PARÓQUIA DE ALMODÔVAR
Segunda, 10
de Março de 2014
Esquema da página:
Liturgia do dia
Intenções do Apostolado
da Oração para o mês corrente
Atividades paroquiais
A Voz do Pastor
Segunda
da I semana da quaresma
SEGUNDA
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Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. da Quaresma.
L 1 Lev 19, 1-2. 11-18; Sal 18 B (19), 8. 9. 10. 15
Ev Mt 25, 31-46
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Missa da féria, pf. da Quaresma.
L 1 Lev 19, 1-2. 11-18; Sal 18 B (19), 8. 9. 10. 15
Ev Mt 25, 31-46
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MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 122, 2-3
Como os olhos dos servos se fixam nas mãos dos seus senhores,
assim os nossos olhos se voltam para o Senhor nosso Deus,
até que tenha piedade de nós.
Piedade, Senhor, tende piedade de nós.
ORAÇÃO
Convertei-nos a Vós, Deus, nosso Salvador, e, para que nos seja proveitosa a penitência quaresmal, iluminai a nossa alma com a doutrina celeste. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Lev 19, 1-2.11-18
«Julgarás o teu próximo segundo a justiça»
Leitura do Livro do Levítico
O Senhor dirigiu-Se a Moisés, dizendo: «Fala a toda a comunidade dos filhos de Israel e diz-lhes: ‘Sede santos, porque Eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo. Não furtareis, não direis mentiras, nem cometereis fraudes uns com os outros. Não prestarás juramento falso, invocando o meu nome, pois profanarias o nome do teu Deus. Eu sou o Senhor. Não oprimirás nem expropriarás o teu próximo. Não ficará contigo até ao dia seguinte o salário do jornaleiro. Não insultarás um surdo nem colocarás tropeços diante de um cego, mas temerás o teu Deus. Eu sou o Senhor. Não cometerás injustiças nos teus julgamentos: não favorecerás indevidamente um pobre, nem darás preferência ao poderoso; julgarás o teu próximo segundo a justiça. Não caluniarás os teus parentes, nem conspirarás contra a vida do teu próximo. Eu sou o Senhor. Não odiarás do íntimo do coração os teus irmãos, mas corrigirás o teu próximo, para não incorreres em falta por causa dele. Não te vingarás, nem guardarás rancor contra os filhos do teu povo. Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor’».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 18 B (19), 8.9.10.15 (R. Jo 6, 63c)
Refrão: As vossas palavras, Senhor, são espírito e vida. Repete-se
A lei do Senhor é perfeita,
ela reconforta a alma;
as ordens do Senhor são firmes,
dão sabedoria aos simples. Refrão
Os preceitos do Senhor são retos
e alegram o coração;
Os mandamentos do Senhor são claros
e iluminam os olhos. Refrão
O temor do Senhor é puro
e permanece eternamente;
os juízos do Senhor são verdadeiros,
todos eles são rectos. Refrão
Aceitai as palavras da minha boca
e os pensamentos do meu coração
estejam na vossa presença:
Vós, Senhor, sois o meu amparo e redentor. Refrão
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO 2 Cor 6, 2b
Refrão: Louvor a Vós, Jesus Cristo, Rei da eterna glória. Repete-se
Agora é o tempo favorável,
agora é o dia da salvação. Refrão
EVANGELHO Mt 25, 31-46
«O que fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando o Filho do homem vier na sua glória com todos os seus Anjos, sentar-Se-á no seu trono glorioso. Todas as nações se reunirão na sua presença e Ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; e colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai; recebei como herança o reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Porque tive fome e destes-Me de comer; tive sede e destes-Me de beber; era peregrino e Me recolhestes; não tinha roupa e Me vestistes; estive doente e viestes visitar-Me; estava na prisão e fostes ver-Me’. Então os justos Lhe dirão: ‘Senhor, quando é que Te vimos com fome e Te demos de comer, ou com sede e Te demos de beber? Quando é que Te vimos peregrino e Te recolhemos, ou sem roupa e Te vestimos? Quando é que Te vimos doente ou na prisão e Te fomos ver?’. E o Rei lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes’. Dirá então aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e os seus anjos. Porque tive fome e não Me destes de comer; tive sede e não Me destes de beber; era peregrino e não Me recolhestes; estava sem roupa e não Me vestistes; estive doente e na prisão e não Me fostes visitar’. Então também eles Lhe hão-de perguntar: ‘Senhor, quando é que Te vimos com fome ou com sede, peregrino ou sem roupa, doente ou na prisão, e não Te prestámos assistência?’ E Ele lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o deixastes de fazer a um dos meus irmãos mais pequeninos, também a Mim o deixastes de fazer’. Estes irão para o suplício eterno e os justos para a vida eterna».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, estas ofertas que Vos apresentamos e fazei que, pela vossa graça, nos alcancem o perdão dos pecados e santifiquem toda a nossa vida. Por Nosso Senhor.
Prefácio da Quaresma
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Mt 25, 40.34
Em verdade vos digo:
Tudo o que fizestes ao mais pequenino dos meus irmãos,
a Mim o fizestes. Vinde, benditos de meu Pai,
recebei o reino preparado para vós
desde o princípio do mundo.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
A participação neste sacramento, Senhor, nos fortaleça a alma e o corpo, para que, inteiramente renovados, nos alegremos sempre com a plenitude deste remédio celeste. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
«A
proclamação da Boa Nova é a principal e máxima expressão de amor ao próximo».
S.JOSÉ FREINADEMETZ
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1.
Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
- Detém-te no
conteúdo de fé e da passagem que leste
2.
Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
- Deixa que a
passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3.
Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
Leitura Lev 19, 1-2.11-18:Depois dos quatro dias de entrada na
Quaresma na semana anterior, começaram ontem a conta-se os quarenta dias
simbólicos, tantas vezes referidos na Sagrada Escritura, mas agora como
preparação para a Páscoa. Neles a Igreja retoma os quarenta anos do povo de
Deus no deserto a caminho da Terra Prometida. Neste Deserto quaresmal, o
alimento celeste que dará força ao povo de Deus não é já o maná, mas, a sua
Palavra, que logo desde o início deste tempo, assim aparece resumida: “Sede
santos”. E as formas de santidade logo se concretizam nas diversas formas de
relação com o próximo.
Mt 25, 31-46: Logo desde o princípio da Quaresma, ergue-se diante da assembleia cristã o Senhor sentado no seu tribunal. Ele é o Bom Pastor, a separar as ovelhas dos cabritos, isto é, aqueles em quem a Palavra de Deus levou até à prática das boas obras, sobretudo em relação ao próximo, e aqueles em quem a Palavra, uma vez escutada, ficou estéril. É esta uma maneira de nos fazer compreender que a Quaresma é tempo de conversão e de renovação do amor de Deus e ao próximo.
ORAÇÃO: - Concedei-nos, Deus omnipotente, que a nossa vida seja um digno testemunho do Reino de Deus.
ATIVIDADE PAROQUIAL
09.00 horas:
Missa em Almodôvar
17.00
horas: catequese infantil
21.00
horas: encontro de pais dos alunos da catequese
INTENÇÕES DO SANTO
PADRE
Março
UNIVERSAL: Respeito pela dignidade da mulher
PELA
EVANGELIZAÇÃO:
Que os jovens respondam ao chamamento
do Senhor.
A VOZ DO PASTOR:
Experiência
do sentido
1.
Por-se a caminho e subir
Desde o nascimento até
à morte a vida do ser humano é um contínuo estar em saída, trilhando caminhos
cuja direção nem sempre se sabe e muito menos se compreende. Para muitos
pensadores a vida não tem sentido, classificando-a até de absurdo, de seres
condenados a ser livres, o que torna a própria liberdade um absurdo.
Mas entre o caminhar
confiantes e com esperança de chegar a um fim feliz, há muitas experiências de
avanços e recuos, entre antevisão alegre da realização plena e escuridão do
desânimo da esperança perdida ou pelo menos cimentada de muitas dúvidas.
Essas núvens adensam-se
sobretudo se os nossos objetivos de vida se baseiam apenas no progresso
material e os horizontes têm os limites de uma economia de austeridade, de
recessão, de montanhas intransponíveis ou de vizinhos que invejam e ameaçam o
nosso bem estar, como podemos constatar no mundo global em que vivemos, mas de
portas fechadas para acolher e integrar os outros, sobretudo os mais pobres, no
mundo das nossas relações sociais.
Deixo estes breves
pensamentos, que cada um pode aprofundar e aplicar à sua existência e ao quadro
social e político em que vivemos, para propor uma alternativa proveniente de
uma experiência da fé cristã, comprovada pela história, experimentada no
presente por muitos que acreditam e ousam projetar a sua vida de acordo com
essa fé, caminhando com esperança para um futuro com sentido, de realização
plena do ser humano em todas as suas dimensões.
Os cristãos estão a
viver e celebrar um tempo forte da sua fé, a Quaresma, um itinerário de
quarenta dias até à Páscoa, em que são convidados a fazer a experiência do
êxodo, um itinerário de saída de si mesmos, na escuta da Palavra de Deus e no
seguimento de Jesus Cristo, que nos convida a subir o monte da revelação do
sentido do seu e nosso caminho, não apenas subindo o monte da transfiguração,
mas também o monte das Oliveiras e do Calvário, em Jerusalém, onde o sofrimento
da Paixão e exaltação na cruz será seguido da experiência da alegria da
ressurreição.
É este itinerário que proponho
como leitura orante com a celebração da liturgia do segundo domingo da
Quaresma.
2.
Revelação do sentido no Monte Tabor
A liturgia deste
segundo domingo da Quaresma apresenta-nos o desafio de Deus a Abraão para
deixar o seu torrão natal e pôr-se a caminho da terra prometida. Fala também do
convite de S. Paulo ao seu discípulo Timóteo para não ter medo de sofrer por
causa do Evangelho, ou seja, do testemunho da boa nova que é a pessoa e a vida
de Jesus. Mas apresenta-nos também o convite de Jesus a três apóstolos de subir
com Ele o Monte Tabor, para compreenderem que a continuação do caminho para
Jerusalém seria a manifestação do verdadeiro Messias, o Salvador que salva e
liberta pela experiência do sofrimento e da morte, um absurdo para os pagãos, para
quem não tem fé em Deus, um escândalo para os judeus que apenas acreditavam num
Messias glorioso pelo poder e riqueza do mundo, mas glória para os seus
verdadeiros discípulos, como escreverá mais tarde o apóstolo Paulo aos
Coríntios.
Este contexto do episódio
da transfiguração do Monte Tabor é importante, para compreendermos o seu
sentido e significado para o nosso caminhar hoje, no subir penoso do monte do
desprendimento dos fardos pesados e da experiência da paixão e fascínio por
aquele que nos convida a subir. A subida do monte tem um significado forte na
história bíblica em que Deus se revela ao seu povo, seja o monte Moriah com
Abraão, seja o Monte Sinai com Moisés, o monte Horeb com Elias ou o monte
Calvário com Jesus. Mas também na tradição religiosa dos místicos, como em S.
João da Cruz com a Subida do Monte Carmelo.
Mas vejamos e
apliquemos o que acontece no Monte Tabor. Na versão do Evangelho de S. Lucas
diz-se que Jesus subiu ao monte para orar, como em tantos outros momentos
significativos da sua vida. E, enquanto orava, os discípulos dormiam, porque
estavam cansados. É neste contexto que os discípulos acordam e veem Jesus
transfigurado e rodeado de dois personagens significativos da história bíblica,
Moisés e Elias, símbolos da Lei e dos Profetas, e ouvem a voz de Deus que
proclama Jesus o Seu Filho muito amado, a quem devemos escutar e seguir. Isto
significa que Jesus é a nova lei e o profeta a quem temos de escutar para
chegar à terra prometida.
Mas o que nos diz Jesus
e o que faz para lá chegar? Convida os discípulos e a nós, deslumbrados com
aquela experiência de luz gloriosa, a ponto de esquecer a realidade, a descer o
monte e segui-Lo até Jerusalém, onde se vai manifestar a crueldade do pecado da
humanidade, condenando um inocente, mas também o amor até ao extremo de Jesus
pelo seu povo, pronto a entregar a vida para o salvar.
Meditando sobre estes
acontecimentos do nosso passado da fé, volto o pensamento para o presente, vejo
o sofrimento de tantos pobres de bens materiais, sociais e espirituais e
pergunto-me: terá sentido tanto sofrimento? É possível evitá-lo ou, pelos
menos, aliviá-lo? Como? Qual o papel dos crentes e o meu neste empenho pelo bem
do próximo, pelo bem comum?
São muitas as
interrogações que me afloram à mente, mas, de repente, olho para as testemunhas
da nossa fé, do presente e do passado, sobretudo Jesus Cristo, e vejo que é
possível sofrer com os que sofrem, e viver com esperança. Alegres por podermos
partilhar e aliviar o sofrimento, sem matar ninguém, mas dando a vida pelos
outros. São estas vidas que têm sentido e dão esperança a um mundo coberto de
densas núvens. Por isso sinto que vale a pena continuar o nosso caminho
quaresmal, escutando Jesus e seguindo-O, pois Ele é verdadeiramente o Caminho,
a Verdade e a Vida e quer que tenhamos a vida em abundância, a vida plena, não
apenas a vida do bem estar material, que não tem sentido fechada em si mesma,
mas só aberta aos outros e a Deus, que dá a plenitude do sentido da vida
humana.
† António Vitalino, Bispo de Beja
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