QUINTA, 05 DE JULHO 2012
PAPA
VISITA NEMI
A
notícia já era esperada há meses. Mas agora já é certa. O Papa Bento XVI
visitará Nemi no dia 9 de Julho. A notícia é oficial desde a semana passada.
São
vários os motivos para esta visita.
Primeiro
porque ocorre o aniversário da composição do documento conciliar Ad Gentes, que foi redigido exatamente
na nossa casa de Nemi. Foram redatores o então teólogo Pe. Joseph Ratzinger,
atual Papa, e o então Superior Geral da Congregação do Verbo Divino Pe. Schüte.
Em segundo lugar não será estranho o facto de estar a decorrer o Capítulo Geral
e uma certa empatia do Papa por estes acontecimentos, que também o são da Igreja.
Finalmente, o Papa estando em férias em Castelgandolfo, não muito longe de Nemi,
facilitará a deslocação.
Vista parcial da casa de Nemi, onde decorre o Capítulo Geral
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Oração da manhã no tempo da aflição
Salmo
56
Tende
piedade de mim, ó Deus, tende piedade, *
porque em Vós eu
procuro refúgio,
e me abrigo à sombra das vossas asas, *
até que passe a
tormenta.
Clamo ao Deus Altíssimo, *
ao Deus que me
enche de benefícios.
Mande-me do céu a salvação, humilhe quem me persegue, *
envie-me Deus a
sua bondade e fidelidade.
Estou no meio de leões, *
que devoram os
filhos dos homens;
os seus dentes são lanças e flechas *
e a sua língua
espada afiada.
Meu Deus, revelai nas alturas a vossa grandeza *
e sobre a terra
fazei brilhar a vossa glória.
Estenderam um laço aos meus pés *
e fizeram-me
perder a coragem;
cavaram um fosso diante de mim: *
foram eles que
lá caíram.
Firme está meu coração, ó Deus; meu coração está firme: *
quero cantar e
salmodiar.
Desperta, ó minha alma; despertai, lira e cítara: *
quero acordar a
aurora.
Louvar-Vos-ei, Senhor, entre os povos, *
cantar-Vos-ei
entre as nações;
porque aos céus se eleva a vossa bondade *
e até às nuvens
a vossa fidelidade.
Meu Deus, revelai nas alturas a vossa grandeza *
e sobre a terra
fazei brilhar a vossa glória.
Laudes, Quinta, primeira semana
“Serei livre se o meu irmão viver preso na pobreza?”
BÁRBARA WARD
I. LITURGIA DA PALAVRA
Quarta feira da
XIII Semana do tempo
comum
LEITURA I
(anos pares) Am 7, 10-17
«Vai, profeta, ao meu povo» Leitura da Profecia de Amós Naqueles dias, Amasias, sacerdote de Betel, mandou dizer a Jeroboão, rei de Israel: «Amós conspira contra ti no meio da casa de Israel. O país já não pode suportar os suas palavras. Porque Amós anda a dizer: ‘Jeroboão morrerá à espada e Israel será deportado para longe da sua terra’». Depois, Amasias disse a Amós: «Vai-te embora daqui, vidente. Foge para a terra de Judá. Aí ganharás o pão com as tuas profecias. Mas não continues a profetizar aqui em Betel, que é o santuário real, o templo do reino». Amós respondeu a Amasias: «Eu não era profeta, nem filho de profeta. Era pastor de gado e cultivava sicómoros. Foi o Senhor que me tirou da guarda do rebanho, foi o Senhor que me disse: ‘Vai profetizar ao meu povo de Israel’. E agora escuta a palavra do Senhor: Tu dizes: ‘Não profetizes contra Israel, nem faças vaticínios contra a casa de Isaac’. Por isso, assim fala o Senhor: ‘A tua mulher será desonrada na cidade, os teus filhos e filhas cairão mortos à espada, as tuas terras serão repartidas a cordel. Tu próprio morrerás em terra impura. E Israel será levado para o exílio, para longe da sua terra’». Palavra do Senhor. SALMO RESPONSORIAL Salmo 18 B (19 B), 8.9.10.11 (R. 10b) Refrão: Os juízos do Senhor são verdadeiros e retos. Repete-se A lei do Senhor é perfeita, ela reconforta a alma. As ordens do Senhor são firmes e dão sabedoria aos simples. Refrão Os preceitos do Senhor são rectos e alegram o coração. Os mandamentos do Senhor são claros e iluminam os olhos. Refrão O temor do Senhor é puro e permanece eternamente. Os juízos do Senhor são verdadeiros, todos eles são rectos. Refrão São mais preciosos que o ouro, o ouro mais fino; são mais doces que o mel, o puro mel dos favos. Refrão ALELUIA 2 Cor 5, 19 Refrão: Aleluia Repete-se Em Cristo, Deus reconcilia o mundo consigo e confiou-nos a palavra da reconciliação. Refrão EVANGELHO Mt 9, 1-8
«Glorificaram a Deus por ter dado
tal poder aos homens»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo seg. São Mateus Naquele tempo, Jesus subiu para um barco, atravessou o mar e foi para a cidade de Cafarnaum. Apresentaram-Lhe então um paralítico que jazia numa enxerga. Ao ver a fé daquela gente, Jesus disse ao paralítico: «Filho, tem confiança; os teus pecados estão perdoados». Alguns escribas disseram para consigo: «Este homem está a blasfemar». Mas Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse: «Porque pensais mal em vossos corações? Na verdade, que é mais fácil: dizer: ‘Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levanta-te e anda’? Pois bem. Para saberdes que o Filho do homem tem na terra o poder de perdoar os pecados, ‘Levanta-te – disse Ele ao paralítico – toma a tua enxerga e vai para casa’. O homem levantou-se e foi para casa. Ao ver isto, a multidão ficou cheia de temor e glorificava a Deus por ter dado tal poder aos homens. Palavra da salvação. |
II. LECTIO DIVINA
Rezando a Palavra de Deus
- Método de oração Bíblica –
1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
- Detém-te no
conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: Interiorizar, dialoga,
atualiza o que leste
- Deixa que a
passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua
Palavra
Leituras da missa
leitura – primeira leitura: - As palavras do
profeta não agradaram às gentes ligadas ao serviço oficial do reino de Israel,
como era o caso do sacerdote Amasias. O profeta é então aconselhado a
retirar-se para o reino de Judá. No entanto, ele não faz mais do que cumprir a
missão para que o Senhor o enviou. O reino de Israel está na eminência de ser
deportado para terra estrangeira, como de facto o veio a ser. As perspectivas
demasiado humanas não deixaram ver o portador da palavra de Deus. Evangelho: - Ao mesmo tempo que revela o
seu poder sobre as próprias leis da natureza, Jesus mostra que também tem o
poder de perdoar os pecados. E é sempre em seu nome que a Igreja os continuará
a perdoar, ela que é o sacramento universal da salvação, como disse o Concílio,
que torna presente, no meio dos homens, a obra da salvação realizada pelo
Senhor.
Meditação: A sociedade em que
vivemos está necessitando de autênticos e não de falsos profetas. O profeta é
aquele que acompanha o povo em nome do Senhor e que denuncia as injustiças, que
ilumina os caminhos segundo a vontade de Deus. A Igreja será tanto mais
credível quanto mais fizer ouvir a voz em favor dos que são espezinhados. Mas a
Igreja somos também cada um de nós…
Oração: Senhor, ajuda-nos a
decidir-nos a favor dos mais fracos…
III. AGENDA
PAROQUIAL
MISSAS:
Almodôvar: 09.00 horas
+
Jacinto Manuel Dias
Adoração ao santíssimo: 21.00 horas
INTENÇÕES DO APOSTOLADO DA ORAÇÃO
JULHO 2012
Intenção
Geral:
Para
que todos tenham trabalho e o possam realizar em condições d e estabilidade e segurança.
Intenção
Missionária:
Para
que todos os voluntários cristãos, presentes nos territórios de Missão, saibam
dar testemunho da caridade de Cristo.
IV – Acontecimentos do dia
HOMILIA DO
NOVO SUPERIOR GERAL DOS MISSIONÁRIOS DO VERBO DIVINO NA PRIMEIRA MISSA A QUE
PRESIDIU DEPOIS DA SUA ELEIÇÃO.
Queridos confrades,
Há alguns anos encontrei-me con o Pe. Alt, o autor da biogafia
de Arnaldo Janssen. Há muito tempo que lhe desejava perguntar qual teria sido,
após décadas de estudo sobre Arnaldo Janssen, a parte da vida do Fundador que
mais o tocara. A sua resposta foi muito simples. O que mais o havia tocado fora
a simplicidade de
vida de Arnaldo Janssen, a sua fé profunda e a sua confiança em Deus. Todo o
resto era secundário. Arnaldo Janssen, tal como José Freinademetz, deixou-se
transformar num instrumento nas mãos de Deus. E este é o convite que Ele nos
dirige hoje. Sabemos que Deus não chama seres humanos perfeitos.
Com
a confiança em Deus e no vosso apoio, assumirei esta nova responsabilidade
recordando o principio que guiou Arnaldo Janssen no início da
Congregação do Verbo Divino e, provavelmente, muitas vezes depois: “Se este projeto
é da vontade de Deus, prosperará, se não, devemos bater com a mão no peito e
admitir que não fomos dignos desta responsabilidade tão grande”.
Assumir semelhante cargo, requer uma grande confiança em Deus e nas suas especiais
bênçãos, assim como também na oração constante dos confrades de todo o mundo”
…..
Se
concorresse a um lugar público, teria de apresentar documentos de creditação, de um programa. É
interesante notar como é diferente o nosso modo de colocar líderes nos seus
lugares na Igreja e na Congregação. Refletindo nas orientações de Deus, permití
que partilhe um pouco de mim mesmo, porque seguramente vai influir nas decisões
que a nova administração terá de adotar,
A
minha vida como verbita foi uma vida sempre perto das pessoas e,
particularmente, daqueles que vivem à margen. Isto começou nos anos de formação
e constituiu a minha motivação principal para continuar para além de tremendas
dificuldades. Amo o Senhor que se identifica com os pobres.
Há
muitos anos atrás,
procurando, como jovem, o sentido da vida, encontrei-me numa reunião em
Taizé com Roger Schutz. Este líder carismático, encaminhou-me na procura do
sentido da vida através da Bíblia. O seu conselho consistiu em deixar-me tocar
por uma passagem bíblica e pôr logo em prática o que havia compreendido. Uma
história que mudou o sentido da minha vida foi a do Bom Samaritano. Desde
então, não passar ao
lado sem dar importância, quando alguém precisa de ajuda se converteu na parte
esencial da minha espiritualidade. Um simples exame de consciencia acontece ao
começo da noite: pecado é passar ao lado. A esperança para o dia seguinte será
poder fazer mais. É preciso perceber que os papéis podem mudar, que nem sempre
somos nós os Samaritanos, mas que
por vezes também nós necesitamos de ajuda. O caminho do missionário é
um caminho com os demais e para
os demais, demonstrando sempre
muito respeito. O encontro com os outros é também o encontro com Deus. Como
missinários somos servidores das pessoas e não simples servidores do culto.
Antes
dese Capítulo a minha pergunta era: o que devo fazer nos anos de vida que me
restam. À mediada que o capítulo lentamente ia avançando, procurei
responder à pergunta sobre: o que é que Deus quer que a Congregação faça
durante os próximos anos? Dou-me conta que a minha pergunta inicial mudou do
que deveria fazer para
o que Deus quer que eu faça
durante os próximos anos. Isto
provocou um giro fundamental no meu discernimento.
Sabemos
que uma conversão autêntica só acontece se permitimos que o Senhor retome em
nós o seu lugar central. “Todo
o edificio se mantém firme em Jesus Cristo” (cf
Ef. 2,19-22). O relato do evangelho sobre a dúvida de Tomé reflete
perfeitamente o que tenho vivido durante os últimos dias. O convite a seguir a
Jesus mais de perto atemoriza. Procurar evidências no trajeto faz parte disto.
Contudo, para os que dão o salto, tudo termina com uma profunda profissão de
fé: “Meu Senhor e meu Deus” (Beckett em Magnificat)
A condição para uma mudança autêntica é uma
questão de espiritualidade: “O primeiro desafio para a liderança verbita
é ajudar os confrades a reencontrarem-se com a sua vocação”. Esta é uma das
frases que me tocaram durante a jornada de reflexão de ontem. Uma
espiritualidade vivida interculturalmente, também inspirada pelos leigos com
quem trabalhamos e vivemos, pode ser uma contribuição única à vida dos povos
onde trabalhamos. Como também me disse um dos capitulares: “esperemos que a svd
permaneça fiel à sua visão profética, apesar do movimento regressivo e
conservador da Igreja”.
Quase metade da minha vida passei na Alemanha e a outra nas Filipinas.
Trabalhar em favor da liberdade e da justiça, foi uma parte essencial do meu
trabalho missionário. Caminhar com os pobres, leva muitas vezes o missionário a
ver as coisas de forma diferente, e também a ter a coragem de fazer coisas de
maneira pouco comum.
No ano passado, durante o meu 25º aniversário
da minha ordenação sacerdotal, perguntei-me: “O que foi importante durante
todos estes anos? O que é que continua a ser importante? O que é que continuará
a ser importante no futuro? São três preguntas que não encontram uma resposta fácil,
e contudo creio que vão juntas em três respostas básicas, que quero partilhar
convosco.
Foi, é e será importante não deixar que a
nossa fé permaneça a nível das reflexões e rituais religiosos; dar lugar à
nossa consciência, ver as coisas de forma diferente, especialmente desde a
perspetiva dos pobres e marginados, e depois atuar de forma nova juntamente com
outros, incluindo confrades e leigos, que frequentemente conhecem a realidade
muito melhor do que nós.
Foi, é será importante, que haja gente em todo
o mundo que “faça sua” a necessidade de compromisso com os pobres, para
resistir à tentação de se tornar indiferente, de não fazer nada ou de fazer as
coisas sozinho; de fazer caminhada com as pessoas que não têm medo de fazer
perguntas, e que não se conformarão com respostas falsas, que permaneçam como
buscadores no caminho, acompanhados por quem (o Senhor) já percorreu o caminho,
com o objetivo de vivenciar uma vida nova e melhor.
Permitam-me finalizar com uma citação de Deus caritas est: “Faremos com humildade aquilo que nos for
possível, e com humildade confiaremos o resto ao Senhor. Quem governa o mundo é
Deus, não nós. Oferecemos-Lhe o nosso serviço naquilo que podemos e até que Ele
nos dê forças. Contudo, fazer o que está ao nosso alcance com as capacidades
que temos, é a tarefa que mantém sempre ativo o servo bom de Jesus: “Urge-nos o
amor de Cristo” (2Cor 5,14)
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