terça-feira, 10 de março de 2020







PARÓQUIAS DE NISA



Quarta, 11 de março de 2020

















Quarta-feira da II semana da Quaresma

                                     













QUARTA-FEIRA da semana II

Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. da Quaresma.

L 1 Jer 18, 18-20; Sal 30 (31), 5-6. 14. 15-16
Ev Mt 20, 17-28




MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 37, 22-23
Não me abandoneis, Senhor; meu Deus, não Vos afasteis de mim. Senhor, socorrei-me e salvai-me.


ORAÇÃO COLECTA
Conservai, Senhor, a vossa família na prática das boas obras, para que, confortada nas necessidades da vida presente, mereça ser conduzida por Vós aos bens eternos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo


LEITURA I Jer 18, 18-20
«Vamos feri-lo»


Leitura do Livro de Jeremias

Os inimigos de Jeremias disseram entre si: «Vamos fazer uma conspiração contra Jeremias, pois não nos faltará a instrução de um sacerdote, nem o conselho de um sábio, nem o oráculo de um profeta. Vamos feri-lo com a difamação, sem fazermos caso do que ele disser». «Ajudai-me, Senhor, escutai a voz dos meus adversários. Porventura assim se paga o bem com o mal? Eles abrem uma cova para me tirar a vida. Lembrai-Vos que me apresentei diante de Vós, para Vos falar em seu favor, para deles afastar a vossa ira».

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 30 (31), 5-6.14.15-16 (R. 17b)
Refrão: Salvai-me, Senhor, pela vossa bondade. Repete-se

Livrai-me da armadilha que me prepararam,
porque Vós sois o meu refúgio.
Em vossas mãos entrego o meu espírito,
Senhor, Deus fiel, salvai-me. Refrão

Porque eu ouvia os gritos da multidão:
«Terror por toda a parte!»,
quando se coligaram contra mim
e decidiram tirar-me a vida. Refrão

Eu, porém, confio no Senhor:
Disse: «Vós sois o meu Deus,
nas vossas mãos está o meu destino».
Livrai-me das mãos dos meus inimigos. Refrão


ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Jo 8, 12
Refrão: Louvor a Vós, Jesus Cristo, Rei da eterna glória. Repete-se
Eu sou a luz do mundo, diz o Senhor.
Quem Me segue terá a luz da vida. Refrão


EVANGELHO Mt 20, 17-28
«Condená-l’O-ão à morte»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
 
Naquele tempo, enquanto Jesus subia para Jerusalém, chamou à parte os Doze e durante o caminho disse-lhes: «Vamos subir a Jerusalém e o Filho do homem vai ser entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas, que O condenarão à morte e O entregarão aos gentios, para ser por eles escarnecido, açoitado e crucificado. Mas ao terceiro dia Ele ressuscitará». Então a mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus com os filhos e prostrou-se para Lhe fazer um pedido. Jesus perguntou-lhe: «Que queres?» Ela disse-Lhe: «Ordena que estes meus dois filhos se sentem no teu reino um à tua direita e outro à tua esquerda». Jesus respondeu: «Não sabeis o que estais a pedir. Podeis beber o cálice que Eu hei-de beber?» Eles disseram: «Podemos». Então Jesus declarou-lhes: «Haveis de beber do meu cálice. Mas sentar-se à minha direita e à minha esquerda não pertence a Mim concedê-lo; é para aqueles a quem meu Pai o designou». Os outros dez, que tinham escutado, indignaram-se com os dois irmãos. Mas Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder. Não deve ser assim entre vós. Quem entre vós quiser tornar-se grande seja vosso servo e quem entre vós quiser ser o primeiro seja vosso escravo. Será como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção dos homens».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Dirigi, Senhor, o vosso olhar para as oferendas que Vos apresentamos e, por esta admirável permuta de dons, libertai-nos das cadeias do pecado. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Prefácio da Quaresma


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Mt. 20, 28
O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir
e dar a vida pela redenção dos homens.


DEPOIS DA COMUNHÃO
Estes sacramentos, Senhor, que nos destes como penhor de imortalidade, sejam para nós fonte de salvação eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.






« A sabedoria entra pelo amor, pelo silêncio e pela mortificação; grande sabedoria é saber calar e não olhar aos ditos, aos feitos e às vidas alheias»


São João da Cruz







ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra


LEITURAS: Jer 18, 18-20: A perspetiva da ressurreição, que o domingo anterior nos deixou antever a transfiguração, veio pedir o outro lado do mistério, que é o da paixão. O Mistério Pascal é o acesso à Vida, passando pela Morte; é a passagem da Morte à Vida, “deste mundo ao Pai.” Tudo isto se processa num itinerário todo espiritual, mas que Jesus irá percorrer até na sua própria carne. Jeremias, o profeta sofredor, figura do Senhor em sua Paixão, faz-nos hoje ouvir uma das suas lamentações ou desabafos, em forma de oração confiante, como hoje há-de ser também a oração do cristão.

Mt 20, 17-28: O que Jeremias prefigurou nos seus sofrimentos, Jesus o realiza em sua Paixão, que Ele desde já hoje anuncia aos seus discípulos, mas que eles então, como nós hoje, tanta dificuldade têm em aceitar. Na Igreja, que é o seu Corpo, Jesus continua a sua Paixão, mas sempre e desde já, com os olhos postos na glória, fruto da redenção que o Filho do homem oferece.



AGENDA DO DIA


11.30 horas: Funeral em Tolosa
17.00 horas: Missa em Gáfete
18.00 horas: Missa em Tolosa
18.00 horas: Missa em Nisa
A Visita Pastoral foi interrompida até data a anunciar.




A VOZ DO PASTOR


A MULHER EM BUSCA DE MAIS E MELHOR

Apesar de existir ainda muita desigualdade e muitos outros modos de ferir a sua dignidade, a mulher encontra-se hoje nos mais elevados cargos públicos e nos mais importantes lugares de decisão. Desde o mundo do trabalho ao da vida social, desde a cultura à ciência e às artes, da educação ao desporto, da política à economia, da vida eclesial à reflexão teológica, nada lhes é estranho. Alegramo-nos com elas! Mas também, com elas, reconhecemos que a sua preciosa presença na família é cada vez menor. A inserção no mercado de trabalho, a valorização da sua carreira e o sucesso profissional, se têm aspetos positivamente relevantes, terão este contra: o tempo não chega, o trabalho cansa, os meios de transporte fazem aumentar a fadiga diária, a disposição fraqueja, tantas razões a complicar ou a fazer delegar esta dimensão vocacional da mulher. Mesmo assim, elas esticam-se e desdobram-se em tarefas, com muito esforço, com muita correria e muita ginástica de vida, ainda que essa presença seja igualmente partilhada com o marido, quando é...

De facto, só uma sociedade bem estruturada e organizada, que, de todo, não é a nossa, poderia permitir que cada mulher pudesse realizar-se no desempenho da sua competência e responsabilidade profissional sem ter de prejudicar ou abandonar a sua insubstituível e muito especial presença na família e para a família. Se essa dimensão social fosse mais e melhor implementada pelos poderes públicos, a sociedade só teria a ganhar, a mulher e a família beneficiariam, os filhos saltitariam de alegria e o seu crescimento seria muito mais saudável e harmonioso. Quanto mais estável for a família, tanto mais garantida e respeitada estará a situação da mulher bem como a sua autoridade e liberdade, a sua vida matrimonial e a sua maternidade, o pleno desenvolvimento da sua personalidade. Até o seu emprego seria melhor vivido, seria um tempo mais feliz e um local de plena realização.

Estou com quem pensa e defende que o primeiro direito da mulher é ser verdadeiramente mulher, é ser respeitada na sua dignidade e vocação, em igualdade de género, de salário e de oportunidades. Nem a mulher nem o homem, nenhum deles, é superior ou mais digno que o outro. Também não há igualdade absoluta entre homem e mulher. Têm natureza idêntica mas especificidades ou caraterísticas próprias. São ambos necessários para a plenitude da pessoa e há entre eles “uma verdadeira reciprocidade na equivalência e na diferença”. São duas formas distintas pelas quais a humanidade cresce e se enriquece.

No entanto, há quem, para libertar a mulher de situações tidas como injustas, deite mão de “uma presumida liberdade sem limites”, ou de um certo “igualitarismo radical”, como se tais modos de decretar e impor fossem capazes de modificar a natureza das coisas ou de alterar aquilo que o próprio senso comum evidencia. A ideologia do género é uma dessas ferramentas. Muda e desconstrói a linguagem, os laços familiares, a sexualidade, a cultura, a educação e os valores, de forma dinâmica e silenciosa, sem fazer barulho, mas a trilhar caminho por tudo quanto é sítio, a começar pelas escolas, universidades e outras instâncias criadoras de opinião e mentalidade. Alguém a classifica como uma “metástase do marxismo”, sendo a família tradicional, e quem a defende, o principal inimigo a exterminar. Por sua vez, a dedicada engenharia social, as elites de serviço e os parlamentos de turno, fazem coro e dão-lhe força, e a legislação, sob o falso pretexto de um grande rasgo civilizacional, lá vai sendo cozinhada por entre os aplausos de quem se sente dono e ao leme do barco, e o encolher de ombros de quem, subserviente e sem coragem, não quer fazer ondas ou gerar tempestades com medo que os ventos e a água lhe possam saltar para o seu próprio tacho que não querem enegrecer, muito menos perder!...

Cristo teve um comportamento  desconcertante perante a triste mentalidade da época em relação à mulher. Ele fez-se promotor da verdadeira dignidade da mulher e da vocação correspondente a essa dignidade. Os próprios discípulos manifestaram estranheza ao ver como Jesus se colocava ao lado  da mulher e a defendia, qualquer que fosse a sua condição, idade ou circunstância. No debate sobre o matrimónio em que ardilosamente lhe colocaram a questão do direito do homem «repudiar a sua mulher por qualquer motivo», Jesus denuncia e insurge-se contra a dureza do coração farisaico e defende o verdadeiro lugar da mulher no matrimónio e a sua dignidade como pessoa. Na história do cristianismo, mesmo que nela se possam encontrar erros ou desvios - a Igreja, se é divina, também é humana! -, na história do cristianismo, a mulher sempre teve um estatuto especial de dignidade. O Magistério da Igreja tem sido pródigo em documentos e referências ao assunto e a mulher encontra-se no coração da história da salvação. Mas, de facto, não tem sido fácil essa luta pelos direitos da mulher. Só desde que ela deixou de ser apenas destinatária dessa luta e assumiu nela verdadeiro protagonismo é que se têm dado passos de aplaudir e podemos hoje celebrar o Dia Internacional da Mulher. Desde as suas reivindicações como operárias numa fábrica em Nova Iorque, em 1857, a história desta luta das mulheres tem-se vindo a construir e a fazer valer.

Aconselho a ler um elogio à mulher, no Livro dos Provérbios, um livro da Bíblia cujo conteúdo é atribuído ao rei Salomão que viveu, aproximadamente, há 3.000 anos. A compilação do Livro é imputado a um autor do século VI-V antes de Cristo. É um poema ou hino em louvor da mulher, sempre dedicada, laboriosa, empreendedora, hábil e atenta aos outros, cujos filhos e marido se erguem para a felicitar e elogiar (Provérbios 31, 10-31).

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 06-03-2020



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