.
Quando um fiel se encontrar na dolorosa impossibilidade de receber a absolvição sacramental, recorda-se que a contrição perfeita, procedente do amor de Deus, amado sobre todas as coisas, expressa por um sincero pedido de perdão (o pedido que, nesse momento, o penitente é capaz de exprimir) e acompanhado pelo votum confessionis, ou seja, o propósito firme de recorrer, logo que possível, à confissão sacramental, obtém o perdão dos pecados, também dos mortais (cf. Cat. Ig. Cat., n. 1452).
Neste tempo mais do que nunca, a Igreja experimenta a força da comunhão dos santos, eleva ao seu Senhor, Crucificado e Ressuscitado, votos e oração, de modo particular o Sacrifício da Santa Missa, celebrado quotidianamente pelos sacerdotes, mesmo sem povo.
Como boa mãe, a Igreja implora ao Senhor que a humanidade seja libertada de um tal flagelo, invocando a intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe de Misericórdia e Saúde dos Enfermos, e do seu Esposo São José, sob cujo patrocínio a Igreja caminha desde sempre no mundo.
Que Maria Santíssima e São José nos obtenham abundantes graças de reconciliação e de salvação, na escuta atenta da Palavra do Senhor, que repete hoje à humanidade: «Rendei-vos e reconhecei que Eu sou Deus» (Sl 46,11), «Eu estou sempre convosco» (Mt 28,20).

Dado em Roma, da sede da Penitenciaria Apostólica, a 19 de março de 2020,
Solenidade de São José, Esposo da B. V. Maria, Patrono da Igreja Universal.


Cardeal Mauro Piacenza, Penitenciário-Mor

Krzysztof Nykiel, Regente

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Congregação para os Institutos de Vida Consagrada
e as Sociedades de Vida Apostólica

Vaticano, 16 de março de 2020

Carta aos consagrados e consagradas


Queridos consagrados e consagradas:

O Senhor está a fazer-nos viver esta Quaresma do ano 2020 de uma maneira muito particular, de uma maneira que ninguém poderia pensar ou imaginar e que realmente exige em cada dia de cada um de nós uma mudança decidida de estilo e de modo de vida.
Normalmente, na Quaresma multiplicam-se as iniciativas de caridade e os momentos fortes de oração e reflexão para nos prepararmos com um espírito renovado e purificado para as festas pascais, e nas nossas comunidades os momentos de celebração e de reunião também se tornam mais intensos. No entanto, este ano somos chamados a viver o tempo forte da fé sempre com a mesma intensidade, mas de maneiras completamente diferentes.
O testemunho mais eficaz que podemos dar é, em primeiro lugar, a obediência serena e convencida ao que nos pedem aqueles que nos governam, tanto a nível estatal como eclesial, a tudo o que está disponível para a salvaguarda da nossa saúde, como cidadãos privados e como comunidades.
É um dever de caridade e de gratidão que cada um de nós, individualmente e como comunidade, intensifiquemos a oração incessante por todos aqueles que estão a ajudar-nos a viver e a superar estes momentos difíceis. Autoridades, governantes, profissionais da saúde a todos os níveis, voluntários da Proteção Civil e das Forças Armadas, todos aqueles que oferecem o seu valioso trabalho por esta calamidade, são objeto da nossa oração e da oferta dos nossos sacrifícios! Não deixemos de dar o valioso contributo que cada um pode dar com uma oração contínua e incessante.
Pensamos, em primeiro lugar, nas comunidades contemplativas que querem ser sinal tangível de oração constante e confiante por toda a humanidade. Pensamos nos muitos irmãos e irmãs mais idosos que acompanham em cada dia com a sua oração o ministério e o apostolado dos que, no ativo, se dedicam com todas as suas forças para chegar a cada irmão e irmã necessitados. Nestes dias, com um ímpeto ainda maior, intensificai este vosso precioso e insubstituível apostolado, com a certeza de que o Senhor não tardará a escutar-nos e na sua infinita misericórdia afastará um flagelo tão grave.
Ofereçamos com alegria ao Senhor o grande sacrifício que implica a não participação na celebração eucarística! Vivamo-lo em comunhão com todos aqueles que quotidianamente não podem fazê-lo pela falta de sacerdotes.
Aqueles que puderem não deixem de mostrar sinais concretos de proximidade ao nosso povo, sempre em conformidade com as disposições dadas pelas autoridades a este propósito, e em total fidelidade aos nossos carismas, como em todos as épocas da história passada e recente, compartilhemos os sofrimentos, as ansiedades, os medos, com a verdadeira confiança de que a resposta do Senhor não tardará a chegar e em breve poderemos cantar um solene Te Deum de ação de graças.
O Papa Francisco, ontem precisamente, como peregrino diante da Virgem Salus Populi Romani e do Crucifixo que salvou Roma da peste, quis recordar-nos que os meios de que dispomos para erradicar desgraças e calamidades são nos nossos tempos, tão tecnológicos e avançados, os mesmos que usaram os nossos antepassados. Oração, sacrifício, penitência, jejum e caridade: armas poderosas para receber do Coração Eucarístico de Jesus a graça da cura total de uma doença tão insidiosa.
Queridas irmãs e queridos irmãos, através dos meios modernos de comunicação temos a possibilidade de participar em celebrações e momentos formativos; temos a possibilidade de nos sentirmos menos sozinhos e isolados e de fazer chegar a nossa voz às comunidades mais distantes! Demos a todos um sinal de esperança e de confiança e, mesmo vivendo estes dias com ansiedade e apreensão, estamos convencidos de que, cada um fazendo bem a sua parte, ajudamos a comunidade a sair da presente hora obscura.
Acolhamos com entusiasmo o convite do Papa e encomendemo-nos agora com toda a nossa fé à querida Virgem do Divino Amor. Rezemos todos os dias, de manhã e à noite, a oração do Papa: “Tu, salvação do povo, sabes do que necessitamos e estamos seguros de que providenciarás para que, como em Caná da Galileia, possam voltar a alegria e a festa depois deste momento de provação”.
Que ela, a querida Mãe do Céu, nos ajude a viver estes dias difíceis com muita esperança, com uma unidade renovada, com verdadeiro espírito de obediência ao que nos é ordenado, com a certeza de chegar através desta provação à hora bendita e gloriosa da ressurreição.
Saudamo-vos a todos com afeto e estima, desejando que a luz e o amor que provêm do Mistério Pascal do Senhor penetrem toda a vossa vida.


Cardeal João Braz de Aviz, Prefeito
Arcebispo José Rodríguez Carballo, Secretário


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DIOCESE DE PORTALEGRE-CASTELO BRANCO
COMUNICADO

Havendo o risco real e grave de alastramento, em Portugal, da epidemia do Covid-19 já declarada pandemia pela OMS; querendo colaborar no imenso esforço que todos, civicamente, desde os competentes serviços até ao cidadão individual, somos chamados a fazer para conter o mais possível o contágio por Covid-19 e as suas consequências; consciente do papel e da responsabilidade da Igreja na relação direta e próxima com as Comunidades; apelando ao bom senso e ao sentido cívico próprio dos Cristãos, solicitamos aos Reverendos Párocos, às Comunidades cristãs e às suas Instituições eclesiais (Movimentos de Evangelização, Equipas de Serviços Paroquiais, Irmandades, Confrarias, Associações culturais religiosas, Comissões de Festas, Centros Sociais Paroquiais, etc.) a atenção para os seguintes aspetos:

Temos o dever ético cristão de colaborar com as autoridades de saúde e as suas orientações, avisando, repetida e pedagogicamente, e sem gerar pânico, as nossas Comunidades, da necessidade de algumas medidas de etiqueta respiratória e de maior higiene, que ajudam a prevenir a infeção, como, sobretudo, as que são indicadas pela Direção Geral de saúde;

Temos o imperativo da consciência cristã e o dever eclesial do cumprimento das orientações emanadas pela Conferência Episcopal Portuguesa:  omissão do gesto da saudação na paz; Comunhão sacramental acolhida na mão; inexistência de água nas pias de água benta; Comunhão dos concelebrantes por intinção;

Devemos instituir, se ainda o não fizemos, precauções sanitárias na preparação de todos os elementos litúrgicos, nomeadamente para a celebração da Eucaristia: cuidado extremo do manuseamento das partículas; consagração da hóstia em patena distinta das partículas; utilização da pala tapando as partículas que se destinam aos fiéis e tapando o cálice; desinfeção das mãos com solução alcoólica imediatamente antes da distribuição da Sagrada Comunhão e logo após; cuidado redobrado com os Ministros Extraordinários da Comunhão;

Porque na vivência da Quaresma e preparação da Festa da Páscoa se costumam organizar atos culturais e atos de culto como Concertos, Procissões, Vias-sacras ao ar livre e outras iniciativas que envolvem visitantes e maior aglomeração de pessoas, é imperioso sintonizar com o que as autoridades públicas indicam, cancelando essas iniciativas. Reduza-se ao indispensável o atendimento nos Cartórios paroquiais mesmo que se usem as devidas cautelas de segurança;

Nos Lares de Idosos, Infantários, Centros de Dia, Centros de Convívio, Unidades de cuidados continuados, etc., devem elaborar-se e pôr-se em prática planos de contingência. Seguindo as medidas da DGS e da Autoridade de Proteção Civil, façam-se apenas as visitas que se justifiquem, e desde que haja abertura da Instituição para que a visita possa acontecer;

O mesmo se diga das visitas aos idosos e doentes, em suas próprias casas, por parte de visitadores de doentes, Ministros Extraordinários da Comunhão, Conferências Vicentinas e outros. Reduzam- se essas visitas também ao mínimo indispensável;

Porque a visita aos Lares de idosos, a doentes e idosos em suas próprias casas, era momento importante dentro da sua programação, também já foram suspensas as Visitas Pastorais que estavam em curso no Arciprestado de Ponte de Sor;

Sem prejuízo da preparação devida para a Sagrada Comunhão, e não sendo autorizadas as “absolvições coletivas”, as Confissões quaresmais devem passar para o tempo pascal ou para outra ocasião. No entanto, não sejam negados, de forma alguma, os sacramentos aos doentes ou idosos que, em perigo de vida, os peçam, quer nos Lares quer em suas casas;

Quanto à Celebração da Eucaristia, dos Sacramentos, funerais e outras celebrações litúrgicas, dentro das igrejas, os Párocos saberão agir dentro do que for aconselhado pelas autoridades públicas. Em caso extremo, acompanhando sempre as indicações da DGS e competentes autoridades eclesiais, pode acontecer vir a ser necessário encerrar as Igrejas. Neste caso, pode indicar-se, previamente, aos cristãos uma forma de “estabelecer comunhão”, com Celebrações e momentos de oração em que se permaneça unido, mesmo à distância. Pode indicar-se a Eucaristia dominical através da TV ou, nas Paróquias e Comunidades com mais meios, através dos diretos em facebook. No caso particular dos funerais, tenha-se em grande atenção o risco do velório e do próprio funeral. Pode ser conveniente que o féretro vá diretamente para o cemitério, celebrando-se depois a Eucaristia;

É fundamental estarmos atentos aos ambientes sanitários das Escolas locais e, sempre em linha com as decisões da DGS, se as Escolas forem encerradas, suspender as Catequeses Paroquiais e as atividades dos demais grupos paroquiais;

Embora acompanhando as indicações das autoridades sanitárias, neste momento não nos é possível definir bem a forma de Celebração do Tríduo Pascal. No entanto, fica à responsabilidade dos Párocos e seus colaboradores, a decisão e comunicação atempada  à comunidade da sua realização ou não, dado que tais celebrações também implicam a vida das famílias, sobretudo de batizandos. Se for necessário encerrar as igrejas, as celebrações mais importantes e indispensáveis serão apenas participadas pelos envolvidos na ação litúrgica, sem a participação dos fiéis, e, se possível, transmitidas por algum dos meios já mencionados;

Nesta fase, e até novas indicações, será bom encerrar as Igrejas às visitas turísticas, abrindo-as apenas para as horas de Celebração litúrgica. Logo de seguida, deve proceder-se, no interior da Igreja, à higienização possível, com uma solução alcoolizada, de todos os botões, maçanetas, puxadores das portas, a possível higienização dos pavimentos, etc.;

Temos, entretanto, o dever imperioso de fé e de vida cristã de promover a oração invocando de Deus a força para fazer face ao flagelo da pandemia Covid-19 e implorando-Lhe a vitória sobre esta batalha. Rezamos e agimos sanitariamente. Não podemos deixar de rezar e de preservar o essencial da identidade cristã em momentos como este. Seria pecado se não agíssemos com base no Mandamento Novo do amor ao próximo e se não colaborássemos com as autoridades sanitárias.


Antonino Dias
Bispo de Portalegre-Castelo Branco
11-03-2020






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