PARÓQUIAS
DE NISA
Sexta,
20 de setembro de 2019
Sexta da XXIV semana do tempo comum
Ofício da memória
SEXTA-FEIRA
da semana XXIV
SS. André Kim Taegon, presbítero,
Paulo Chang Hasang,
e Companheiros, mártires – MO
Vermelho – Ofício da memória.
Missa da memória.
L 1 1 Tim 6, 2c-12; Sal 48 (49), 6-7. 8-10. 17-18. 19-20
Ev Lc 8, 1-3
* Na Diocese do Porto – Aniversário da Ordenação episcopal de D. Manuel da Silva Rodrigues Linda (2009).
e Companheiros, mártires – MO
Vermelho – Ofício da memória.
Missa da memória.
L 1 1 Tim 6, 2c-12; Sal 48 (49), 6-7. 8-10. 17-18. 19-20
Ev Lc 8, 1-3
* Na Diocese do Porto – Aniversário da Ordenação episcopal de D. Manuel da Silva Rodrigues Linda (2009).
SS. ANDRÉ KIM TAEGON, presbítero,
PAULO CHONG HASANG e COMPANHEIROS,
mártires
Nota
Histórica
No início do século XVII, por iniciativa de alguns leigos,
entrou pela primeira vez a fé cristã na Coreia. Assim se formou uma comunidade
forte e fervorosa, sem pastores, quase só conduzida por leigos, até ao ano
1836, durante o qual chegaram os primeiros missionários, vindos de França, que
entraram furtivamente na região. Nas perseguições dos anos 1839, 1846 e 1866,
surgiram desta comunidade 103 santos mártires, entre os quais se distinguem o
primeiro presbítero e ardente pastor de almas André Kim Taegon e o insigne
apóstolo leigo Paulo Chong Hasang. Os outros são quase todos leigos, homens e
mulheres, casados ou não, anciãos, jovens e crianças, que, suportando o
martírio, consagraram com o seu glorioso sangue os florescentes primórdios da
Igreja coreana.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA
Os mártires derramaram o seu sangue por Cristo,
por isso alcançaram a recompensa eterna.
ORAÇÃO COLECTA
Deus, criador e salvador de todos os povos, que, nas terras da Coreia, de modo admirável chamastes à fé católica um povo de adopção filial e o fizestes crescer pelo glorioso testemunho dos santos mártires André, Paulo e seus companheiros, concedei que, a seu exemplo e por sua intercessão, também nós permaneçamos até à morte fiéis aos vossos mandamentos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) 1 Tim 6, 2c-12
«Mas tu, homem de Deus, pratica a justiça»
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo a Timóteo
Os mártires derramaram o seu sangue por Cristo,
por isso alcançaram a recompensa eterna.
ORAÇÃO COLECTA
Deus, criador e salvador de todos os povos, que, nas terras da Coreia, de modo admirável chamastes à fé católica um povo de adopção filial e o fizestes crescer pelo glorioso testemunho dos santos mártires André, Paulo e seus companheiros, concedei que, a seu exemplo e por sua intercessão, também nós permaneçamos até à morte fiéis aos vossos mandamentos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) 1 Tim 6, 2c-12
«Mas tu, homem de Deus, pratica a justiça»
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo a Timóteo
Caríssimo: Eis o que deves ensinar e recomendar: Se alguém ensinar outra doutrina e não seguir as palavras salutares de Nosso Senhor Jesus Cristo e a doutrina conforme à piedade, é um homem orgulhoso, um ignorante, um doente que se ocupa com questões e contendas de palavras. Daí nasce a inveja, a discórdia, os insultos, as suspeitas malévolas, as altercações entre homens de espírito perverso, que perderam o sentido da verdade e vêem na piedade uma fonte de lucro. A piedade é realmente uma fonte de lucro para quem se contenta com o que tem. Nada trouxemos para este mundo e nada podemos levar dele. Se tivermos que comer e que vestir, estaremos contentes. Mas aqueles que querem enriquecer caem em ciladas e tentações e em muitos desejos insensatos e funestos, que mergulham os homens na ruína e na perdição. O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; alguns, ao tentarem alcançá-lo, transviaram-se da fé e atraíram sobre si muitos sofrimentos. Mas tu, homem de Deus, evita tudo isso. Pratica a justiça e a piedade, a fé e a caridade, a perseverança e a mansidão. Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna, para a qual foste chamado e sobre a qual fizeste tão bela profissão de fé perante numerosas testemunhas.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 48 (49), 6-7.8-10.17-18.19-20 (R. Mt 5, 3)
Refrão: Bem-aventurados os pobres em espírito,
porque deles é o reino dos Céus. Repete-se
Porque hei-de inquietar-me nos dias maus,
quando me cerca a iniquidade dos perseguidores,
dos que confiam na sua opulência
e se vangloriam na sua grande riqueza? Refrão
O homem não pode pagar o seu resgate,
não pode pagar a Deus a sua redenção.
É muio caro o resgate da sua vida
e ele nunca pagará o suficiente,
para prolongar indefinidamente a sua vida
e não experimentar a corrupção da morte. Refrão
Não te irrites se alguém enriquece
e aumenta a riqueza da sua casa.
Quando morrer, nada levará consigo,
a sua fortuna não o acompanhará. Refrão
Ainda que em vida se felicitasse:
«Louvar-te-ão porque trataste bem de ti»,
não deixará de ir para a companhia de seus pais,
que jamais verão a luz. Refrão
ALELUIA cf. Mt 11, 25
Refrão: Aleluia. Repete-se
Bendito sejais, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque revelastes aos pequeninos os mistérios do reino. Refrão
EVANGELHO Lc 8, 1-3
«Algumas mulheres ajudavam Jesus
e os discípulos com os seus bens»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Jesus ia caminhando por cidades e aldeias, a pregar e a anunciar a boa nova do reino de Deus. Acompanhavam-n’O os Doze, bem como algumas mulheres que tinham sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades. Eram Maria, chamada Madalena, de quem tinham saído sete demónios, Joana, mulher de Cusa, administrador de Herodes, Susana e muitas outras, que serviam Jesus e os discípulos com os seus bens.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai com bondade, Deus omnipotente, para as ofertas do vosso povo e, por intercessão dos santos mártires, fazei de nós mesmos um sacrifício agradável a vossos olhos para salvação de todo o mundo. Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Mt 10, 32
Se alguém der testemunho de Mim diante dos homens,
também Eu darei testemunho dele diante de meu Pai que está no Céu.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão dos fortes, ao celebrarmos a memória gloriosa dos santos mártires, concedei que nos dediquemos fielmente a Cristo e trabalhemos na Igreja pela salvação de todos os povos. Por Nosso Senhor.
«Só levamos para a eternidade o que dermos na terra»
ORAÇÃO BÍBLICA
Reza a PALAVRA do dia
1. Leitura: Lê, respeita,
situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação:
Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
-
Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS
1 Tim 6, 2c-12: Esta
leitura descreve o combate espiritual que o “homem de Deus” tem de travar:
evitar questões de palavras e o apego aos bens terrenos, e seguir o exercício
das virtudes cristãs. “Homem de Deus”, todo o homem o é, porque todos são suas
criaturas e de todos Deus quer fazer seus filhos adotivos em Cristo; mas é
particularmente “homem de Deus” aquele que reconhece que lhe pertence e como
tal orienta a sua vida. Assim, há-de ser antes de todos, aquele a quem o Senhor
confia especiais ministérios na sua Igreja, como era o caso de Timóteo.
Lc
8, 1-3 :Na sua vida apostólica, Jesus é acompanhado pelos
Doze e por algumas mulheres, de entre as quais Maria de Magdala, que virão a
encontrar-se de novo junto da Cruz, na sepultura do Senhor e diante do túmulo
vazio, onde foram as primeiras a ver o Senhor ressuscitado. Porque O seguiram
até à Cruz, também foram as primeiras a encontrá-l’O na ressurreição..
ORAÇÃO: Senhor, o teu
caminho é difícil e exigente. Pedes que sejamos como Tu, estando dispostos a
servir. Ajuda-nos a ser humildes de coração, a ser generosos como Tu, prontos a
dar a vida como Tu a deste.
AGENDA DO DIA
18.00 horas: Missa
em Alpalhão
18.00 horas: Missa
em Nisa – Espírito Santo.
A VOZ DO PASTOR
A FORÇA DAQUELA FRAQUEZA!...
Persas,
cartaginenses, romanos e afins, usavam a cruz, em diversas formas e feitios,
para torturar e matar, cruel e sadicamente. Embora com muitas outras
configurações e motivos, não falta hoje quem continue a levantar cruzes para
crucificar os outros, lavando as mãos calejadas em iniquidades. Por causa de
todas essas cruzes e injustiças humanas ao longo da história, aconteceu a Cruz,
a Cruz com letra maiúscula, sempre atualizada, e que recordamos de uma forma
muito especial no dia da sua Exaltação, na festa da Exaltação da Santa Cruz.
Falamos daquela Cruz que foi usada para torturar e matar Jesus segundo a
brutalidade do tempo, mas na qual Ele venceu a morte e fez brotar a Vida.
Daquela Cruz que nos ajuda a contemplar o mistério de Deus uno e trino, o
mistério de Deus que se fez homem, o mistério do homem Deus que Se esvaziou a
Si próprio, Se tornou semelhante aos homens, assumiu a condição de servo,
fez-Se obediente até à morte e morte de Cruz, como lemos nas Escrituras.
Apresentando-nos o sofrimento de Deus e de toda a humanidade, dela brota a
vida, a vida divina que nos foi oferecida por Cristo. Não é fim em si mesma nem
exaltação da dor. É o preço da nossa liberdade, é a síntese de quanto Jesus
sofreu por nós, tem força de vitória e é sinal de que a vida de Cristo foi
abraçada por quem a usa e vive na esperança da ressurreição. Beija-la é beijar
Cristo e a Sua vida, é adorar o Filho de Deus que se entregou por nós, para
nossa salvação, numa atitude de infinita solidariedade para com todos, sem nos
atribuir culpas. Ela manifesta a loucura do amor de Deus por nós, resume a
proposta de vida que Jesus nos faz, ajuda-nos a descobrir a cruz da nossa vida
e a saber morrer nela, por amor.
Por
isso, não deve ser tratada com gestos e palavras vazias, nem ser usada,
rotineira e supersticiosamente, a pensar que só pelo facto de andar no bolso ou
estar pendurada lá na parede ou ao peito, já santifica pessoas, lugares e
ambientes. Tampouco deve ser olhada como um sinal de masoquismo ou tida como
objeto de adorno ou amuleto para trazer ao pescoço ou no pulso, misturada com
outros objetos conotados com feitiçarias ou maus olhados, como figas, chifres,
ferraduras, pentagramas... como se tudo fosse igual a tudo!
Ela
é o símbolo por excelência de todo o cristão, não só porque nela se reconhece a
dimensão humana e divina do Deus crucificado, mas também porque nela se
constata uma enorme e sempre inacabada dimensão social. Sim, a Cruz não é um
símbolo fechado em si, um símbolo para agasalhar e fechar os corações em
egoísmos pietistas, zelosos no individualismo. Ela tem uma dimensão social, tem
função e força solidária e fraterna. Se nela recordamos a história de Jesus, no
centro dessa história estão todas as vítimas da crueldade humana que reclamam
justiça, o que só acontecerá pela transformação pessoal e social que estamos
desafiados a fomentar, ao jeito de Jesus e com Ele. Ao contemplar essa Cruz, o
cristão é levado a ver o que sem ela não seria capaz de enxergar e assumir, é
constantemente desafiado a viver na verdade, sente-se enviado às periferias
existenciais a fazer com que todos participem na alegria do amor de Deus que em
Cristo morreu por todos. Quando verdadeiramente se contempla a Cruz, não se pode
deixar de revolucionar a própria vida e de influenciar a consciência social da
comunidade envolvente.
Como
sabemos, Paulo foi grande perseguidor dos cristãos. Quando Jesus se fez
encontrado por ele a caminho de Damasco, Paulo, na graça da conversão, entendeu
de tal forma o significado da Cruz e da sua teologia que fez dela o fundamento
da sua incansável pregação. Jesus morrera na Cruz por todos, sim, mas também
morrera por ele: Ele “me amou e se entregou por mim”!... Isto transformou-o
completamente e fez dele o Apóstolo por excelência: “Ai de mim se não
evangelizar”. Na força do Espírito, anunciava com tanta paixão e garra a fé em
Cristo morto e ressuscitado, que o cristianismo se foi impondo ao arrepio dos
grandes poderes instalados, das culturas adversas e dos costumes reinantes. De
facto, para o poder instalado e arrogante, Jesus foi tido como um subversivo a
quem era preciso dar a morte, era incómodo demais, os seus discípulos também.
Para os judeus, a Cruz contradizia o seu entendimento da
majestade e da omnipotência divinas. Olhando apenas para o seu umbigo, eles
esperavam um Messias rodeado de glórias e de triunfos arrasadores e
espetaculares. Por isso, o Calvário constituía um escândalo, não passava de um
enorme e triste fracasso. Por sua vez, os gregos, os sábios do tempo, olhavam
para o sofrimento da Cruz e para a dor que ela simbolizava como uma autêntica
loucura, um insulto ao bom senso e à razão. No entanto, esta loucura e esta
debilidade de Deus manifestaram-se mais sábias e mais fortes que a sabedoria e
a fortaleza humana. E ao longo da história, mesmo em momentos de aparente
fracasso, foi sempre a Cruz que levou a melhor. Mesmo que porventura alguém a
invocasse para agir desumanamente, nunca ela justificou nem justificará as
razões sem razão do mais forte ou perverso, nem tampouco significará o
sofrimento sem sentido. Sempre manifestará a urgência da solidariedade fraterna
e do amor que dá sentido à vida e ao sofrimento, mesmo quando alguém se ache no
direito de fazer da vida dos outros uma verdadeira “Colina das Cruzes”.
“Eis
a minha vida entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim”. A Eucaristia
atualiza o compromisso de Jesus para connosco em toda a sua radicalidade.
Contemplar a Cruz e participar na Eucaristia é fazer memória, é atualizar, é
tornar presente o amor gratuito com que Jesus Cristo nos amou, até ao fim,
dando a vida. Ele não é um Deus que ama em abstrato. Ele ama e compromete-se
connosco no meio das nossas fraquezas, conflitos e tensões ao ponto de sofrer
imenso e dar a vida por isso. E disse-nos: “fazei isto em memória de Mim”, como
quem diz, “não vos esqueçais do que Eu fiz por vós”. Ou ainda, por outras
palavras: “quando vos virdes em situações semelhantes àquelas em que Eu me vi,
fazei como Eu fiz: não pactueis com a injustiça, com a hipocrisia, com a
mentira, com o fingimento, com a exploração, com ambições e covardias, com o
tráfico de interesses e as invejas, com a violência e a indiferença, as
traições e o descarte... Sede sensíveis às necessidades dos irmãos, ajudai-os a
levar a sua cruz, sede libertadores dando voz a quem a não tem...Numa palavra:
fazei como Eu fiz... dai a vida... e vivereis... e tereis a alegria plena... e
reconhecerão que sois Meus discípulos... só a verdade vos libertará”.
Animados
pela alegria da ressurreição e fortalecidos pela força do Espírito, os cristãos
jamais se cansaram de anunciar que Deus tornou Senhor e Cristo o Jesus
crucificado: “Deus O ressuscitou dos mortos”, disto nós somos testemunhas. E “o
que nós vimos e ouvimos, isso agora vos anunciamos...”.
Cruz
e Ressurreição fazem parte da fé pascal. Uma coisa sem a outra é reduzir ou
falsificar a pessoa e o gesto de Jesus. Talvez seja levantar muitíssimas mais
cruzes, mas sem Cruz nem Ressurreição!
Antonino
Dias
Portalegre-Castelo
Branco, 13-09-2019.
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