pARÓQUIA
DE ALMODÔVAR
Sexta, 17 de Agosto
A alegria dos que entram no
templo Salmo 99
Aclamai o Senhor, terra inteira, *
servi o Senhor com alegria, †
vinde a Ele com cânticos de júbilo.
Sabei que o Senhor é
Deus, *
Ele nos fez, a Ele pertencemos, †
somos o seu povo, ovelhas do seu
rebanho.
Entrai pelas suas
portas, dando graças, *
penetrai em seus átrios com hinos de
louvor, †
glorificai-O, bendizei o seu nome.
Porque o Senhor é bom, *
eterna é a
sua misericórdia, †
a sua
fidelidade estende-se de geração em geração.
LAUDES, sexta – III semana
“A glória de Deus
consiste no ser humano vivendo em plenitude”. Santo Ireneu
Homilia do Papa no
dia do Corpo de Deus
Prezados
irmãos e irmãs!
Esta tarde gostaria de meditar
convosco sobre dois aspetos, ligados entre si, do Mistério eucarístico: o culto
da Eucaristia e a sua sacralidade. É importante retomá-los em consideração para
os preservar de visões incompletas do próprio Mistério, como aquelas que se
relevaram no passado recente.
Antes de tudo, uma reflexão sobre o
valor do culto eucarístico, em particular da adoração do Santíssimo Sacramento.
É a experiência que, também esta tarde, nós viveremos após a Missa, antes da
procissão, durante a sua realização e no seu encerramento. Uma interpretação unilateral
do Concílio Vaticano II tinha penalizado esta dimensão, limitando praticamente
a Eucaristia ao momento celebrativo. Com efeito, foi muito importante
reconhecer a centralidade da celebração, no qual o Senhor convoca o seu povo, o
reúne ao redor da dúplice mesa da Palavra e do Pão de vida, o alimenta e o une
a Si no ofertório do Sacrifício. Esta valorização da assembleia litúrgica, em
que o Senhor age e realiza o seu mistério de comunhão, permanece obviamente
válida, mas ela deve ser recolocada no equilíbrio justo. Com efeito — como
acontece com frequência — para ressaltar um aspeto termina-se por sacrificar
outro. Neste caso, a justa evidência conferida à celebração da Eucaristia
prejudicou a adoração, como gesto de fé e de oração dirigido ao Senhor Jesus,
realmente presente no Sacramento do altar. Este desequilíbrio teve repercussões
inclusive na vida espiritual dos fiéis. Com efeito, concentrando toda a relação
com Jesus Eucaristia unicamente no momento da Santa Missa, corre-se o risco de
esvaziar da sua presença o resto do tempo e do espaço existenciais. E assim
compreende-se menos o sentido da presença constante de Jesus no meio de nós e
connosco, uma presença concreta, próxima, no meio das nossas casas, como
«Coração vibrante» da cidade, do povoado, do território com as suas várias
expressões e atividades. O Sacramento da Caridade de Cristo deve permear toda a
vida quotidiana.
Na realidade, é errado opor a
celebração à adoração, como se uma com a outra estivessem em concorrência. É
precisamente o contrário: o culto do Santíssimo Sacramento constitui como que o
«ambiente» espiritual em cujo contexto a comunidade pode celebrar bem e na
verdade a Eucaristia. A ação litúrgica só pode expressar o seu pleno
significado e valor se for precedida, acompanhada e seguida por esta atitude
interior de fé e de adoração. O encontro com Jesus na Santa Missa realiza-se
verdadeira e plenamente quando a comunidade é capaz de reconhecer que no
Sacramento Ele habita a sua casa, nos espera, nos convida à sua mesa e depois,
quando a assembleia se dissolve, permanece connosco, com a sua presença
discreta e silenciosa, e acompanha-nos com a sua intercessão, continuando a
receber os nossos sacrifícios espirituais e a oferecê-los ao Pai.
A este propósito, apraz-me sublinhar
a experiência que juntos viveremos também esta noite. No momento da adoração,
nós estamos todos no mesmo plano, de joelhos diante do Sacramento do Amor. O
sacerdócio comum e o ministerial encontram-se unidos no culto eucarístico. É
uma experiência muito bonita e significativa, que vivemos várias vezes na
Basílica de São Pedro e também nas inesquecíveis vigílias com os jovens —
recordo, por exemplo, as de Köln, London, Zagreb e Madrid. É evidente para todos
que estes momentos de vigília eucarística preparam a celebração da Santa Missa
e predispõem os corações para o encontro, de tal modo ele seja ainda mais
fecundo. Estarmos todos em silêncio prolongado diante do Senhor presente no seu
Sacramento é uma das experiências mais autênticas do nosso ser Igreja, que é
acompanhado de maneira complementar pela celebração da Eucaristia, ouvindo a
Palavra de Deus, cantando, aproximando-nos juntos da mesa do Pão de Vida.
Comunhão e contemplação não se podem separar, pois caminham juntas. Para me
comunicar verdadeiramente com outra pessoa devo conhecê-la, saber estar em
silêncio ao seu lado, ouvi-la e fitá-la com amor. O amor autêntico e a amizade
verdadeira vivem sempre desta reciprocidade de olhares, de silêncios intensos,
eloquentes e repletos de respeito e de veneração, de tal maneira que o encontro
seja vivido profundamente, de modo pessoal e não superficial. E infelizmente,
se falta esta dimensão, também a própria comunhão sacramental pode tornar-se,
da nossa parte, um gesto superficial. No entanto, na comunhão autêntica,
preparada pelo diálogo da oração e da vida, nós podemos dirigir ao Senhor
palavras de confiança, como aquelas que há pouco ressoaram no Salmo
responsorial: «Senhor, sou teu servo, filho da tua serva; / quebraste as minhas
cadeias. / Hei-de oferecer-te sacrifícios de louvor / invocando, Senhor, o teu
nome» (Sl 115, 16-17).
Agora gostaria de passar brevemente
ao segundo aspeto: a sacralidade da Eucaristia. Também aqui ressentimos, no
passado recente, de um determinado desentendimento a respeito da mensagem
autêntica da Sagrada Escritura. A novidade cristã em relação ao culto foi
influenciada por uma certa mentalidade secularista dos anos sessenta e setenta
do século passado. É verdade, e permanece sempre válido, que o centro do culto
já não se encontra nos ritos e nos sacrifícios antigos, mas no próprio Cristo,
na sua pessoa, na sua vida e no seu mistério pascal. E todavia, desta novidade
fundamental não se deve concluir que o sagrado já não existe, mas que ele
encontrou o seu cumprimento em Jesus Cristo, Amor divino encarnado. A Carta
aos Hebreus, que ouvimos esta tarde na segunda Leitura, fala-nos
precisamente da novidade do sacerdócio de Cristo, «Sumo Sacerdote dos bens
futuros» (Hb 9, 11), mas não afirma que o sacerdócio terminou. Cristo «é
Mediador de uma nova aliança» (Hb 9, 15), estabelecida no seu sangue,
que purifica «a nossa consciência das obras mortas» (Hb 9, 14). Ele não
aboliu o sagrado, mas completou-o, inaugurando um novo culto, que é sem dúvida
plenamente espiritual, mas que no entanto, enquanto estivermos a caminho no
tempo, ainda se serve de sinais e de ritos, que só virão a faltar no final, na
Jerusalém celeste, onde já não haverá templo algum (cf. Ap 21, 22).
Graças a Cristo, a sacralidade é mais verdadeira, mais intensa e, como acontece
no caso dos mandamentos, também mais exigente! Não é suficiente a observância
ritual, mas exigem-se a purificação do coração e o compromisso da vida.
Apraz-me ressaltar também que o
sagrado tem uma função educativa, e inevitavelmente o seu desaparecimento
empobrece a cultura, em particular a formação das novas gerações. Se, por
exemplo, em nome de uma fé secularizada que já não precisa de sinais sagrados,
fosse abolida esta procissão urbana do Corpus Christi, o perfil
espiritual de Roma ficaria «nivelado» e por isso a nossa consciência pessoal e
comunitária seria debilitada. Ou então, pensemos numa mãe e num pai que, em
nome de uma fé dessacralizada, privassem os próprios filhos de toda a
ritualidade religiosa: na realidade, acabariam por deixar este campo livre aos
numerosos sucedâneos presentes na sociedade consumista, a outros ritos e
sinais, que mais facilmente poderiam tornar-se ídolos. Deus, nosso Pai, não
agiu assim com a humanidade: mandou o seu Filho ao mundo não para abolir, mas
para levar a cumprimento também o sagrado. No ápice desta missão, na última
Ceia, Jesus instituiu o Sacramento do seu Corpo e do seu Sangue, o Memorial do
seu Sacrifício pascal. Agindo deste modo, Ele pôs-se no lugar dos sacrifícios
antigos, mas fê-lo no âmbito de um rito, que ordenou aos Apóstolos que
perpetuassem como sinal supremo do verdadeiro Sagrado, que é Ele mesmo. Caros
irmãos e irmãs, é com esta fé que nós celebramos hoje e cada dia o Mistério
eucarístico e que O adoramos como Centro da nossa vida e âmago do mundo!
Amém.
© Copyright
2012 - Libreria Editrice Vaticana
LITURGIA DA PALAVRA
LEITURA
I
Ez 16, 1-15.60.63
Leitura da Profecia de Ezequiel
O
Senhor dirigiu-me a palavra, dizendo: «Filho do homem, mostra a Jerusalém as
suas acções abomináveis e diz-lhe: Assim fala o Senhor Deus a Jerusalém: Pela
tua origem e nascimento, és da terra de Canaã. O teu pai era amorreu e a tua
mãe hitita. Quando nasceste, no dia em que vieste ao mundo, não te cortaram o
cordão, nem te banharam para seres purificada; não te fizeram as fricções de
sal, nem te envolveram em panos. Ninguém lançou sobre ti um olhar compassivo;
ninguém te prestou esses cuidados, nem teve pena de ti. No dia em que nasceste,
foste deixada no meio do campo, pela repugnância que inspiravas. Quando passei
junto de ti, vi que te revolvias no teu sangue. E, vendo-te ensanguentada, Eu
disse-te: ‘Quero que vivas’; e fiz-te crescer como a erva dos campos.
Cresceste, ganhaste corpo e chegaste à idade florida. Formaram-se os teus
seios, cresceram os teus cabelos, mas estavas nua. Passei de novo junto de ti e
vi que tinhas chegado à idade dos amores. Estendi sobre ti a aba do meu manto e
escondi a tua nudez. Fiz então um juramento e estabeleci uma aliança contigo, –
diz o Senhor Deus – e ficaste a pertencer-Me. Lavei-te com água, limpei-te do
sangue que te cobria e ungi-te com óleo. Vesti-te com roupas bordadas,
calcei-te sandálias de fino cabedal, dei-te uma faixa de linho e um manto de
seda. Adornei-te com jóias, coloquei braceletes nos teus pulsos e um colar ao
teu pescoço. Pus-te um anel no nariz, brincos nas orelhas e um precioso diadema
na cabeça. Tinhas adornos de ouro e de prata, os teus vestidos eram de linho
fino, de seda e tecidos bordados, e o teu alimento era a flor da farinha, mel e
azeite. Tornaste-te cada vez mais bela e chegaste a ser rainha. A tua fama
divulgou-se entre as nações, por causa da tua formosura, que era perfeita,
graças ao esplendor com que Eu te tinha revestido, – diz o Senhor Deus –. Mas
tu confiaste na tua beleza e aproveitaste a tua fama para te prostituires com
todos os que passavam. Eu, porém, lembrar-Me-ei da aliança que fiz contigo nos
dias da tua juventude e estabelecerei contigo uma aliança eterna, de modo que
te lembres do passado e te humilhes e não voltes a abrir a boca de vergonha,
quando Eu te perdoar o que fizeste – diz o Senhor Deus».
Palavra do Senhor.
Em vez da leitura precedente, pode
utilizar-se a seguinte:
LEITURA I
Ez 16, 59-63
«Lembrar-Me-ei da aliança que fiz contigo
e tu sentirás vergonha»
Leitura da Profecia de Ezequiel
e tu sentirás vergonha»
Leitura da Profecia de Ezequiel
SALMO RESPONSORIAL Is 12, 2-3.4bcd.5-6 (R. 1c)
Refrão: Passou a vossa ira e Vós me consolastes, Senhor. Repete-se
Deus é o meu Salvador,
tenho confiança e nada temo.
O Senhor é a minha força e o meu louvor.
Ele é a minha salvação. Refrão
Tirareis água com alegria das fontes da salvação.
Agradecei ao Senhor, invocai o seu nome;
anunciai aos povos a grandeza das suas obras,
proclamai a todos que o seu nome é santo. Refrão
Cantai ao Senhor, porque Ele fez maravilhas,
anunciai-as em toda a terra.
Entoai cânticos de alegria, habitantes de Sião,
porque é grande no meio de vós o Santo de Israel. Refrão
ALELUIA cf. 1 Tes 2, 13
Refrão: Aleluia. Repete-se.
Escutai o que diz o Senhor,
não como palavra dos homens,
mas como palavra de Deus. Refrão
EVANGELHO Mt 19, 3-12
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
II. LECTIO DIVINA
Rezando
- Método de oração Bíblica -
1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
- Detém-te no
conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: Interiorizar, dialoga,
atualiza o que leste
- Deixa que a
passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua
Palavra
Leitura: - Ez
16, 1-15.60.63 - Propõem-se hoje duas passagens para a
primeira leitura, dado o realismo, um tanto cru, da primeira. Em ambas, porém,
se faz um apelo ao regresso à fidelidade à aliança que Deus estabeleceu com o
seu povo. De origem tão pobre e humilde, Deus faz do seu povo o mais querido
para Ele, enriquecido de todos os dons e graças, que só o recordá-lo é um apelo
ao regresso e à conversão. Deus ama; em vez de castigar lembra os seus dons,
para que essa recordação, além de ser causa de vergonha e humilhação, seja
convite ao regresso à fidelidade à aliança, que Deus nunca quebrará.
Oração: - Senhor, que foste enviado para
reconduzir tudo para o Pai, concede-nos
que sendo teus seguidores na humanidade, nos mergulhemos em Deus segundo a Tua
vontade.
III.
AGENDA PAROQUIAL
Almodôvar
09.00 horas:
Missa
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