quarta-feira, 4 de dezembro de 2019






PARÓQUIAS DE NISA



Quinta-feira, 05 de dezembro de 2019











Quinta da I semana do Advento






QUINTA-FEIRA da semana I

S. Frutuoso, S. Martinho de Dume e S. Geraldo, bispos – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória, pf. I do Advento.

L 1 Is 26, 1-6; Sal 117 (118), 1 e 8-9. 19-21. 25-27a
Ev Mt 7, 21. 24-27

* Na Arquidiocese de Braga – S. Geraldo, bispo de Braga, Padroeiro principal da cidade. Em Braga – SOLENIDADE; nas outras igrejas da Arquidiocese – MO
* Na Diocese de Bragança-Miranda – SS. Frutuoso, Martinho de Dume e Geraldo, bispos – MO
* Na Ordem Carmelita – B. Bartolomeu Fanti, presbítero – MF
* Na Ordem Franciscana (Comunidade de Braga) – S. Geraldo, bispo
SOLENIDADE
* Na Congregação Salesiana e no Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora – B. Filipe Rinaldi, presbítero – MO; no Instituto Secular Voluntárias de D. Bosco – FESTA
* Nas Dioceses de Cabo Verde – Ofício e Missa da féria.


SS. MARTINHO DE DUME, FRUTUOSO e GERALDO, bispos

Nota Histórica:
Martinho, oriundo da Panónia, nasceu no princípio do século VI e foi, ainda novo, para a Palestina. Era um homem de grande erudição e «por inspiração divina», como ele mesmo afirmava, veio para a Galiza cerca do ano 550. Converteu os suevos do arianismo à fé católica e fixou-se em Dume; aí fundou um mosteiro de que foi eleito bispo. Em 569 ficou a ser também bispo metropolita de Braga. Com a sua virtude e saber, diz S. Isidoro, a Igreja floresceu na Galiza. Morreu no dia 20 de Março do ano 579.
 Frutuoso nasceu no princípio do século VII, de nobre família visigótica. Fundou numerosos mosteiros, que muito contribuíram para a educação da juventude, como centros de vida religiosa e cultural. Nomeado arcebispo de Braga, a fama da sua santidade e sabedoria estendeu-se a toda a Península Hispânica. Morreu cerca do ano 666.
Geraldo nasceu na Gália, de nobre família; professou no mosteiro de Moissac onde desempenhou os cargos de bibliotecário, mestre dos oblatos e cantor. O bispo Bernardo de Toledo conseguiu levá-lo para a sua catedral para aí exercer as funções de mestre e de cantor. Eleito bispo de Braga, exerceu grande atividade na reorganização da diocese, na promoção da vida monástica, na reforma litúrgica e pastoral, bem como na aplicação da disciplina eclesiástica. Morreu a 5 de Dezembro de 1108.

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA (Ez 34,11.23-24)
Eu cuidarei das minhas ovelhas, diz o Senhor.
Escolherei um pastor que as apascente.
Eu, o Senhor, serei o seu Deus

ORAÇÃO
Deus, inspirador dos pastores da Igreja e luz de todos os povos, que chamastes os santos bispos Martinho, Frutuoso e Geraldo para ensinar ao vosso povo os mistérios do reino, concedei-nos que, animados pelo seu exemplo e iluminados pela sua doutrina, cheguemos ao esplendor eterno da vossa glória. Por Nosso Senhor.

ORAÇÃO COLETA
Preparai, Senhor, os nossos corações com o poder da vossa graça, para que, no dia da vinda de Cristo, vosso Filho, mereçamos entrar no banquete da vida eterna e receber d’Ele mesmo o alimento do Céu. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

LEITURA I Is 26, 1-6
«Entrará um povo justo, que pratica a fidelidade»


Leitura do Livro de Isaías
 
Naquele dia, cantarão este hino na terra de Judá: «Nós temos uma cidade forte; muralhas e fortificações foram postas para nos proteger. Abri as portas para que entre um povo justo, um povo que pratica a fidelidade. O seu coração está firme: dar-lhe-eis a paz, porque em Vós tem confiança». Confiai sempre no Senhor, porque o Senhor é a nossa fortaleza eterna. Humilhou os habitantes das alturas, abateu a cidade inacessível, derrubou-a por terra, arrasou-a até ao solo. Ela é calcada aos pés, os pés dos infelizes, os passos dos pobres.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 117 (118), 1.8-9.19-21.25-27a
Refrão: Bendito o que vem em nome do Senhor. Repete-se

Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
Mais vale refugiar-se no Senhor,
do que fiar-se nos homens.
Mais vale refugiar-se no Senhor,
do que fiar-se nos poderosos. Refrão

Abri-me as portas da justiça:
entrarei para dar graças ao Senhor.
Esta é a porta do Senhor:
os justos entrarão por ela.
Eu Vos dou graças porque me ouvistes
e fostes o meu salvador. Refrão

Senhor, salvai os vossos servos,
Senhor, dai-nos a vitória.
Bendito o que vem em nome do Senhor,
da casa do Senhor nós vos bendizemos.
O Senhor é Deus
e fez brilhar sobre nós a sua luz. Refrão


ALELUIA Is 55, 6
Refrão: Aleluia Repete-se

Procurai o Senhor, enquanto Se pode encontrar,
invocai-O, enquanto está perto. Refrão


EVANGELHO Mt 7, 21.24-27
«Aquele que faz a vontade de meu Pai entrará no reino dos Céus»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Nem todo aquele que Me diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no reino dos Céus, mas só aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus. Todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela casa; mas ela não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. Mas todo aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é como o homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela casa; ela desmoronou-se e foi grande a sua ruína».
 
Palavra da salvação.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai com bondade, Senhor, para os dons que trazemos ao vosso altar
na memória dos santos bispos Martinho, Frutuoso e Geraldo, para que
nos alcancem o perdão dos pecados e deem glória ao vosso nome.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO Jo 15,16)
Não fostes vós que Me escolhestes, diz o Senhor.
Fui Eu que vos escolhi e vos destinei
para que deis fruto e o vosso fruto permaneça.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos renovais com estes santos mistérios, ouvi a nossa
humilde prece e fazei que, a exemplo dos santos bispos Martinho,
Frutuoso e Geraldo, dêmos testemunho da fé que eles professaram
e ponhamos em prática a doutrina que eles ensinaram. Por Nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.





« Há dois caminhos: o da vida e o da morte. Mas também há uma grande diferença entre eles».

Didaké




ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia



1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra


LEITURAS - I Is 26, 1-6: A dura experiência do exílio do povo de Deus em Babilónia e depois a experiência do regresso à sua terra de Judá fez sentir a esse povo que o seu grande defensor é o Senhor, que pode n’Ele confiar, que Ele é o seu rochedo inabalável. O Advento, que anuncia e celebra a vinda do Senhor ao encontro dos homens para os salvar, quer fazer brotar em nosso coração a confiança e a fidelidade, porque elas são atitudes fundamentais de um povo justo.

Mt 7, 21.24-27: A fidelidade na esperança e a coragem de se manter vigilante na expectativa da vinda do Senhor são por Ele mesmo comparadas à firmeza da casa construída sobre a rocha. A imagem da rocha, para significar a fidelidade de Deus e a confiança que n’Ele se pode ter, é frequente na Sagrada Escritura. Sobre a rocha está construída a Igreja, e sobre o rochedo, a que a leitura anterior comparava o próprio Senhor, se há de apoiar a construção da vida de cada cristão, para que, ao chegar o Natal, o Senhor possa encontrar para Si uma casa, e não apenas uma gruta, e, na sua última vinda, sejamos acolhidos, com Ele, na casa do Pai.



AGENDA DO DIA

11.00 horas: Missa Na Santa Casa da Amieira
17.00 horas: Adoração ao Santíssimo em Nisa
18.00 horas: Missa em Nisa.





A VOZ DO PASTOR


ADVENTO: DO POPULISMO AO PRESÉPIO

O tempo do Advento conduz-nos ao Natal. Se tem o sabor da expectativa, da esperança, da preparação e da partida ao encontro de quem se espera, também tem o sabor da vida que se disponibiliza, do coração que se abre, das rotinas que se transformam para acolher bem quem chega.

Quem está diante de nós para ser acolhido e Aquele de Quem vamos ao encontro, é Jesus Cristo. Já não é um desconhecido, é verdade. D’Ele já sabemos o que a história nos conta, o que os Evangelhos e a Comunidade Cristã nos testemunham, o que a fé e a oração nos dão a saborear de confiança e de sabedoria. Mesmo assim, Jesus Cristo tem sempre algo de novo a revelar a cada tempo e a cada pessoa. Tem história e é mistério. É conhecido e sempre surpreendente. Se misturarmos a nossa vida com a vida de Jesus, crescemos sempre. Aliás, esse é um dos grandes desafios do Advento. Muitas vezes, talvez procuremos Jesus apenas para que esta ou aquela situação fique resolvida. Jesus, porém, procura-nos, vem ao nosso encontro para permanecer sempre connosco.

A universalidade do acontecimento e do conhecimento de Jesus Cristo poderiam ter feito d’Ele apenas um fenómeno tipo populista, isto é, um fenómeno que aparecesse, desaparecesse e se desvanecesse, tão ao jeito dos nossos tempos. Mas, como a vida tem sempre de ser lida ”por dentro”, percebemos melhor que a universalidade de Jesus Cristo e do seu mistério é a expressão da verdade fundamental e da sabedoria que contém para a vida de todos. Jesus não é apenas uma verdade universal. É, sobretudo, uma verdade que se pode interiorizar e que se pode viver. Tem, nessa medida, outra substância que não apenas o brilho da aparência. Talvez, por isso, no meio de todo um universo a contracenar com a cultura light e populista, tenhamos um pequeno e simples espaço em Belém onde Jesus nasce e por onde Jesus entra na humanidade. Partindo daí, o horizonte é a humanidade inteira. A salvação é mais original que o pecado. Sabendo embora que a cultura light se carateriza pela busca da leveza e com tudo aquilo que isso reclama, também sabemos que o populismo quase sempre manipula ou mascara os olhares e o discernimento das prioridades. Parte de generalizações que absolutiza e incute soluções afuniladas, muitas vezes ao arrepio da realidade. Dá soluções automáticas e não constrói a consciência de “povo” ou de comunidade. Jesus Cristo, ao contrário do populismo, é sempre uma história de humanização. Porque assumiu ser homem, com Ele a humanidade vale muito mais. Assumir significa “fazer sua” a nossa humanidade.

Então é hoje que queremos acolher Jesus. Por muito ou pouco “passado” que tenhamos, por muito ou pouco “futuro” que esperemos, é “hoje” que Jesus vem ao nosso encontro. É hoje que O queremos acolher. Ele é sempre nosso contemporâneo. Como diz o Papa Francisco, dirigindo-se particularmente aos jovens, nós somos o “hoje” e o “agora” de Deus.

“Se és jovem em idade, mas te sentes frágil, cansado ou desiludido, pede a Jesus que te renove. Com Ele, não se extingue a esperança. E o mesmo podes fazer, se te sentires imerso nos vícios, em maus hábitos, no egoísmo ou na comodidade mórbida. Cheio de vida, Jesus quer ajudar-te para que valha a pena ser jovem. Assim, não privarás o mundo daquela contribuição que só tu – único e irrepetível, como és – lhe podes dar” (Francisco, CV, 109).

Ser o “hoje” de Deus significa que nada do que é humano é estranho a Deus. Então, encontrar-se com Jesus é reconstruir a vontade, a inteligência, os afetos, tudo. Quando Deus assume, em Jesus Cristo, a nossa humanidade significa que essa mesma humanidade é confirmada como o lugar onde Deus habita. E é extraordinário que, com as nossas fragilidades, Deus constrói uma história de amor. Nasce e atrai a Si, pastores, magos, homens de boa vontade; percorre os caminhos da Judeia e Galileia e os que O escutam sentem-se por Ele agarrados, sejam cegos, coxos, possessos ou gente em busca da verdade; sobe à cruz, ressuscita e faz entender que Ele é o caminho, a verdade e a vida.

O pequeno e simples espaço de Belém onde Jesus “teima” em nascer pode, pois, ser hoje o coração de tantos, particularmente dos jovens a quem a Igreja quer escutar mais e dedicar maior atenção. Parafraseando o texto da Exortação Cristo Vive, do Papa Francisco, Deus ama-nos, Cristo é o nosso Salvador, Cristo vive. Deixar-se iluminar e transformar pelo encontro com Cristo e com o seu Evangelho é um desafio forte mas que todos, particularmente os jovens, podemos praticar no dia a dia.

O que faria Jesus se estivesse no meu lugar diante deste problema e por este motivo? Como agiria Ele confrontado com estes problemas? Que chamamento me faria?

Às interrogações vai sucedendo, a passo e passo, a resposta da presença de Cristo, presença que procurei, acolhi e me fez sentir encontrado. “O amor de Deus e a nossa relação com Cristo vivo não nos impedem de sonhar, não nos pedem para restringir os nossos horizontes. Pelo contrário, esse amor instiga-nos, estimula-nos, lança-nos para uma vida melhor e mais bela (...) A inquietude insatisfeita, juntamente com a admiração pelas novidades que surgem no horizonte, abrem caminho à ousadia que nos impele a tomar a nossa vida nas próprias mãos e a tornar-nos responsáveis por uma missão. Esta sã inquietude, que surge especialmente na juventude, continua a ser a caraterística de qualquer coração que permanece jovem, disponível, aberto. A verdadeira paz interior convive com esta profunda insatisfação. Dizia Santo Agostinho: «Senhor, criastes-nos para Vós e o nosso coração não descansa enquanto não repousar em Vós» (Francisco, Cristo Vive, 138).

E se este Advento culminasse numa história de amizade mais profunda com Jesus Cristo no Natal? E se deixássemos crescer ainda mais em nós a vontade de viver de Cristo e de experimentar os seus caminhos? E se ousássemos mais caminhos de fraternidade? E se nos comprometêssemos mais e fossemos corajosos anunciadores d’Aquele com Quem nos comprometemos?

A exuberância das nossas manifestações exteriores, para ser autêntica, está na saúde da raiz que, discretamente, nos alimenta porque nos liga ao que pode dar a vida. Vamos, seguramente, encontrar um lugar, dentro de nós, para acolher Cristo. O lugar que Maria e José tanto procuraram somos nós!

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 29-11-2019.




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