sexta-feira, 30 de março de 2012

Catequese sobre S-ao Paulo - 1ª Parte


PARÓQUIA DE ALMODÔVAR
Catequese semanal
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PAULO, APÓSTOLO
DE JESUS CRISTO

Autor: Pe. José Maria Coelho
Introdução:
          O nome de Paulo aparece como autor de 13 Cartas do Novo Testamento, escritas a diferentes comunidades, ao longo de uns cinquenta anos. Não sabemos ao certo quem e como se fez a colecção do chamado “Corpus Paulino”. Esta colecção contém as Cartas “proto-paulinas” – ou seja, as autênticas, as que ele próprio escreveu – e as deutero-paulinas, escritas talvez pelos seus discípulos. São proto-paulinas: Romanos, Gálatas, 1 Tessalonicenses, 1 e 2 Coríntios, Filipenses e Filémon; as deutero-paulinas – escritas entre 70 e 100 – são as “Cartas Pastorais” – 1 e 2 Timóteo, Tito – e as restantes: Efésios, Colossenses, 2 Tessalonicenses. Ao todo, treze Cartas. No fim do séc. II, a colecção das treze “Cartas de Paulo” (lista que incluía frequentemente Hebreus) estava feita e era aceite em toda a Igreja como Palavra de Deus (ver 2 Pe 3,15-16).
I.                  O APÓSTOLO PAULO

1.     Quem é Saulo de Tarso?
          Paulo nasceu em Tarso, cidade situada na costa sul da actual Turquia, perto da Síria. A sua família era judia e os seus antepassados eram naturais da Galileia, a terra de Jesus. Ao nascer puseram-lhe o nome de Saul – que em grego se transformou em Saulo. Anos depois, quando cristão e missionário, tomaria o nome latino de Paulo pelo qual é conhecido.
Desconhecemos a data de nascimento, mas sabemos que esteve presente na lapidação de Estêvão – ocorrida em Jerusalém, no ano 36 – quando ainda era jovem, o que nos leva a concluir que teria nascido por volta do ano 10.
          Os bons conhecimentos que Paulo tem do grego fazem-nos pensar que teria passado em Tarso a infância e a adolescência. Mais tarde, mudou-se para Jerusalém para aprofundar os seus estudos da Bíblia, na escola do rabino Gamaliel, preparando-se assim para ser também rabino. Talvez Paulo nunca tenha chegado a conhecer Jesus antes da sua ressurreição, tendo recebido de outros o que sabia da sua vida.

2.     A conversão de Paulo
·         Não sabemos com rigor o momento da conversão de Paulo, mas talvez esteja relacionada com o martírio de Estêvão e com a perseguição aos cristãos que aconteceu no ano 36, quando a Palestina esteve uns meses sem Procurador romano e o Sinédrio gozava de autonomia para tomar decisões de tamanha importância.
·         próprio Paulo, e também Lucas, seu discípulo e colaborador, contam-nos a conversão de Paulo a caminho de Damasco como um momento decisivo na sua vida. Foi um encontro pessoal com Cristo ressuscitado, com o Senhor, que levou Paulo a deixar todas as suas convicções religiosas judaicas para adoptar uma nova fé e um novo estilo de vida: o cristão. Foi esta experiência que transformou Paulo em Apóstolo de Cristo.

·         Depois da sua conversão, Paulo foi baptizado e ficou em Damasco com a comunidade cristã durante algum tempo. Partiu então para a Arábia – assim se denominava então a região ao sul do Mar Morto – donde regressou a Damasco para pregar o Evangelho. Ao fim de três anos, foi a Jerusalém para conhecer Pedro e os outros membros da comunidade. A oposição que lhe fizeram os judeus de Jerusalém, que antes o contavam entre os seus e agora o consideravam inimigo, levou-o a mudar-se para Tarso, sua cidade natal. Passados quatro anos, foi procurado por Barnabé que vinha de Jerusalém e o levou para Antioquia, então capital da Síria, onde uma jovem comunidade cheia de vida se tinha lançado a anunciar o Evangelho aos gregos ali residentes. Foi lá que os discípulos de Jesus receberam pela primeira vez o nome de cristãos. Em Antioquia decidiram mandar missionários a outras cidades gregas e para essa missão escolheram Paulo, Barnabé e Marcos. Assim começaram as viagens missionárias de Paulo.

3.     Paulo, missionário do Evangelho
·         Paulo sentiu a necessidade de levar a mensagem salvadora de Jesus a todos os homens; até chegou a dizer: «Ai de mim se não anunciar o Evangelho!» (1 Cor 9, 17). Fez diversas viagens por terras das actuais Turquia e Grécia para pregar o Evangelho às pessoas de cultura grega.

1ª Viagem
          Durante a primeira viagem missionária. Paulo e Barnabé percorreram Chipre – onde Paulo deixou o nome grego de Saulo e tomou o latino de Paulo – e o sul da actual Turquia: as cidades de Atália. Perge, Antioquia da Pisídia, Icónio, Listra e Derbe. São nomes que hoje nos parecem estranhos e de que nos restam uns montões de minas; mas que naqueles tempos eram cidades florescentes, cheias de vitalidade. O facto de Paulo ter chegado até aos seus habitantes pressupõe um grande progresso da Boa Nova. Durante a viagem de regresso voltaram a visitar as comunidades cristãs que tinham fundado, para as animar e organizar numa maior estabilidade.
2.ª Viagem
          Na segunda viagem, Paulo visitou estas mesmas cidades e seguiu mais para a frente até chegar à costa ocidental da Turquia, donde passou para a Grécia. Lá percorreu as cidades de Filipos, Tessalónica, Atenas e Corinto. Seguidamente embarcou para Éfeso, na actual Turquia e daí para Jerusalém, a visitar as comunidades cristãs que tinham fundado, para as animar e organizar numa maior estabilidade.

3ª  Viagem
·         Paulo começou a terceira viagem, a mais comprida de todas, em Antioquia, donde se dirigiu para a região dos Gálatas – no centro da actual Turquia. Passou dois anos em Éfeso, onde escreveu algumas das suas cartas, dirigidas às comunidades que tinha visitado anteriormente. Depois visitou novamente as cidades gregas onde tinha fundado comunidades cristãs na segunda viagem. Durante esta terceira, realizou uma colecta a favor da comunidade de Jerusalém, que estava a atravessar tempos difíceis.
·         Em todas as viagens, Paulo seguiu sempre a mesma táctica: começava a pregar aos sábados na sinagoga do lugar; quando os judeus, escandalizados com a sua pregação, o expulsavam da sinagoga, então, com os poucos judeus convertidos, dirigia-se aos pagãos, que costumavam recebê-lo melhor. Assim foram nascendo as primeiras comunidades cristãs de origem não judaica.

4.    Últimos anos de Paulo
No ano 58, ao chegar a Jerusalém, depois da terceira viagem, Paulo foi preso no Templo por judeus procedentes da região de Éfeso que o reconheceram. Acusaram-no de promover a violação da lei de Moisés e de introduzir no recinto do Templo um pagão. Tentaram linchá-lo imediatamente, mas foi salvo por um destacamento romano de guarda. O chefe romano de Jerusalém, com medo dos judeus, enviou Paulo ao governador Félix, que residia em Cesareia. O governador romano pretendia obter dinheiro de Paulo em troca da sua liberdade. Depois de dois anos de prisão em Cesareia, Paulo, como cidadão romano que era, apelou ao tribunal de César e foi mandado para Roma a fim de ser julgado.
5.     ª Viagem
Foi esta a quarta viagem de Paulo de que temos noticia. Em Roma esteve mais dois anos em prisão domiciliária. Durante a sua estada nesta cidade, deve ter escrito a Carta aos Colossenses. A partir daqui perdemos a pista do Apóstolo.  



O martírio de São Paulo
A tradição situa o martírio de Paulo em Roma, mas a data não é segura; estabelece-se como data mais provável o ano 67. Não sabemos, no entanto, o que é que Paulo fez durante estes anos.

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