segunda-feira, 16 de setembro de 2019




PARÓQUIAS DE NISA



Terça, 17 de setembro de 2019










Terça da XXIV semana do tempo comum



Ofício da féria ou da memória



TERÇA-FEIRA da semana XXIV

S. Roberto Belarmino, bispo e doutor da Igreja – MF
Verde ou br. – Ofício da féria ou da memória.

L 1 1 Tim 3, 1-13; Sal 100 (101), 1-2ab. 2cd-3ab. 5. 6
Ev Lc 7, 11-17


* Na Companhia de Jesus – S. Roberto Belarmino – MO
* Na Ordem Beneditina – S. Hildegarda, virgem – MF; S. Roberto Belarmino – MF
* Na Ordem Carmelita e na Ordem dos Carmelitas Descalços – S. Alberto de Jerusalém, bispo e legislador da Ordem – FESTA
* Na Ordem Franciscana – Impressão das Chagas de S. Francisco de Assis – FESTA; na II e III Ordem – MO
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – Impressão das Chagas de S. Francisco de Assis – FESTA
* Na Ordem da Imaculada Conceição – Aniversário da aprovação de Regra própria (1511).



MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Sir 36, 18
Dai a paz, Senhor, aos que em Vós esperam
e confirmai a verdade dos vossos profetas.
Escutai a prece dos vossos servos e abençoai o vosso povo.


ORAÇÃO COLECTA
Deus, Criador e Senhor de todas as coisas,
lançai sobre nós o vosso olhar;
e para sentirmos em nós os efeitos do vosso amor,
dai-nos a graça de Vos servirmos com todo o coração.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I (anos ímpares) 1 Tim 3, 1-13
«Quem exerce um cargo de governo na Igreja
deve ser irrepreensível; igualmente os diáconos devem conservar
o mistério da fé numa consciência pura»

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo a Timóteo

Caríssimo: É digna de fé esta palavra: Quem aspira a um cargo de governo na Igreja aspira a uma nobre função. Mas quem exerce esse cargo deve ser irrepreensível, casado uma só vez, sóbrio, ponderado, digno, hospitaleiro, capaz de ensinar, não dado ao vinho, nem violento, mas condescendente, pacífico e desinteressado. Deve governar bem a sua casa, mantendo os filhos submissos com toda a dignidade, pois quem não sabe governar a própria casa, como poderá cuidar da Igreja de Deus? Não deve ser um recém-convertido, não aconteça que se encha de orgulho e venha a incorrer na mesma condenação do diabo. Além disso, deve gozar de boa fama entre os de fora, para não cair no descrédito e em alguma cilada do diabo. Os diáconos devem igualmente ser dignos, homens de palavra, não propensos ao excesso de bebidas nem a lucros desonestos; e conservem o mistério da fé numa consciência pura. Sejam primeiro postos à prova; depois, se não houver nada a censurar-lhes, poderão exercer o diaconado. As suas mulheres devem igualmente ser dignas, não maldizentes, mas sóbrias e fiéis em tudo. Não se casem os diáconos mais que uma vez; governem bem os filhos e a própria casa. Porque aqueles que exercem bem o seu ministério alcançam uma posição honrosa e uma firme confiança, fundada sobre a fé em Cristo Jesus.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL
Salmo 100 (101), 1-2ab.2cd-3ab.5.6 (R. cf. 2b)
Refrão: Andarei no caminho perfeito. Repete-se


Quero cantar a bondade e a justiça:
a Vós, Senhor, entoarei salmos.
Quero seguir o caminho perfeito:
quando vireis ao meu encontro? Refrão

Viverei na inocência do coração
no interior da minha casa.
Não porei diante de meus olhos
qualquer acção perversa. Refrão

Quem às ocultas calunia o seu próximo,
hei-de reduzi-lo ao silêncio.
Ao de olhar altivo e coração soberbo,
não o poderei suportar. Refrão

Tenho os olhos postos na gente leal da minha terra,
para que esteja sempre ao meu lado.
Só aquele que segue o caminho perfeito
poderá ser meu servo. Refrão


ALELUIA Lc 7, 16
Refrão: Aleluia. Repete-se

Apareceu no meio de nós um grande profeta:
Deus visitou o seu povo. Refrão


EVANGELHO Lc 7, 11-17
«Jovem, Eu te digo: levanta-te»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, dirigia-Se Jesus para uma cidade chamada Naim; iam com Ele os seus discípulos e uma grande multidão. Quando chegou à porta da cidade, levavam um defunto a sepultar, filho único de sua mãe, que era viúva. Vinha com ela muita gente da cidade. Ao vê-la, o Senhor compadeceu-Se dela e disse-lhe: «Não chores». Jesus aproximou-Se e tocou no caixão; e os que o transportavam pararam. Disse Jesus: «Jovem, Eu te ordeno: levanta-te». O morto sentou-se e começou a falar; e Jesus entregou-o à sua mãe. Todos se encheram de temor e davam glória a Deus, dizendo: «Apareceu no meio de nós um grande profeta; Deus visitou o seu povo». E a fama deste acontecimento espalhou-se por toda a Judeia e pelas regiões vizinhas.

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Ouvi, Senhor, com bondade as nossas súplicas
e recebei estas ofertas dos vossos fiéis,
para que os dons oferecidos por cada um de nós
para glória do vosso nome
sirvam para a salvação de todos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 35, 8
Como é admirável, Senhor, a vossa bondade!
A sombra das vossas asas se refugiam os homens.

Ou cf. 1 Cor 10, 16
O cálice de bênção é comunhão no Sangue de Cristo;
e o pão que partimos é comunhão no Corpo do Senhor.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor nosso Deus,
concedei que este sacramento celeste
nos santifique totalmente a alma e o corpo,
para que não sejamos conduzidos pelos nossos sentimentos
mas pela virtude vivificante do vosso Espírito.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



«Um familiar corre o risco de se perder eternamente  e eu continuo tranquilo?»




ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia

1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra


LEITURAS 1 Tim 3, 1-13: A leitura refere-se a pessoas investidas em diversos cargos de responsabilidade na Igreja. A esses responsáveis pede-se, antes de mais, que saibam orientar a sua própria casa e as suas coisas pessoais, para depois saberem orientar a Igreja de Deus. O celibato não era ainda, neste tempo, a situação geral dos ministros da comunidade.

Lc 7, 11-17: Jesus ressuscita um morto, como, no Antigo Testamento, o tinham feito Elias e Eliseu. Assim, Jesus Se manifesta grande profeta, como a multidão acaba por reconhecer. Na sua pessoa, Deus está presente no meio do seu povo, numa visita de salvação e, nesta ressurreição, Jesus adianta um sinal da sua futura ressurreição.

ORAÇÃO: Senhor, o teu caminho é difícil e exigente. Pedes que sejamos como Tu, estando dispostos a servir. Ajuda-nos a ser humildes de coração, a ser generosos como Tu, prontos a dar a vida como Tu a deste.





AGENDA DO DIA

18.00 horas: Missa em Alpalhão
18.00 horas: Missa em Nisa – Espírito Santo
21.00 horas: Intendência dos Cursilhistas: Via Sacra na Igreja do Espírito Santo





A VOZ DO PASTOR



A FORÇA DAQUELA FRAQUEZA!...

Persas, cartaginenses, romanos e afins, usavam a cruz, em diversas formas e feitios, para torturar e matar, cruel e sadicamente. Embora com muitas outras configurações e motivos, não falta hoje quem continue a levantar cruzes para crucificar os outros, lavando as mãos calejadas em iniquidades. Por causa de todas essas cruzes e injustiças humanas ao longo da história, aconteceu a Cruz, a Cruz com letra maiúscula, sempre atualizada, e que recordamos de uma forma muito especial no dia da sua Exaltação, na festa da Exaltação da Santa Cruz. Falamos daquela Cruz que foi usada para torturar e matar Jesus segundo a brutalidade do tempo, mas na qual Ele venceu a morte e fez brotar a Vida. Daquela Cruz que nos ajuda a contemplar o mistério de Deus uno e trino, o mistério de Deus que se fez homem, o mistério do homem Deus que Se esvaziou a Si próprio, Se tornou semelhante aos homens, assumiu a condição de servo, fez-Se obediente até à morte e morte de Cruz, como lemos nas Escrituras. Apresentando-nos o sofrimento de Deus e de toda a humanidade, dela brota a vida, a vida divina que nos foi oferecida por Cristo. Não é fim em si mesma nem exaltação da dor. É o preço da nossa liberdade, é a síntese de quanto Jesus sofreu por nós, tem força de vitória e é sinal de que a vida de Cristo foi abraçada por quem a usa e vive na esperança da ressurreição. Beija-la é beijar Cristo e a Sua vida, é adorar o Filho de Deus que se entregou por nós, para nossa salvação, numa atitude de infinita solidariedade para com todos, sem nos atribuir culpas. Ela manifesta a loucura do amor de Deus por nós, resume a proposta de vida que Jesus nos faz, ajuda-nos a descobrir a cruz da nossa vida e a saber morrer nela, por amor.

Por isso, não deve ser tratada com gestos e palavras vazias, nem ser usada, rotineira e supersticiosamente, a pensar que só pelo facto de andar no bolso ou estar pendurada lá na parede ou ao peito, já santifica pessoas, lugares e ambientes. Tampouco deve ser olhada como um sinal de masoquismo ou tida como objeto de adorno ou amuleto para trazer ao pescoço ou no pulso, misturada com outros objetos conotados com feitiçarias ou maus olhados, como figas, chifres, ferraduras, pentagramas... como se tudo fosse igual a tudo!

Ela é o símbolo por excelência de todo o cristão, não só porque nela se reconhece a dimensão humana e divina do Deus crucificado, mas também porque nela se constata uma enorme e sempre inacabada dimensão social. Sim, a Cruz não é um símbolo fechado em si, um símbolo para agasalhar e fechar os corações em egoísmos pietistas, zelosos no individualismo. Ela tem uma dimensão social, tem função e força solidária e fraterna. Se nela recordamos a história de Jesus, no centro dessa história estão todas as vítimas da crueldade humana que reclamam justiça, o que só acontecerá pela transformação pessoal e social que estamos desafiados a fomentar, ao jeito de Jesus e com Ele. Ao contemplar essa Cruz, o cristão é levado a ver o que sem ela não seria capaz de enxergar e assumir, é constantemente desafiado a viver na verdade, sente-se enviado às periferias existenciais a fazer com que todos participem na alegria do amor de Deus que em Cristo morreu por todos. Quando verdadeiramente se contempla a Cruz, não se pode deixar de revolucionar a própria vida e de influenciar a consciência social da comunidade envolvente.

Como sabemos, Paulo foi grande perseguidor dos cristãos. Quando Jesus se fez encontrado por ele a caminho de Damasco, Paulo, na graça da conversão, entendeu de tal forma o significado da Cruz e da sua teologia que fez dela o fundamento da sua incansável pregação. Jesus morrera na Cruz por todos, sim, mas também morrera por ele: Ele “me amou e se entregou por mim”!... Isto transformou-o completamente e fez dele o Apóstolo por excelência: “Ai de mim se não evangelizar”. Na força do Espírito, anunciava com tanta paixão e garra a fé em Cristo morto e ressuscitado, que o cristianismo se foi impondo ao arrepio dos grandes poderes instalados, das culturas adversas e dos costumes reinantes. De facto, para o poder instalado e arrogante, Jesus foi tido como um subversivo a quem era preciso dar a morte, era incómodo demais, os seus discípulos também. Para os judeus, a Cruz contradizia o seu entendimento da majestade e da omnipotência divinas. Olhando apenas para o seu umbigo, eles esperavam um Messias rodeado de glórias e de triunfos arrasadores e espetaculares. Por isso, o Calvário constituía um escândalo, não passava de um enorme e triste fracasso. Por sua vez, os gregos, os sábios do tempo, olhavam para o sofrimento da Cruz e para a dor que ela simbolizava como uma autêntica loucura, um insulto ao bom senso e à razão. No entanto, esta loucura e esta debilidade de Deus manifestaram-se mais sábias e mais fortes que a sabedoria e a fortaleza humana. E ao longo da história, mesmo em momentos de aparente fracasso, foi sempre a Cruz que levou a melhor. Mesmo que porventura alguém a invocasse para agir desumanamente, nunca ela justificou nem justificará as razões sem razão do mais forte ou perverso, nem tampouco significará o sofrimento sem sentido. Sempre manifestará a urgência da solidariedade fraterna e do amor que dá sentido à vida e ao sofrimento, mesmo quando alguém se ache no direito de fazer da vida dos outros uma verdadeira “Colina das Cruzes”.

“Eis a minha vida entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim”. A Eucaristia atualiza o compromisso de Jesus para connosco em toda a sua radicalidade. Contemplar a Cruz e participar na Eucaristia é fazer memória, é atualizar, é tornar presente o amor gratuito com que Jesus Cristo nos amou, até ao fim, dando a vida. Ele não é um Deus que ama em abstrato. Ele ama e compromete-se connosco no meio das nossas fraquezas, conflitos e tensões ao ponto de sofrer imenso e dar a vida por isso. E disse-nos: “fazei isto em memória de Mim”, como quem diz, “não vos esqueçais do que Eu fiz por vós”. Ou ainda, por outras palavras: “quando vos virdes em situações semelhantes àquelas em que Eu me vi, fazei como Eu fiz: não pactueis com a injustiça, com a hipocrisia, com a mentira, com o fingimento, com a exploração, com ambições e covardias, com o tráfico de interesses e as invejas, com a violência e a indiferença, as traições e o descarte... Sede sensíveis às necessidades dos irmãos, ajudai-os a levar a sua cruz, sede libertadores dando voz a quem a não tem...Numa palavra: fazei como Eu fiz... dai a vida... e vivereis... e tereis a alegria plena... e reconhecerão que sois Meus discípulos... só a verdade vos libertará”.

 Animados pela alegria da ressurreição e fortalecidos pela força do Espírito, os cristãos jamais se cansaram de anunciar que Deus tornou Senhor e Cristo o Jesus crucificado: “Deus O ressuscitou dos mortos”, disto nós somos testemunhas. E “o que nós vimos e ouvimos, isso agora vos anunciamos...”.

 Cruz e Ressurreição fazem parte da fé pascal. Uma coisa sem a outra é reduzir ou falsificar a pessoa e o gesto de Jesus. Talvez seja levantar muitíssimas mais cruzes, mas sem Cruz nem Ressurreição!

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 13-09-2019.



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