quarta-feira, 18 de setembro de 2019




PARÓQUIAS DE NISA



Quinta, 19 de setembro de 2019










Quinta da XXIV semana do tempo comum



Ofício da féria ou da memória



QUINTA-FEIRA da semana XXIV
S. Januário, bispo e mártir – MF
Verde ou verm. – Ofício da féria ou da memória.
Missa à escolha

L 1 1 Tim 4, 12-16; Sal 110 (111), 7. 8. 9-10
Ev Lc 7, 36-50


* Na Ordem Agostiniana – S. Afonso de Orozco, presbítero – MO
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – S. Francisco Maria de Camporosso, religioso, da I Ordem – MO


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Sir 36, 18
Dai a paz, Senhor, aos que em Vós esperam
e confirmai a verdade dos vossos profetas.
Escutai a prece dos vossos servos e abençoai o vosso povo.


ORAÇÃO COLECTA
Deus, Criador e Senhor de todas as coisas,
lançai sobre nós o vosso olhar;
e para sentirmos em nós os efeitos do vosso amor,
dai-nos a graça de Vos servirmos com todo o coração.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I (anos ímpares) 1 Tim 4, 12-16
«Tem cuidado contigo e com o teu ensino:
assim salvar-te-ás a ti e àqueles que te ouvem»


Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo a Timóteo

Caríssimo: Ninguém te despreze por seres jovem. Sê, porém, um modelo para os fiéis, na palavra, na maneira de proceder, na caridade, na fé e na pureza. Enquanto não chego, consagra-te à proclamação da Escritura, à exortação e ao ensino. Não descuides o dom espiritual que recebeste e te foi concedido pela intervenção profética, com a imposição das mãos do presbitério. Atende a estas coisas e persevera nelas, para que o teu progresso seja manifesto a todos. Tem cuidado contigo e com o teu ensino e sê perseverante. Se assim procederes, salvar-te-ás a ti e àqueles que te ouvem.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 110 (111), 7.8.9-10 (R. 2a)
Refrão: São grandes as obras do Senhor. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se

Fiéis e justas são as obras das suas mãos,
imutáveis todos os seus preceitos,
irrevogáveis pelos séculos dos séculos,
estabelecidos na rectidão e na verdade. Refrão

Enviou a redenção ao seu povo,
firmou com ele uma aliança eterna:
santo e venerável é o seu nome.
O temor do Senhor é o princípio da sabedoria,
são prudentes todos os que a praticam.
O louvor do Senhor permanece eternamente. Refrão


ALELUIA Mt 11, 28
Refrão: Aleluia. Repete-se

Vinde a Mim, vós todos
que andais cansados e oprimidos,
e Eu vos aliviarei, diz o Senhor. Refrão


EVANGELHO Lc 7, 36-50
«São-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, um fariseu convidou Jesus para comer com ele. Jesus entrou em casa do fariseu e tomou lugar à mesa. Então, uma mulher – uma pecadora que vivia na cidade – ao saber que Ele estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro com perfume; pôs-se atrás de Jesus e, chorando muito, banhava-Lhe os pés com as lágrimas e enxugava-lhos com os cabelos, beijava-os e ungia-os com o perfume. Ao ver isto, o fariseu que tinha convidado Jesus pensou consigo: «Se este homem fosse profeta, saberia que a mulher que O toca é uma pecadora». Jesus tomou a palavra e disse-lhe: «Simão, tenho uma coisa a dizer-te». Ele respondeu: «Fala, Mestre». Jesus continuou: «Certo credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos denários e o outro cinquenta. Como não tinham com que pagar, perdoou a ambos. Qual deles ficará mais seu amigo?». Respondeu Simão: «Aquele – suponho eu – a quem mais perdoou». Disse-lhe Jesus: «Julgaste bem». E voltando-Se para a mulher, disse a Simão: «Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não Me deste água para os pés; mas ela banhou-Me os pés com as lágrimas e enxugou-os com os cabelos. Não Me deste o ósculo; mas ela, desde que entrei, não cessou de beijar-Me os pés. Não Me derramaste óleo na cabeça; mas ela ungiu-Me os pés com perfume. Por isso te digo: São-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama». Depois disse à mulher: «Os teus pecados estão perdoados». Então os convivas começaram a dizer entre si: «Quem é este homem, que até perdoa os pecados?». Mas Jesus disse à mulher: «A tua fé te salvou. Vai em paz».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Ouvi, Senhor, com bondade as nossas súplicas
e recebei estas ofertas dos vossos fiéis,
para que os dons oferecidos por cada um de nós
para glória do vosso nome
sirvam para a salvação de todos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 35, 8
Como é admirável, Senhor, a vossa bondade!
A sombra das vossas asas se refugiam os homens.

Ou cf. 1 Cor 10, 16
O cálice de bênção é comunhão no Sangue de Cristo;
e o pão que partimos é comunhão no Corpo do Senhor.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor nosso Deus,
concedei que este sacramento celeste
nos santifique totalmente a alma e o corpo,
para que não sejamos conduzidos pelos nossos sentimentos
mas pela virtude vivificante do vosso Espírito.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco
na unidade do Espírito Santo.



«Quem luta contra monstros, procure não se converter também num deles. Quando olhas longamente para o abismo, o abismo também olha para ti».

Friedrich Nietzsche




ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia

1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra


LEITURAS 1 Tim 4, 12-16: Timóteo é um discípulo de S. Paulo, agora posto à frente de uma comunidade, para o que recebeu “a imposição das mãos”, feita pelo “conselho dos anciãos” acompanhada pela palavra da profecia, diríamos hoje, para o que recebeu a Ordenação. Mas S. Paulo, apesar de ter feito dele responsável por uma Igreja, continua ainda a dar-lhe alguns conselhos de ordem pastoral.

Lc 7, 36-50:  Todo este episódio, cujos pormenores se compreendem facilmente no ambiente das sociedades orientais, mostra como S. Lucas tanto gosta de pôr em realce a misericórdia de Jesus. Com uma breve parábola, Jesus mostra a Simão que os seus pensamentos não iam bem orientados; de facto, não se tratava de Se deixar tocar por uma pecadora, mas de acolher uma penitente e de lhe dar o perdão. (Esta penitente não deve ser confundida com Maria, irmã de Marta, nem provavelmente com Maria de Magdala, a Madalena).

ORAÇÃO: Senhor, o teu caminho é difícil e exigente. Pedes que sejamos como Tu, estando dispostos a servir. Ajuda-nos a ser humildes de coração, a ser generosos como Tu, prontos a dar a vida como Tu a deste.





AGENDA DO DIA


16.00 horas: Missa na Santa Casa
18.00 horas: Missa em Nisa – Espírito Santo
21.00 horas: Adoração ao Santíssimo
21.00 horas: Encontro de catequistas em Tolosa.





A VOZ DO PASTOR



A FORÇA DAQUELA FRAQUEZA!...

Persas, cartaginenses, romanos e afins, usavam a cruz, em diversas formas e feitios, para torturar e matar, cruel e sadicamente. Embora com muitas outras configurações e motivos, não falta hoje quem continue a levantar cruzes para crucificar os outros, lavando as mãos calejadas em iniquidades. Por causa de todas essas cruzes e injustiças humanas ao longo da história, aconteceu a Cruz, a Cruz com letra maiúscula, sempre atualizada, e que recordamos de uma forma muito especial no dia da sua Exaltação, na festa da Exaltação da Santa Cruz. Falamos daquela Cruz que foi usada para torturar e matar Jesus segundo a brutalidade do tempo, mas na qual Ele venceu a morte e fez brotar a Vida. Daquela Cruz que nos ajuda a contemplar o mistério de Deus uno e trino, o mistério de Deus que se fez homem, o mistério do homem Deus que Se esvaziou a Si próprio, Se tornou semelhante aos homens, assumiu a condição de servo, fez-Se obediente até à morte e morte de Cruz, como lemos nas Escrituras. Apresentando-nos o sofrimento de Deus e de toda a humanidade, dela brota a vida, a vida divina que nos foi oferecida por Cristo. Não é fim em si mesma nem exaltação da dor. É o preço da nossa liberdade, é a síntese de quanto Jesus sofreu por nós, tem força de vitória e é sinal de que a vida de Cristo foi abraçada por quem a usa e vive na esperança da ressurreição. Beija-la é beijar Cristo e a Sua vida, é adorar o Filho de Deus que se entregou por nós, para nossa salvação, numa atitude de infinita solidariedade para com todos, sem nos atribuir culpas. Ela manifesta a loucura do amor de Deus por nós, resume a proposta de vida que Jesus nos faz, ajuda-nos a descobrir a cruz da nossa vida e a saber morrer nela, por amor.
Por isso, não deve ser tratada com gestos e palavras vazias, nem ser usada, rotineira e supersticiosamente, a pensar que só pelo facto de andar no bolso ou estar pendurada lá na parede ou ao peito, já santifica pessoas, lugares e ambientes. Tampouco deve ser olhada como um sinal de masoquismo ou tida como objeto de adorno ou amuleto para trazer ao pescoço ou no pulso, misturada com outros objetos conotados com feitiçarias ou maus olhados, como figas, chifres, ferraduras, pentagramas... como se tudo fosse igual a tudo!
Ela é o símbolo por excelência de todo o cristão, não só porque nela se reconhece a dimensão humana e divina do Deus crucificado, mas também porque nela se constata uma enorme e sempre inacabada dimensão social. Sim, a Cruz não é um símbolo fechado em si, um símbolo para agasalhar e fechar os corações em egoísmos pietistas, zelosos no individualismo. Ela tem uma dimensão social, tem função e força solidária e fraterna. Se nela recordamos a história de Jesus, no centro dessa história estão todas as vítimas da crueldade humana que reclamam justiça, o que só acontecerá pela transformação pessoal e social que estamos desafiados a fomentar, ao jeito de Jesus e com Ele. Ao contemplar essa Cruz, o cristão é levado a ver o que sem ela não seria capaz de enxergar e assumir, é constantemente desafiado a viver na verdade, sente-se enviado às periferias existenciais a fazer com que todos participem na alegria do amor de Deus que em Cristo morreu por todos. Quando verdadeiramente se contempla a Cruz, não se pode deixar de revolucionar a própria vida e de influenciar a consciência social da comunidade envolvente.
Como sabemos, Paulo foi grande perseguidor dos cristãos. Quando Jesus se fez encontrado por ele a caminho de Damasco, Paulo, na graça da conversão, entendeu de tal forma o significado da Cruz e da sua teologia que fez dela o fundamento da sua incansável pregação. Jesus morrera na Cruz por todos, sim, mas também morrera por ele: Ele “me amou e se entregou por mim”!... Isto transformou-o completamente e fez dele o Apóstolo por excelência: “Ai de mim se não evangelizar”. Na força do Espírito, anunciava com tanta paixão e garra a fé em Cristo morto e ressuscitado, que o cristianismo se foi impondo ao arrepio dos grandes poderes instalados, das culturas adversas e dos costumes reinantes. De facto, para o poder instalado e arrogante, Jesus foi tido como um subversivo a quem era preciso dar a morte, era incómodo demais, os seus discípulos também. Para os judeus, a Cruz contradizia o seu entendimento da majestade e da omnipotência divinas. Olhando apenas para o seu umbigo, eles esperavam um Messias rodeado de glórias e de triunfos arrasadores e espetaculares. Por isso, o Calvário constituía um escândalo, não passava de um enorme e triste fracasso. Por sua vez, os gregos, os sábios do tempo, olhavam para o sofrimento da Cruz e para a dor que ela simbolizava como uma autêntica loucura, um insulto ao bom senso e à razão. No entanto, esta loucura e esta debilidade de Deus manifestaram-se mais sábias e mais fortes que a sabedoria e a fortaleza humana. E ao longo da história, mesmo em momentos de aparente fracasso, foi sempre a Cruz que levou a melhor. Mesmo que porventura alguém a invocasse para agir desumanamente, nunca ela justificou nem justificará as razões sem razão do mais forte ou perverso, nem tampouco significará o sofrimento sem sentido. Sempre manifestará a urgência da solidariedade fraterna e do amor que dá sentido à vida e ao sofrimento, mesmo quando alguém se ache no direito de fazer da vida dos outros uma verdadeira “Colina das Cruzes”.
“Eis a minha vida entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim”. A Eucaristia atualiza o compromisso de Jesus para connosco em toda a sua radicalidade. Contemplar a Cruz e participar na Eucaristia é fazer memória, é atualizar, é tornar presente o amor gratuito com que Jesus Cristo nos amou, até ao fim, dando a vida. Ele não é um Deus que ama em abstrato. Ele ama e compromete-se connosco no meio das nossas fraquezas, conflitos e tensões ao ponto de sofrer imenso e dar a vida por isso. E disse-nos: “fazei isto em memória de Mim”, como quem diz, “não vos esqueçais do que Eu fiz por vós”. Ou ainda, por outras palavras: “quando vos virdes em situações semelhantes àquelas em que Eu me vi, fazei como Eu fiz: não pactueis com a injustiça, com a hipocrisia, com a mentira, com o fingimento, com a exploração, com ambições e covardias, com o tráfico de interesses e as invejas, com a violência e a indiferença, as traições e o descarte... Sede sensíveis às necessidades dos irmãos, ajudai-os a levar a sua cruz, sede libertadores dando voz a quem a não tem...Numa palavra: fazei como Eu fiz... dai a vida... e vivereis... e tereis a alegria plena... e reconhecerão que sois Meus discípulos... só a verdade vos libertará”.
 Animados pela alegria da ressurreição e fortalecidos pela força do Espírito, os cristãos jamais se cansaram de anunciar que Deus tornou Senhor e Cristo o Jesus crucificado: “Deus O ressuscitou dos mortos”, disto nós somos testemunhas. E “o que nós vimos e ouvimos, isso agora vos anunciamos...”.
 Cruz e Ressurreição fazem parte da fé pascal. Uma coisa sem a outra é reduzir ou falsificar a pessoa e o gesto de Jesus. Talvez seja levantar muitíssimas mais cruzes, mas sem Cruz nem Ressurreição!

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 13-09-2019.





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