PARÓQUIA DE
ALMODÔVAr
Quinta, 28 de Março
Esquema da página:
I.
Liturgia do dia
II.
Frase do dia
III.
Oração bíblica na base
das leituras da Missa do dia
IV.
Intenções do
Apostolado da Oração para o mês corrente
V.
Atividades da paróquia
VI.
Que
sentido deu Jesus à sua morte?
LITURGIA DIA A DIA
Quinta-feira Santa
MISSA VESPERTINA DA CEIA DO SENHOR
Seguindo um rito evocativo das grandes intervenções salvíficas de Deus, os Apóstolos celebravam a Ceia pascal, sem pressentirem que a nova Páscoa havia chegado. Essa Ceia, contudo, será a última, pois Jesus, tomando aquela simbólica refeição ritual, dá-lhe um sentido novo, com a instituição da Eucaristia. Misteriosamente antecipando o Sacrifício que iria oferecer, dentro de algumas horas, Jesus põe fim a todas as «figuras», converte o pão e o vinho no Seu Corpo e Sangue, apresenta-Se como o verdadeiro cordeiro pascal – o «Cordeiro de Deus» (Jo. I, 29). O Sacrifício da Cruz, com o qual se estabelecerá a «nova Aliança», não ficará, pois, limitado a um ponto geográfico ou a um momento da história: pelo Sacrifício Eucarístico, perpetuar-se-á, «pelo decorrer dos séculos até Ele voltar» (SC. 47). Comendo o Seu Corpo imolado e bebendo o Seu Sangue, os discípulos de Jesus farão sua a Sua oferenda de amor e beneficiarão da graça, por ela alcançada aos homens. «Pela participação no Sacrifício Eucarístico, fonte e centro de toda a vida cristã, oferecem a Deus a Vítima divina e a si mesmos juntamente com ela» (LG. 11). Para que este mistério de amor se pudesse realizar, Jesus ordena aos Apóstolos que, até ao Seu regresso, à Sua semelhança e por Sua autoridade, operem esta transformação, ficando assim participantes do Seu mesmo Sacerdócio. Nascido da Eucaristia, o Sacerdócio tornará, portanto, actual, até ao fim dos tempos, a obra redentora de Cristo. Sendo a Eucaristia a obra prima do amor de Jesus, a prova suprema do Seu amor (Jo. 13, 1), compreende-se agora bem por que é que Ele escolheu a última Ceia para fazer a proclamação solene do «Seu mandamento», o de «nos amarmos uns aos outros», o mandamento novo, «que resume toda a lei». Ritos iniciais e liturgia da palavra 1. O sacrário deve estar completamente vazio. Para a comunhão do clero e dos fiéis, consagre-se nesta Missa pão suficiente para hoje e amanhã. 2. ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Gal. 6, 14 Toda a nossa glória está na cruz de Nosso senhor Jesus Cristo. N’Ele está a nossa salvação, vida e ressurreição. Por Ele fomos salvos e livres. 3. Diz-se o Glória. Enquanto se canta este hino, tocam-se os sinos, que não voltarão a tocar-se até à Vigília Pascal, a não ser que a Conferência Episcopal ou o Ordinário do lugar julguem oportuno estabelecer outra coisa. 4. ORAÇÃO COLETA Senhor nosso Deus, que nos reunistes para celebrar a Ceia santíssima em que o vosso Filho Unigénito, antes de Se entregar à morte, confiou à Igreja o sacrifício da nova e eterna aliança, fazei que recebamos, neste sagrado banquete do seu amor, a plenitude da caridade e da vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. LEITURA I Ex 12, 1-8.11-14
Leitura do Livro do Êxodo
Naqueles
dias, o Senhor disse a Moisés e a Aarão na terra do Egipto: «Este mês será
para vós o princípio dos meses; fareis dele o primeiro mês do ano. Falai a
toda a comunidade de Israel e dizei-lhe: No dia dez deste mês, procure cada
qual um cordeiro por família, uma rês por cada casa. Se a família for pequena
demais para comer um cordeiro, junte-se ao vizinho mais próximo, segundo o
número de pessoas, tendo em conta o que cada um pode comer. Tomareis um
animal sem defeito, macho e de um ano de idade. Podeis escolher um cordeiro
ou um cabrito. Deveis conservá-lo até ao dia catorze desse mês. Então, toda a
assembleia da comunidade de Israel o imolará ao cair da tarde. Recolherão
depois o seu sangue, que será espalhado nos dois umbrais e na padieira da
porta das casas em que o comerem. E comerão a carne nessa mesma noite;
comê-la-ão assada ao fogo, com pães ázimos e ervas amargas. Quando o
comerdes, tereis os rins cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão.
Comereis a toda a pressa: é a Páscoa do Senhor. Nessa mesma noite, passarei
pela terra do Egipto e hei-de ferir de morte, na terra do Egipto, todos os
primogénitos, desde os homens até aos animais. Assim exercerei a minha
justiça contra os deuses do Egipto, Eu, o Senhor. O sangue será para vós um
sinal, nas casas em que estiverdes: ao ver o sangue, passarei adiante e não
sereis atingidos pelo flagelo exterminador, quando Eu ferir a terra do
Egipto. Esse dia será para vós uma data memorável, que haveis de celebrar com
uma festa em honra do Senhor. Festejá-lo-eis de geração em geração, como
instituição perpétua».
Palavra
do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 115 (116), 12-13.15-16bc.17-18 (R. cf. 1 Cor 10, 16) Refrão: O cálice de bênção é comunhão do Sangue de Cristo. Repete-se Como agradecerei ao Senhor tudo quanto Ele me deu? Elevarei o cálice da salvação, invocando o nome do Senhor. Refrão É preciosa aos olhos do Senhor a morte dos seus fiéis. Senhor, sou vosso servo, filho da vossa serva: quebrastes as minhas cadeias. Refrão Oferecer-Vos-ei um sacrifício de louvor, invocando, Senhor, o vosso nome. Cumprirei as minhas promessas ao Senhor, na presença de todo o povo. Refrão LEITURA II 1 Cor 11, 23-26
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos:
Eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus, na noite em
que ia ser entregue, tomou o pão e, dando graças, partiu-o e disse: «Isto é o
meu Corpo, entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim». Do mesmo modo, no
fim da ceia, tomou o cálice e disse: «Este cálice é a nova aliança no meu
Sangue. Todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de Mim». Na
verdade, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice,
anunciareis a morte do Senhor, até que Ele venha.
Palavra
do Senhor.
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Jo 13, 34 Refrão: Glória a Vós, Jesus Cristo, Palavra do Pai. Repete-se Dou-vos um mandamento novo, diz o Senhor: Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. Refrão EVANGELHO Jo 13, 1-15
«Amou-os
até ao fim»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Antes
da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste
mundo para o Pai, Ele, que amara os seus que estavam no mundo, amou-os até ao
fim. No decorrer da ceia, tendo já o Demónio metido no coração de Judas
Iscariotes, filho de Simão, a ideia de O entregar, Jesus, sabendo que o Pai
Lhe tinha dado toda a autoridade, sabendo que saíra de Deus e para Deus
voltava, levantou-Se da mesa, tirou o manto e tomou uma toalha, que pôs à
cintura. Depois, deitou água numa bacia e começou a lavar os pés aos
discípulos e a enxugá-los com a toalha que pusera à cintura. Quando chegou a
Simão Pedro, este disse-Lhe: «Senhor, Tu vais lavar-me os pés?». Jesus
respondeu: «O que estou a fazer, não o podes entender agora, mas
compreendê-lo-ás mais tarde». Pedro insistiu: «Nunca consentirei que me laves
os pés». Jesus respondeu-lhe: «Se não tos lavar, não terás parte comigo».
Simão Pedro replicou: «Senhor, então não somente os pés, mas também as mãos e
a cabeça». Jesus respondeu-lhe: «Aquele que já tomou banho está limpo e não
precisa de lavar senão os pés. Vós estais limpos, mas não todos». Jesus bem
sabia quem O havia de entregar. Foi por isso que acrescentou: «Nem todos
estais limpos». Depois de lhes lavar os pés, Jesus tomou o manto e pôs-Se de
novo à mesa. Então disse-lhes: «Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-Me Mestre
e Senhor, e dizeis bem, porque o sou. Se Eu, que sou Mestre e Senhor, vos
lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Dei-vos o
exemplo, para que, assim como Eu fiz, vós façais também».
Palavra da salvação.
5. Na homilia comentam-se os grandes mistérios que neste dia se comemoram: a instituição da sagrada Eucaristia e do sacramento da Ordem e o mandato do Senhor sobre a caridade.
Lava-pés:
6. Depois da homilia, onde razões pastorais o aconselhem, faz-se a cerimónia do Lava-pés. Os homens designados, conduzidos pelos ministros, vão ocupar os bancos reservados para eles em lugar conveniente. O sacerdote (depois de tirar a casula, se for necessário), aproxima-se de cada um deles, deita-lhes água nos pés e enxuga-os com a ajuda dos ministros. 7. Entretanto, cantam-se algumas das seguintes antífonas ou outros cânticos apropriados. ANTÍFONA I cf. Jo. 13, 4.5.15 Para nos dar exemplo, o Senhor levantou-Se da mesa e começou a lavar os pés aos seus discípulos. ANTÍFONA II Jo. 13, 6.7.8 Senhor, Tu vais lavar-me os pés? Jesus respondeu-lhe: Se não te lavar os pés, não terás parte comigo. V. Quando Jesus se aproximou de Simão Pedro, Pedro disse a Jesus: Senhor, Tu vais lavar-me os pés… V. O que Eu vou fazer, não o compreendes agora. Mais tarde o compreenderás. Senhor, Tu vais lavar-me os pés... ANTÍFONA III cf. Jo. 13, 14 Se Eu vos lavei os pés, sendo Mestre e Senhor, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. ANTÍFONA IV Jo 13, 35 Todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros. V. Disse Jesus aos seus discípulos: Todos conhecerão... ANTÍFONA V Jo. 13, 34 Dou-vos um mandamento novo, diz o Senhor: Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. ANTÍFONA VI 1 Cor 13, 14 Permaneçam em vós a fé, a esperança e a caridade. Mas a maior de todas é a caridade. V. Agora permanecem a fé, a esperança e a caridade. Mas a maior de todas é a caridade. Permaneçam em vós a fé, a esperança e a caridade. Mas a maior de todas é a caridade. 8. Logo a seguir ao Lava-pés, ou, se este se omite, a seguir à homilia, diz-se a oração universal: Ano A p. 1207; Ano B p. 1285; Ano C p. 1358 Nesta Missa não se diz o Credo. Liturgia eucarística 9. Ao iniciar-se a liturgia eucarística, pode organizar-se uma procissão dos fiéis com oferta para os pobres. Entretanto, canta-se a antífona Ubi caritas ou outro cântico apropriado. 10. ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS Concedei-nos, Senhor, a graça de participar dignamente nestes mistérios, pois todas as vezes que celebramos o memorial deste sacrifício realiza-se a obra da nossa redenção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. 11. PREFÁCIO DA SANTÍSSIMA EUCARISTIA V. O Senhor esteja convosco. R. Ele está no meio de nós. V. Corações ao alto. R. O nosso coração está em Deus. V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus. R. É nosso dever, é nossa salvação. Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente, é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação dar-Vos graças, sempre e em toda a parte, por Cristo, nosso Senhor. Verdadeiro e eterno sacerdote, oferecendo-Se como vítima de salvação, instituiu o sacrifício da nova aliança e mandou que o celebrássemos em sua memória. O seu Corpo, por nós imolado, é alimento que nos fortalece; e o seu Sangue, por nós derramado, é bebida que nos purifica. Por isso, com os Anjos e os Arcanjos e todos os coros celestes, proclamamos a vossa glória, cantando numa só voz: Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do universo… No Cânon Romano, diz-se o Communicantes (Em comunhão com toda a Igreja), o Hanc igitur (Aceita benignamente) e o Qui pridie (Na véspera da sua paixão) próprios. * Também nas Orações Eucarísticas II e III se fazem as comemorações próprias. No Cânon Romano: Em comunhão com toda a Igreja, ao celebrarmos o dia santíssimo em que Nosso Senhor Jesus Cristo Se entregou por nós, veneramos a memória da gloriosa sempre Virgem Maria, Mãe do nosso Deus e Senhor Jesus Cristo, e também a de São José, seu esposo, e a dos bem-aventurados Apóstolos e Mártires: Pedro e Paulo, André, (Tiago, João, Tomé, Tiago, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Simão e Tadeu; Lino, Cleto, Clemente, Sixto, Cornélio, Cipriano, Lourenço, Crisógono, João e Paulo, Cosme e Damião) e de todos os Santos. Por seus méritos e orações, concedei-nos, em tudo e sempre, auxílio e protecção. (Por Cristo, nosso Senhor. Amen). De braços abertos, continua: Aceitai benignamente, Senhor, a oblação que nós, vossos servos, com toda a vossa família, Vos apresentamos. Nós Vo-la oferecemos neste dia, em que Nosso Senhor Jesus Cristo confiou aos seus discípulos a celebração dos mistérios do seu Corpo e Sangue. Dai a paz aos nossos dias, livrai-nos da condenação eterna e contai-nos entre os vossos eleitos. Junta as mãos. (Por Cristo, nosso Senhor). Com as mãos estendidas sobre as oblatas, diz: Santificai esta oblação com o poder da vossa bênção e recebei-a como sacrifício espiritual perfeito, de modo que se converta para nós no Corpo e Sangue do Vosso Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo. Junta as mãos Hoje, na véspera da sua paixão, por nós e por todos os homens, Toma o pão e, elevando-o um pouco sobre o altar, continua: Ele tomou o pão em suas santas e veneráveis mãos e, levantando os olhos ao céu, para Vós, Deus, seu Pai todo-poderoso, dando graças abençoou-o, partiu-o e deu-o aos seus discípulos, dizendo: Levemente inclinado TOMAI, TODOS, E COMEI: ISTO É O MEU CORPO QUE SERÁ ENTREGUE POR VÓS. Continua o Cânon Romano 12. ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. 1 Cor 11, 24.25 Isto é o meu Corpo, entregue por vós; este é o cálice da nova aliança no meu Sangue, diz o Senhor. Fazei isto em memória de Mim. 13. Terminada a distribuição da comunhão, deixa-se sobre o altar a píxide com as partículas para a comunhão do dia seguinte. A Missa conclui com a oração depois da comunhão: 14. ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO Deus eterno e omnipotente, que hoje nos alimentastes na Ceia do vosso Filho, saciai-nos um dia na ceia do reino eterno. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. |
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Não há maior prova de amor que dar a vida por
alguém
Método
de oração Bíblica
1. Leitura: Lê, respeita, situa o
que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem
que leste
2. Meditação: Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus
que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva o Senhor, suplica,
escuta
- Dirige-te a Deus que te falou através da
Sua Palavra.
LEITURA:
- Ex 12,
1-8.11-14: Jesus é o verdadeiro Cordeiro pascal que, na sua Paixão, realiza
a verdadeira e definitiva libertação do povo de Deus. A Eucaristia é o memorial
da sua Paixão; Jesus tomou para sacramento deste memorial precisamente a ceia
pascal do Antigo Testamento, mas dando-lhe sentido novo, fazendo-nos assim
compreender que a Páscoa antiga encontra a consumação perfeita na sua Páscoa.
Como o povo de Deus do Antigo Testamento repetia a ceia pascal em memória da
sua passagem do Egipto para a Terra Prometida (a Páscoa antiga), assim agora o
povo do Novo Testamento celebra a Eucaristia em memória da Morte e Ressurreição
de Jesus (a Páscoa Nova), em que se realiza a passagem deste mundo para o Pai.
1 Cor 11, 23-26:
Na última Ceia, Jesus instituiu a Eucaristia e entregou-a à sua Igreja, para
que, na Eucaristia, a Igreja encontrasse, até ao fim dos tempos, quando Ele
vier, o memorial da sua Páscoa, isto é, da sua passagem deste mundo para o Pai,
pela Morte à Ressurreição. Esta leitura é a mais antiga narração chegada até
nós da instituição da Eucaristia pelo Senhor, e da sua celebração pela Igreja,
neste caso, na Igreja de Corinto.
Jo
13, 1-15: A leitura situa-nos em plena celebração da última Ceia. Jesus ao
lavar os pés aos discípulos, revela o verdadeiro sentido da sua missão, que é o
de Ele ser o Servo, servindo até dar a vida, em obediência ao Pai, para
salvação dos homens. Foi assim que Ele amou até ao fim, e nos ensinou a
fazermos o mesmo uns aos outros, como Ele fez aos seus discípulos. O lava-pés
dá-nos o sentido profundo da Morte de Jesus: um serviço de amor em favor dos
seus. E este sentido continua a ser-nos ainda recordado sempre que celebramos a
Eucaristia.
MEDITAÇÃO:
- Quando perdemos o sentido da nossa vida podemos dizer o que João disse a respeito
de Judas: “é noite”, fez-se escuro e
não podemos ver o caminho. Apoiar em Deus a nossa fraqueza e acreditar na sua
força é o modo de nos abrirmos à luz que Ele nos vai oferecendo.
oração:
- Senhor, protege a minha vida porque Vos sou fiel.
INTENÇÕES DO SANTO PADRE - MARÇO
Intenção Geral:
Respeito pela
natureza
Para que cresça o respeito pela natureza, obra de Deus confiada à nossa responsabilidade.
Para que cresça o respeito pela natureza, obra de Deus confiada à nossa responsabilidade.
Intenção Missionária:
Clero anunciador
do Evangelho
Para que os bispos, sacerdotes e diáconos sejam anunciadores incansáveis do Evangelho até aos confins da terra.
Para que os bispos, sacerdotes e diáconos sejam anunciadores incansáveis do Evangelho até aos confins da terra.
ATIVIDADES PAROQUIAIS:
09.00 horas: Laudes comunitárias em
Almodôvar
18.00 horas: Missa em Almodôvar
18.00 horas: Missa em Santa Clara a
Nova
18.00 horas: Missa em Gomes Aires
Que sentido deu Jesus à
sua morte?
1-Da tarde
de hoje à tarde de Domingo decorre o Tríduo Pascal, ou seja, a celebração da
Paixão, Morte, Sepultura e Ressurreição de Jesus. São acontecimentos cheios de
densidade histórica e religiosa, que conferem a esta semana os apelidos de
«santa», «maior» e «autêntica».
A tarde de
hoje é dedicada à Última Ceia, que não se identifica com a ceia pascal judaica
(essa celebrava-se na sexta, véspera do Sábado, dia de Páscoa judaica). A Ceia
de Jesus na quinta foi uma ceia de despedida dos seus discípulos e nela
nasceriam a Eucaristia, o Sacerdócio católico e o Mandamento novo.
A
proclamação da paixão, morte, sepultura e ressurreição como acto de fé ocupa o
centro do Credo católico, logo depois da proclamação da fé no Pai Criador e em
Jesus Cristo, sua geração eterna e histórica, e antes de proclamar a fé no
Espírito Santo, na Igreja, na remissão dos pecados e na vida eterna.
O tríduo
pascal coloca esse núcleo central em forma celebrante: assim como o credo, sem
essa parte, seria um corpo sem coração, assim o conjunto das festas religiosas
do ano, sem o tríduo pascal, seria uma algazarra religiosa.
2.Os
estudiosos contemporâneos do caso de Jesus dirigem a sua atenção em duas
direções: o que era e que finalidades tinha a crucifixão, qual o grau de
responsabilidade que os Judeus e dos Romanos tiveram na crucifxão de Jesus. Os
teólogos acrescentam uma terceira: que sentido deu Jesus à sua morte, como é
que Ele viveu por dentro a sua morte?
A prática
antiga da crucifixão é de origem persa, foi usada entre bárbaros como castigo
político e militar da classe alta. Os Gregos e, depois, os Romanos
adoptaram-na. Entre estes, o suplício da cruz só era utilizado para as classes
baixas. À crueldade própria do suplício correspondia o seu carácter infamante,
escandaloso e mesmo obsceno. O crucificado era normalmente privado de
sepultura, e abandonado aos animais selvagens ou às aves de rapina. Tinha por
fim desumanizar ao máximo a morte e tirar a dignidade ao supliciado pela forma
de morrer.
A
crucifixão e morte de Jesus vêm referidas em documentos históricos exteriores à
fé (Tácito, Flávio Josefo). E, das fontes cristãs, dispomos de quatro textos
sobre a cronologia dos acontecimentos. A única dúvida refere-se ao processo
jurídico noturno da quinta para a sexta: a rapidez com que tudo se desencadeia
leva os estudiosos de hoje a pensar que não houve um processo jurídico digno
desse nome, mas uma comparência «informal» de Jesus (Sesboué). Um processo mais
que sumário, diríamos nós.
O único
problema que preocupa os nossos contemporâneos acerca da morte de Jesus é saber
qual a responsabilidade dos Judeus e dos Romanos. Durante séculos, a tradição
cristã inclinou-se para culpabilizar o povo Judeu e daí um certo
antissemitismo, que o Concílio Vaticano II reprovou claramente. «No estado
atual da investigação é difícil ir além de uma responsabilidade partilhada
pelas autoridades judaica e romana do tempo e de uma certa forma de conluio de
desconfiança recíproca»
5.Muito
mais importante que essa questão jurídica é conhecer que sentido deu Jesus á sua própria morte, isto é, como é que Ele
entendeu e viveu a sua morte.
A resposta
encontra-se na pregação de Jesus, no que Ele disse durante o processo
condenatório. Durante a sua vida Jesus apresentou sempre a paixão, morte,
sepultura e ressurreição como o alvo a atingir, «a sua hora», a hora em Ele
realizaria o seu sonho. Seria um erro histórico e uma violência à leitura
bíblica falar da prisão, da paixão e da morte de Jesus como surpresas que
viessem cortar um outro plano de vida. «E que direi: Pai, livra-me desta hora?
Mas por causa desta hora é que eu vim ao mundo», explicou o próprio Jesus.
Também
ajuda a compreender o sentido que Ele deu à sua morte o que se seguiu à morte
de Jesus – a ressurreição e o comportamento dos seus seguidores. Ainda que a
ressurreição não pertença propriamente à história (pois esse facto já não está
pautado pelo tempo e pelo espaço), documenta-se o seu efeito no comportamento
das pessoas que dizem ter falado e vivido algum tempo (bastam horas) com Jesus
ressuscitado e cujo testemunho não podemos pôr em causa, e na própria evolução
da sociedade do tempo.
Na Última
Ceia Jesus dissera em breves palavras o sentido da sua morte: «tomai e comei, isto é o meu corpo que vai
ser entregue por vós; tomai e bebei, isto é o meu sangue que vai ser derramado
por vós e por muitos para remissão dos pecados».
A Ceia de
Jesus é a chave hermenêutica dos dias seguintes, é a clave da partitura musical
que vai ouvir-se.
Joaquim Gonçalves, Bispo emérito de
Vila Real
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