PARÓQUIAS DE NISA
Quinta, 26 de setembro de 2019
Quinta da XXV semana do
tempo comum
QUINTA-FEIRA
da semana XXV
S. Cosme e S. Damião, mártires – MF
Verde ou verm. – Ofício da féria ou da memória.
Missa à escolha
Verde ou verm. – Ofício da féria ou da memória.
Missa à escolha
L 1 Ag 1, 1-8; Sal 149, 1-2. 3-4. 5-6a e 9b
Ev Lc 9, 7-9
* Na Ordem Franciscana (III Ordem) – S. Elzeário de Sabran e B. Delfina, esposos, da III Ordem – MF
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – Bb. Aurélio de Vinalesa e Companheiros, mártires, da I Ordem – MF
* Na Congregação das Filhas de São Camilo – B. Luís Tezza, presbítero, Fundador com a B. Josefina Vannini, da Congregação – FESTA
* Na Congregação do Santíssimo Redentor – B. Gaspar Stanggassinger, presbítero – MO
* Na Congregação da Missão e na Companhia das Filhas da Caridade – I Vésp. de S. Vicente de Paulo.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA
Eu sou a salvação do meu povo, diz o Senhor.
Quando chamar por Mim nas suas tribulações,
Eu o atenderei e serei o seu Deus para sempre.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que fizestes consistir a plenitude da lei
no vosso amor e no amor do próximo,
dai-nos a graça de cumprirmos este duplo mandamento,
para alcançarmos a vida eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Ag 1, 1-8
«Reconstruí o meu templo e nele porei a minha complacência»
Início da Profecia de Ageu
Eu sou a salvação do meu povo, diz o Senhor.
Quando chamar por Mim nas suas tribulações,
Eu o atenderei e serei o seu Deus para sempre.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que fizestes consistir a plenitude da lei
no vosso amor e no amor do próximo,
dai-nos a graça de cumprirmos este duplo mandamento,
para alcançarmos a vida eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Ag 1, 1-8
«Reconstruí o meu templo e nele porei a minha complacência»
Início da Profecia de Ageu
No segundo ano do rei Dario, no primeiro dia do sexto mês, foi dirigida a palavra do Senhor, por meio do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Salatiel, governador de Judá, e a Josué, filho de Josadac, sumo sacerdote: «Assim fala o Senhor do Universo: Este povo diz: ‘Não chegou ainda o tempo de se reconstruir o templo do Senhor’». E a palavra do Senhor foi manifestada, por meio do profeta Ageu: «Para vós chegou o tempo de habitardes em casas confortáveis, enquanto este templo continua em ruínas». Por isso, assim fala o Senhor do Universo: «Pensai bem na vossa situação. Semeais muito e colheis pouco; comeis e não vos saciais; bebeis e não matais a sede; vestis-vos e não vos aqueceis; e o operário mete o seu salário num saco roto». Assim fala o Senhor do Universo: «Pensai bem na vossa sorte: Subi ao monte, trazei madeira e reconstruí o meu templo; nele porei a minha complacência e manifestarei a minha glória» – diz o Senhor.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 149, 1-2.3-4.5-6a e 9b (R. 4a)
Refrão: O Senhor ama o seu povo. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor na assembleia dos santos.
Alegre-se Israel em seu Criador,
rejubilem os filhos de Sião em seu Rei. Refrão
Louvem o seu nome com danças,
cantem ao som do tímpano e da cítara,
porque o Senhor ama o seu povo,
coroa os humildes com a vitória. Refrão
Exultem de alegria os fiéis,
cantem jubilosos em suas casas;
em sua boca os louvores de Deus.
Esta é a glória de todos os seus fiéis. Refrão
ALELUIA Jo 14, 6
Refrão: Aleluia. Repete-se
Eu sou o caminho, a verdade e a vida, diz o Senhor;
ninguém vai ao Pai senão por Mim. Refrão
EVANGELHO Lc 9, 7-9
«A João mandei-o eu decapitar.
Mas quem é este homem, de quem oiço tais coisas?»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, o tetrarca Herodes ouviu dizer tudo o que Jesus fazia e andava perplexo, porque alguns diziam: «É João Baptista que ressuscitou dos mortos». Outros diziam: «E Elias que reapareceu». E outros diziam ainda: «É um dos antigos profetas que ressuscitou». Mas Herodes disse: «A João mandei-o eu decapitar. Mas quem é este homem, de quem oiço dizer tais coisas?». E procurava ver Jesus.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai benignamente, Senhor, os dons da vossa Igreja,
para que receba nestes santos mistérios
os bens em que pela fé acredita.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 118, 4-5
Promulgastes, Senhor,
os vossos preceitos para se cumprirem fielmente.
Fazei que os meus passos sejam firmes
na observância dos vossos mandamentos.
Ou Jo 10, 14
Eu sou o Bom Pastor, diz o Senhor;
conheço as minhas ovelhas
e as minhas ovelhas conhecem-Me.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Sustentai, Senhor, com o auxílio da vossa graça
aqueles que alimentais nos sagrados mistérios,
para que os frutos de salvação
que recebemos neste sacramento
se manifestem em toda a nossa vida.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
«Ama apesar fazer
doer. Se doer é bom sinal.»
Teresa
de Calcutá
ORAÇÃO BÍBLICA
Reza a PALAVRA do dia
1. Leitura: Lê, respeita,
situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação:
Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
-
Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS
: Ag 1, 1-8: Ao
regressar do exílio de Babilónia, o povo de Deus encontrou a cidade de
Jerusalém e o templo em ruínas. Então, pela voz do profeta, Deus exorta os dois
principais chefes do povo, Zorobabel, o governador, e Josué, o sacerdote, a
fazerem que o povo reconstrua o templo do Senhor, e não se interesse só pela
reconstrução das suas próprias casas.
Lc
9, 7-9: A visão, puramente humana,
que Herodes tinha de Jesus, não lhe permitia atinar com a explicação justa para
a pessoa do Senhor. Chega a pensar no regresso à vida de algum dos antigos
profetas, ou até de João Baptista, que ele próprio mandara matar. E Jesus fica
sendo a grande interrogação: “Quem é este homem?” Só a luz da fé poderá
responder.
ORAÇÃO: Senhor, o teu
caminho é difícil e exigente. Pedes que sejamos como Tu, estando dispostos a
servir. Ajuda-nos a ser humildes de coração, a ser generosos como Tu, prontos a
dar a vida como Tu a deste.
AGENDA DO DIA
16.00 horas: Missa na Santa Casa de Nisa
18.00 horas: Missa
em Nisa.
21.00 horas:
Adoração ao santíssimo.
A VOZ DO PASTOR
CAMINHOS DE SANTIAGO E PEREGRINAÇÕES
Foi
em Santiago do Cacém, Diocese de Beja, que teve lugar a cerimónia de lançamento
dos “Caminhos de Santiago Alentejo e Ribatejo”. O ato teve lugar na igreja
matriz, junto ao castelo. Uma bela igreja, sofrida no tempo com o terramoto de
1755 e por mais dois incêndios, ela continua a desafiar os séculos. Tem três
naves, elementos de gótico e barroco, painéis de azulejo, talha dourada e com o
detrás para a frente. O que antigamente era a capela-mor com abóbada e cruzaria
de ogivas, virou a coro alto e entrada principal da igreja, ao cimo de uma bela
escadaria. O fundo da igreja permitiu rasgar uma nova capela-mor nos fins do
século XVIII e no dealbar do XIX, junto da qual permaneceu a torre sineira. Se
a orientação do templo foi invertida, não prejudicou a sua harmonia interna nem
o seu espaço envolvente. Enriqueceu a beleza paisagística do local donde se
avista a cidade aos pés, a longa planície, o porto de Sines e o mar. Santiago
ainda por lá combate os mouros num interessante alto-relevo gótico do século
XIV.
A
sessão foi muito concorrida, solene e promissora. Teve a presença de responsáveis
pela iniciativa e gente envolvida na área do turismo e do religioso, quer da
Galiza quer de Portugal.
Desde que colocou os pés neste vale de lágrimas, o homem,
embora sentindo o nascimento como entrada e a morte como saída, sempre se teve
como peregrino a percorrer os caminhos do tempo e do espaço, sobretudo até
dentro de si próprio. Este peregrinar em direção ao seu interior é quase sempre
o caminho mais difícil de percorrer, o mais longo e mais longínquo, há quem
desista ou erre os azimutes!... Foi assim desde Adão e Eva que até entraram por
atalhos solavancados, virando as costas ao verdadeiro trajeto. E assim foi
acontecendo no peregrinar do povo e de cada indivíduo através da história. Ora
se enganava e desviava, ora sentia a necessidade de se reencontrar no certo e
essencial, removendo os equívocos do coração e ingressando na rota que o
conduziria à meta pela justiça e fidelidade. Tal como outrora, também hoje isso
acontece. E neste peregrinar, a eficácia foi e é tanto maior quanto mais se
percebia e percebe que o próprio Senhor Se fez peregrino com cada um e a todos
chama à comunhão na gratuidade e na misericórdia.
Hoje
existem muitos outros caminheiros à procura de “metas diferentes, através do
turismo, da exploração científica e do comércio”, do desporto, etc. São
fenómenos complexos que embora, aqui ou ali, possam ser “causa de injustiça, de
exploração das pessoas, de erosão das culturas ou de devastação da natureza”,
conservam “em si valores de pesquisa, de progresso e de promoção da mútua compreensão
entre os povos, que merecem ser fomentados”. A informática e o virtual vão
rasgando outras estradas para o peregrinar humano, com muitos riscos e
deformações, é verdade, mas também com enormes e latentes virtualidades. Sim,
todos os caminhos podem ser sublimes para quem, de coração sincero, procura o
sentido da vida e das coisas: Deus serve-Se de tudo para Se fazer encontrado.
Faz-nos tropeçar n’Ele, mas disfarçamos, sentimo-nos demasiadamente importantes
e seguros nas nossas peneiras, não queremos dar sinais de tais fraquezas!...
Quando
Jesus entrou na história, a sua vida foi-se desenrolando pelos caminhos da Sua
terra, constituindo uma verdadeira peregrinação em direção a Jerusalém, à meta
da cruz e da glória pascal. A etapa definitiva, porém, teve lugar no dia da
Ascensão, no dia da subida à plenitude da comunhão com Deus.
À
semelhança de Cristo, também a Igreja está em constante peregrinação.
Ultrapassando o tempo e as fronteiras, ela anuncia a Palavra de Cristo para
conduzir a todos em direção à cidade futura, em direção ao Reino, já presente e
operante em todo o mundo. No desafio que Jesus nos fez e faz à perfeição,
configura-se o perfil da verdadeira peregrinação. Ao longo dos tempos, este
desejo de perfeição e busca da intimidade divina, fez e faz surgir diversas
experiências de peregrinação, desde a fuga para o deserto até à peregrinação a
lugares significativos e excecionais, cada um com o seu encanto e a sua rica
história. Jerusalém, Roma, Santiago de Compostela e tantos outros santuários e
“fortalezas do espírito e da cultura” que enriquecem a história local, nacional
e internacional, são “lugares que encarnam a memória de grandes santos” e de
Nossa Senhora. Foram e são lugares privilegiados para a cultura do encontro. Do
encontro com Deus, com a Sua Palavra, com a Igreja, com a reconciliação, com
Jesus Eucaristia, com a caridade, com a humanidade, consigo mesmo, com a
natureza, com Maria, a Senhora do Encontro. Este “grande fenómeno que envolve
massas populares, animadas por convicções simples e profundas, alimenta a
espiritualidade, faz aumentar a fé, estimula a caridade, anima a missão da
Igreja”. No entanto, não faltou quem alertasse que “o verdadeiro caminho a
empreender é o que conduz o fiel, da realidade física à espiritual, da vida no
corpo à vida no Senhor”, e não tanto a caminhada de um lugar para o outro.
Martinho Lutero até denunciava que pode acontecer “que alguém faça a
peregrinação a Roma e gaste cinquenta e cem florins e até mais, e deixe a
esposa e os filhos e talvez um seu próximo em casa, à mercê da miséria”.
Nos
últimos tempos, Paulo VI, João Paulo II, Bento XVI e Francisco foram peregrinos
dos grandes santuários internacionais, tornando-se peregrinos do próprio mundo,
como que a dar um sinal de um caminhar mais vasto e universal da humanidade ao
encontro de si própria. O homem sempre foi e continua a ser “um viandante que
tem sede de novos horizontes e fome de paz e de justiça, investigador da
verdade, desejoso de amor, aberto ao absoluto e ao infinito”. Ao encaminhar-se
para metas positivas de vária ordem e natureza, a humanidade enfrenta novos
obstáculos e também muitos dos antigos. Por isso, é normal que ela “experimente
também o cansaço e nutra o desejo de um lugar, que possa ser um santuário onde
repousar, um espaço de liberdade que torne possível o diálogo consigo mesmo,
com os outros e com Deus. A peregrinação do cristão acompanha esta busca da
humanidade e oferece-lhe a segurança da meta, a presença do Senhor”.
Para
nós, os crentes, a peregrinação é “uma manifestação cultural a ser realizada
com fidelidade à tradição, com sentimento religioso intenso e como atuação da
sua existência pascal. A dinâmica própria da peregrinação revela algumas etapas
que se tornam um paradigma de toda a vida de fé: “a partida” torna manifesta a
sua decisão de avançar até à meta e de conseguir os objetivos espirituais da
sua vocação batismal; “o caminho” condu-lo à solidariedade com os irmãos e à
preparação necessária para o encontro com o seu Senhor; “a visita ao santuário”
convida-o à escuta da palavra de Deus e à celebração sacramental; “o retorno”,
por fim, recorda-lhe a sua missão no mundo, como testemunha da salvação e
construtor da paz”.
Estando
a experimentar um novo impulso, a peregrinação reclama uma pastoral com “uma
clara fundamentação teológica que a justifique”, tornando-a “uma profunda e
amadurecida experiência de fé”. Sobre a Peregrinação e o Santuário, aconselho a
ler os documentos publicados em 1999 pelo Conselho Pontifício para a Pastoral
dos Emigrantes e Itinerantes, intitulado “A Peregrinação no Grande Jubileu do
Ano 2000 - O Santuário, memória, presença e profecia do Deus vivo”. Foram
publicados num pequeno volume pela Ed. Paulinas, em junho de 1999, e foi deles
que me servi na elaboração deste texto.
Antonino
Dias
Portalegre-Castelo
Branco, 20-09-2019.
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